Estudo analítico da estabilidade dimensional longitudinal das espécies de madeira tropicais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509865389Palavras-chave:
Retração longitudinal, Retração tangencial, Madeira tropical brasileiraResumo
O Brasil possui grande cobertura vegetal e o melhor aproveitamento desses materiais requer procedimentos de caracterização física e mecânica. Equações encontradas na literatura facilitam a determinação das propriedades da madeira. Nesse contexto, autores conhecidos desenvolveram a equação βl = βt/23, sendo βl e βt as porcentagens de retração longitudinal e tangencial, para estimativa de βl com base no valor de βl especialmente para espécies de madeira do hemisfério Norte. Este trabalho tem como objetivo investigar a precisão desta equação para quinze espécies de madeiras tropicais brasileiras cobrindo toda a faixa de classes de resistência da madeira de lei de acordo com o Norma Brasileira ABNT NBR 7190. Os valores experimentais médios de βl e βt foram 7,71% (CV = 26,71 %) e 0,73% (CV = 38,76%), respectivamente. A ANOVA não paramétrica de Kruskal-Wallis refutou a hipótese de equivalência entre os valores de βl teórico e experimental (p-valor = 0,0000). Um modelo de regressão linear ajustado aos valores experimentais forneceu βl =βt/9,84 como solução ótima (p-valor = 0,0000, R² = 47,23%). De acordo com os resultados, é possível concluir que o valor da porcentagem de retração longitudinal das espécies de madeira tropical brasileira é estatisticamente 2,34 vezes maior que o valor encontrado na literatura, o que impacta nos procedimentos de dimensionamento de estruturas de madeira aumentando as tensões internas nas estruturas de madeira.
Downloads
Referências
ABNT. Projeto de estruturas de madeira ABNT- Técnicas NBR 7190. Associação Brasileira de Normas Técnicas, [s. l.], p. 107, 1997.
ALMEIDA, T. H.; ALMEIDA, D. H.; ARAUJO, V. A.; SILVA, S. A. M.; CHRISTOFORO, A. L.; LAHR, F. A. R. Density as Estimator of Dimensional Stability Quantities of Brazilian Tropical Woods. BioResources, [s. l.], v. 12, n. 3, p. 6579–6590, 2017. Available in: https://doi.org/10.15376/biores.12.3.6579-6590
ALMEIDA, T. H. de; ALMEIDA, D. H.; CHRISTOFORO, A. L.; CHAHUD, E.; BRANCO, L. A. M. N.; LAHR, F. A. R. Density as Estimator of Strength in Compression Parallel to the Grain in Wood. International Journal of Materials Engineering, [s. l.], v. 6, n. 3, p. 67–71, 2016. Available in: https://doi.org/10.5923/j.ijme.20160603.01
ALMEIDA, T. H.; ALMEIDA, D. H.; AQUINO, V. B. M.; CHAHUD, E.; PINHEIRO, R. V.; BRANCO, L.A.M.N.; ALMEIDA, J. P B.; CHRISTOFORO, A. L.; LAHR, F. A. R. Investigation of the Fiber Saturation Point of Tropical Brazilian Wood Species. BioResources, v. 15, n. 3, p. 5379-5387, 2020. Available in: https://doi.org/ 10.15376/biores.15.3.5379-5387
BRITO, L. D.; CHRISTOFORO, A. L.; SEGUNDINHO, P. G. A.; LAHR, F. A. R.; CALIL JUNIOR, C. Historic “HAUFF” Timber Roofs in Poços de Caldas in Brazil. International Journal of Materials Engineering, [s. l.], v. 6, n. 3, p. 113–118, 2016. Available in: https://doi.org/10.5923/j.ijme.20160603.09
BUCHANAN, A.; CARRADINE, D.; JORDAN, J. Performance of engineered timber structures in the Canterbury earthquakes. Bulletin of the New Zealand Society for Earthquake Engineering, [s. l.], v. 44, n. 4, p. 394–401, 2011. Available in: https://doi.org/10.5459/bnzsee.44.4.394-401
CALIL JUNIOR, C.; LAHR, F. A. R.; DIAS, A. A. Dimensionamento de elementos estruturais de madeira. 1. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2003.
CASSIANO, C.; SOUZA, A. P.; STANGERLIN, D. M.; PAULINO, J.; MELO, R. R. Seasonality and estimates of the equilibrium moisture content of amazonian woods in Sinop, mato grosso state, Brazil. Scientia Forestalis, [s. l.], v. 41, n. 100, p. 457–468, 2013.
