Heterogeneidade ambiental e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em três áreas de Cerrado sentido restrito no Sudoeste goiano
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509823788Palavras-chave:
Cerrado sensu stricto, Fitossociologia, Heterogeneidade ambiental, Riqueza e diversidade de espécies lenhosasResumo
A variação fitofisionômica do Cerrado brasileiro é intensa e estudos fitossociológicos podem fornecer subsídios sobre quais fatores são responsáveis por essa heterogeneidade ambiental. Nesse sentido, esse estudo teve o objetivo de avaliar a estrutura da vegetação lenhosa de três áreas de cerrado sentido restrito, no município de Jataí - GO, buscando discutir os achados com o histórico de perturbação de cada área e aspectos físicos dos solos. Foram alocadas dez parcelas contíguas de 20×50 m em cada área, totalizando três hectares de levantamento no total. Incluíram-se na amostragem todos os troncos com diâmetro ≥ 5 cm, medidos a 30 cm do solo. As áreas apresentaram diferenças quanto à estrutura da vegetação lenhosa com formações mais abertas e outras mais densas (densidade de 991 a 1859 ind.ha-1 e área basal de 10,85 a 17,68 m2.ha-1). A riqueza florística variou de 70 a 82 espécies. Apesar de haver uma mistura de elementos florísticos savânicos e florestais entre as áreas, detectou-se maior domínio de espécies savânicas. Os padrões florístico e estrutural indicaram heterogeneidade nas comunidades em função de diferenças texturais do solo e incêndios. Isso reforça a importância da preservação de formações savânicas no sudoeste do estado para entender variações estruturais e florísticas e, consequentemente, fornecer informações para outros estudos sobre os aspectos ecológicos relacionados a eles.
Downloads
Referências
AMARAL, A. G. et al. Fitossociologia de uma área de cerrado rupestre na Fazenda Sucupira, Brasília, DF. Cerne, Lavras, v. 12, n. 4, p. 350-359, 2006.
ANDRADE, L. A. Z. et al. Fitossociologia de uma área de cerrado denso na RECOR-IBGE, Brasília-DF. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 16, n. 2, p. 225-240, 2002.
ANGIOSPERN PLYLOGENY GROUP. An update the Angiospern Plylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnean Society, Hoboken, v. 181, p. 1-20, 2016.
ASSUNÇÃO, S. L.; FELFILI, J. M. Fitossociologia de um fragmento de cerrado sensu stricto na APA do Paranoá, DF, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 18, n. 4, p. 903-909, 2004.
AYRES, M. et al. Bioestat 5.0: aplicações estatísticas nas áreas das ciências biomédicas. Belém: [s.n.], 2007.
BALDUÍNO, A. P. D. C. et al. Fitossociologia e análise comparativa da composição florística do cerrado da flora de Paraopeba-MG. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 29, n. 1, p. 25-34, 2005.
BROWER, J. E.; ZAR, J. H. Field and laboratory methods for general ecology. Boston: Wm. C. Brown, 1984.
CARMO, R. L. et al. Agroindústria, população e ambiente no sudoeste de Goiás. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 13., 2002, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: [s.n.], 2002. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2002/GT_MA_ST13_Carmo_texto.pdf. Acesso em: 3 maio 2016.
DOBEREINER, J. Nodulação e fixação de nitrogênio em leguminosas florestais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 19, p. 83-90, 1984.
DOWLING, D. N.; BROUGHTON, W. J. Competition for Nodulation of Legumes. Annual Review Microbiology, [S.l.], v. 40, p. 131-57, 1986.
FELFILI, J. M. et al. Composição florística e fitossociologia do cerrado sentido restrito no município de Água Boa - MT. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 103-112, 2002.
GIÁCOMO, R. G. et al. Florística e fitossociologia em áreas de campo sujo e cerrado sensu stricto na Estacão Ecológica de Pirapitinga-MG. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 1, p. 29-43, 2013.
GOMES, L. et al. Comparações florísticas e estruturais entre duas comunidades lenhosas de cerrado típico e cerrado rupestre, Mato Grosso, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 25, n. 4, p. 865-875, 2011.
GUILHERME, F. A. G.; OLIVEIRA, A. S. Estrutura populacional de Butia purpuracens Glassman (Arecaceae) em duas ares de cerrado sensu stricto no estado de Goias. Revista de Biologia Neotropical, Goiânia, v. 7, n. 1, p. 37-45, 2011.
GUILHERME, F. A. G. et al. Vegetative and reproductive phenology of Butia purpurascens Glassman (Arecaceae) under the effects of leaf harvesting. Brazilian Journal of Biology, Curitiba, v. 75, n. 1, p. 77-85, 2015.
HARIDASAN, M. Nutrição mineral de plantas nativas do cerrado. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Campinas, v. 12, n. 1, p. 54-64, 2000.
HOFFMANN, W. A.; MOREIRA, A. G. The role of fire in population dynamics of woody plants. In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Ed.). Cerrados of Brazil. New York: Columbia University Press, 2002. p. 159-177.
KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, 2005.
