Estratégias de reprodução social no rural da microrregião de Pinhalzinho (SC)

Autores

  • Lenoir Heisler Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Arlene Anélia Renk Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ
  • Irme Salete Bonamigo Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

DOI:

https://doi.org/10.5902/2318179630160

Palavras-chave:

campesinato, desenvolvimento rural, reprodução social

Resumo

No sul do Brasil, em especial no oeste catarinense, o rural vem passando por transformações intensas nos últimos anos. Essas mudanças estão, em grande parte, relacionadas às políticas públicas e à integração das atividades agropecuárias ao mercado global, o que acaba por afetar de modo particular o cotidiano das famílias rurais. O presente artigo analisa as principais estratégias que as famílias do rural na microrregião de Pinhalzinho, oeste da Santa Catarina, utilizam para sua reprodução social. A partir de estudo de caso, por meio de entrevistas com moradores do rural, observações de campo e levantamento em bancos de dados públicos, identifica-se que, entre as principais estratégias de reprodução social acionadas, estão o acesso à educação formal e à previdência social, a constituição de agroindústrias familiares e a abertura de mercados institucionais, a produção alternativa, a entrada no sistema de integração agroindustrial e a pluriatividade. Essas estratégias têm tornado o meio rural pesquisado cada vez mais dinâmico, em muitos casos tido como sinônimo de qualidade de vida.

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Biografia do Autor

Lenoir Heisler, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Mestre em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÒ (2017), Especialista em Juventude, Religião e Cidadania pela Faculdade Católica de Santa Catarina (2015). Especialista em GEstão de Cooperativas de Crédito - Horus Faculdades (2013). Graduado em Sistemas de Informação pela Horus Faculdades (2009). Possui experiência em  cooperativismo crédito, cooperativismo de produção, crédito rural, gestão de pessoas, atendimento ao público, planejamento e execução de projetos, formação sindical, agricultura familiar, metodologia de formação popular de jovens e políticas públicas.

Arlene Anélia Renk, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Doutora e Mestre em Antropologia pelo Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, respectivamente, em 1997 e 1990. Graduada em Letras pela UFPr. Professora titular da Unochapecó. Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, na Linha Sociedade, Ambiente e Sustentabilidade. Integra o Núcleo de Stricto Sensu em Direito da Unochapecó, no Grupo de Pesquisa. Direito, Democracia e Participação Cidadã. Tem experiência em pesquisa e orientação na área de cidadania, socioambientalismo, antropologia rural, territorialidades, participação e controle social.

Irme Salete Bonamigo, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Cursou pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com estágio na Vrije Universiteit Brussel (VUB) como professora visitante (2016 - 2017), doutorado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com período sanduíche na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (FR) (2007), mestrado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1997) e graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná (1987). É docente do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais e do Curso de Psicologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). Pesquisa principalmente os seguintes temas: contemporaneidade e violências, tecnologias de vigilância, segurança pública, direitos humanos, políticas sociais e processos de subjetivação. Participa da Associação Brasileira de Psicologia Social - Abrapso. Tem experiência em Psicologia Clínica.

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Publicado

2019-03-01

Como Citar

Heisler, L., Renk, A. A., & Bonamigo, I. S. (2019). Estratégias de reprodução social no rural da microrregião de Pinhalzinho (SC). Extensão Rural, 25(2), 31–51. https://doi.org/10.5902/2318179630160

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