FERREIRA, C. F.; D’AYALA, D.; CABO, J. L. F.; DÍEZ, R.Numerical modelling of historic vaulted timber structures. Advanced Materials Research, [s. l.], v. 778, n. May 2014, p. 517–525, 2013. Available in: https://doi.org/10.4028/www.scientific.net/AMR.778.517
FUEYO, J. G.; DOMÍNGUEZ, M.; CABEZAS, J. A. Contact shear stresses in dowel-type joints with expansive kits of timber structures. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers, Part C: Journal of Mechanical Engineering Science, [s. l.], v. 231, n. 1, p. 140–149, 2017. Available in: https://doi.org/10.1177/0954406216656215
GEBHARDT, C.; KALISKE, M. Reliable simulation of timber structures by combined load and displacement control. Engineering Computations (Swansea, Wales), [s. l.], v. 32, n. 3, p. 766–778, 2015. Available in: https://doi.org/10.1108/EC-04-2014-0069
GENOESE, A. GENOESE, A.; FORTINO, S.; HRADIL, P.A numerical approach for the hygro-thermal monitoring of timber structures under environmental conditions. Advanced Materials Research, [s. l.], v. 778, p. 786–793, 2013. Available in: https://doi.org/10.4028/www.scientific.net/AMR.778.786
GIANOLI, A; FURRER, R. Contrasting approaches to load-bearing timber structures. In: STRUCTURES AND ARCHITECTURE. [S. l.]: CRC Press, 2016. p. 1516–1523. Available in: https://doi.org/10.1201/b20891-211
HOLZER, S.M. Analysis of historical timber structures. In: STRUCTURAL ANALYSIS OF HISTORICAL CONSTRUCTIONS: ANAMNESIS, DIAGNOSIS, THERAPY, CONTROLS. [S. l.]: CRC Press, 2016. p. 1203–1210. Available in: https://doi.org/10.1201/9781315616995-163
ITTO. Biennial review and assessment of the world situation 2017-2018. Yokohama, Japan: INTERNATIONAL TROPICAL TIMBER ORGANIZATION, 2018.
KOLLMANN, F. F. P.; CÔTÉ, W. A. Principles of Wood Science and Technology. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, 1968. Available in: https://doi.org/10.1007/978-3-642-87928-9
LUKACS, I.; BJORNFOT, A.; TSALKATIDIS, T.; TOMASI, R. Structural redundancy in cross-laminated timber buildings. In: 2016. WCTE 2016 - World Conference on Timber Engineering. [S. l.: s. n.], 2016.
MARIÑO, R. A. CARREIRA, X. C.; FERNÁNDEZ, M. E.; FERNANDEZ-RODRIGUEZ, C. Durability of timber structures in agricultural and livestock buildings. Biosystems Engineering, [s. l.], v. 104, n. 1, p. 152–160, 2009. Available in: https://doi.org/10.1016/j.biosystemseng.2009.06.009
PARISI, M. A.; PIAZZA, M. Seismic strengthening and seismic improvement of timber structures. Construction and Building Materials, [s. l.], v. 97, p. 55–66, 2015. Available in: https://doi.org/10.1016/j.conbuildmat.2015.05.093
R PROJECT. Software R 4.2.1. Vienna, Austria, 2022.
ŠMAK, M.; STRAKA, B. Development of new types of timber structures based on theoretical analysis and their real behaviour. Wood Research, [s. l.], v. 59, n. 3, p. 459–470, 2014.
SOUSA, H. S.; LOURENÇO, P. B.; NEVES, L. C. Safety evaluation of timber structures through probabilistic analysis. Advanced Materials Research, [s. l.], v. 133–134, p. 337–342, 2010. Available in: https://doi.org/10.4028/www.scientific.net/AMR.133-134.337
STEEGE, H. T.VAESSEN, R. W.; CÁRDENAS-LOPEZ, D.; SABATIER, D.; ANTONELLI, A.; OLIVEIRA, S. M.; PITMAN, N. C. A.; JORGENSEN, P. M.; SALOMÃO, R. P.The discovery of the Amazonian tree flora with an updated checklist of all known tree taxa. Scientific Reports, [s. l.], v. 6, p. 1–15, 2016. Available in: https://doi.org/10.1038/srep29549
STOLF, D. O.; BERTOLINI, M. S.; CHRISTOFORO, A. L.; PANZERA, T. H.; RIBEIRO FILHO, S. L. M. LAHR, F. A. R. Pinus caribaea var. hondurensis Wood Impregnated with Methyl Methacrylate. Journal of Materials in Civil Engineering, [s. l.], v. 29, n. 6, p. 05016004, 2017. Available in: https://doi.org/10.1061/(asce)mt.1943-5533.0001830
WACKER, J. P. BRASHAW, B. K.; WILLIAMSON, T. G.; JONES, P. D.; SMITH, M. S.; HOSTENG, T. K.; STRAHL, D. L.; COOMBE, L. E.; GOPU, V. Service life assessment of timber highway bridges in USA climate zones. WCTE 2014 - World Conference on Timber Engineering, Proceedings, [s. l.], n. 1, p. 2021, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ciência Florestal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais poderão ou não ser enviadas ao autor.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte seja citada. Os originais não serão devolvidos aos autores.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.