KOTTEK, M. et al. World Map of the Köppen-Geiger climate classification updated. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 15, n. 3, p. 259-263, jun. 2006.
LENZA, E. et al. Comparação da vegetação arbustivo-arbórea de uma área de cerrado rupestre na Chapada dos Veadeiros, Goiás, e áreas de cerrado sentido restrito do Bioma Cerrado. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 34, n. 3, p. 247-259, 2011.
LENZA, E. et al. Species composition, diversity, and vegetation structure in a gallery forest-cerrado sensu stricto transition zone in eastern Mato Grosso, Brazil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 29, n. 3, p. 327-338, 2015.
LIMA, T. A. et al. Florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em uma área de cerrado rupestre no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Biota Neotropica, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 159-166, 2010.
MAGURRAN, A. E. Medindo a diversidade biológica. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2011.
MARACAHIPES, L. et al. Estrutura e composição florística da vegetação lenhosa em cerrado rupestre na transição Cerrado-Floresta Amazônica, Mato Grosso, Brasil. Biota Neotropica, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 133-141, 2011.
MARIMON-JÚNIOR, B. H.; HARIDASAN, M. Comparação da vegetação arbórea e características edáficas de um cerradão e um cerrado sensu stricto em áreas adjacentes sobre solo distrófico no leste de Mato Grosso, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 19, n. 4, p. 913-926, 2005.
MEDEIROS, M. B. DE; WALTER, B. M. T. Composição e estrutura de comunidades arbóreas de cerrado stricto sensu no norte do Tocantins e sul do Maranhão. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 36, n. 4, p. 673-683, 2012.
MEIRA-NETO, J. A. A.; SAPORETTI-JÚNIOR, A. W. Parâmetros fitossociológicos de um cerrado no Parque Nacional da Serra do Cipó, MG. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 26, n. 5, p. 645-648, 2002.
MENDONÇA, R. C. et al. Flora vascular do bioma Cerrado: checklist com 12.356 espécies. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. DE; RIBEIRO, J. F. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora. Brasília: Embrapa; CPAC, 2008.
MIRANDA, H. S. et al. Queimadas de Cerrado: caracterização e impactos. In: AGUIAR, L. M. D. S.; CAMARGO, A. J. A. (Ed.). Cerrado: ecologia e caracterização. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, 2004. p. 249.
MIRANDA, H. S. et al. The fire factor. In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Ed.). Cerrados of Brazil. New York: Columbia University Press, 2002. p. 51-68.
MIRANDA, H. S. et al. Mortalidade de plantas lenhosas do cerrado sensu stricto submetidas a diferentes regimes de queima. In: IMPACTOS de Queimadas em Áreas de Cerrado e Restinga. Brasília: ECL; Universidade de Brasília., 1996. p. 102-111.
MOREIRA, A. G. Effects of fire protection on savanna structure in Central Brazil. Journal of Biogeography, Oxford, v. 27, p. 1021-1029, 2000.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons, 1974.
MUELLER, C. C.; MARTINE, G. Modernização da agropecuária, emprego agrícola e êxodo rural no Brasil - A década de 1980. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 85-104, 1997.
NERI, A. V. et al. Análise da estrutura de uma comunidade lenhosa em área de cerrado sensu stricto no município de Senador Modestino Gonçalves, norte de Minas Gerais, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, n. 1, p. 123-134, 2007.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RATTER, J. A. Vegetation physiognomies and woody flora of the cerrado biome. In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Ed.). The Cerrados of Brazil. New York: Columbia University Press, 2002. p. 91-120.
PINTO, J. R. R. et al. Composição florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em um cerrado rupestre, Cocalzinho de Goiás, Goiás. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 1-10, 2009.
RATTER, J. A. et al. Analysis of the floristic composition of the brazilian Cerrado vegetation III: comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburgh Journal of Botany, Cambridge, v. 60, n. 1, p. 57-109, 2003.
REATTO, A. et al. Solos do Bioma Cerrado: aspectos pedológicos. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora. Planaltina: Embrapa; CPAC, 2008.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. As principais Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora. Planaltina: Embrapa; CPAC, 2008. p. 151-199.
RIOS, M. N. S. et al. Mudanças pós-fogo na florística e estrutura da vegetação arbóreo-arbustiva de um cerrado sentido restrito em Planaltina, DF. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, n. 2, p. 469-482, 2018.
SANO, E. E. et al. Land cover maping of the tropical savanna region in Brazil. Environmental Monitoring and Assessment, Dordrecht, v. 166, p. 113-124, 2010.
SIEGEL, S. Estatística não paramétrica para as ciências do comportamento. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975.
SOLÓRZANO, A. et al. Perfil florístico e estrutural do componente lenhoso em seis áreas de cerradão ao longo do bioma Cerrado. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 26, n. 2, p. 328-341, 2012.
SPERA, S. T. et al. Atributos físicos de solos e distribuição das fitofisionomias de Cerrado na Bacia Hidrográfica do Rio Jardim, DF. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento - EMBRAPA Cerrados, Brasília, v. 146, 2005.
ZAR, J. H. Biostatistical analysis. New Jersey: Prentice-Hall, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.