FAUNA DE FORMIGAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE USINA HIDROELÉTRICA

Autores

  • Junir Antônio Lutinski
  • Carin Guarda
  • Cladis Juliana Lutinski
  • Flávio Roberto Mello Garcia

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835334

Palavras-chave:

biodiversidade, conservação, Formicidae, recuperação ambiental.

Resumo

Áreas de preservação permanente contribuem para a recuperação de ambientes impactados e Formicidae representa um grupo potencialmente bioindicador, utilizado para descrever a complexidade estrutural de habitat. Assim, neste contexto, este estudo objetivou caracterizar a diversidade das assembleias de formigas que ocorrem em sítios com diferentes históricos de uso do solo na APP do reservatório da UHE Foz do Chapecó, bem como avaliar a similaridade das assembleias de formigas segundo os sítios amostrados. A amostragem foi realizada no mês de janeiro de 2017 em cinco sítios, três em Santa Catarina e dois no Rio Grande do Sul. Foram utilizados pitfall, guarda-chuva entomológico, isca de sardinha, isca de glicose e coleta manual. As assembleias foram caracterizadas e comparadas através da riqueza, abundância, diversidade de Shannon-Weaver (H’), Equitabilidade (J’) e estimativas de riqueza (Chao 1). Ao todo foram amostradas 101 espécies. A média das estimativas indicou que a riqueza pode ser 86,7% maior que a amostrada, enquanto os parâmetros de diversidade indicaram diferenças entre as assembleias. Os índices de diversidade mostraram divergência de 39,7% entre as assembleias com maior e menor diversidade. A riqueza observada neste estudo reitera o potencial de utilização das formigas como bioindicadoras do estado de conservação ambiental, acrescenta informações importantes sobre a riqueza e a ocorrência de formigas para a região e apresenta, sobretudo, um inventário das espécies de formigas presentes em uma área de APP, em processo de regeneração, que poderá servir de parâmetro para avaliações subsequentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, jan. 2014.

ANDERSEN, A. N.; MAJER, J. D. Ants show the way down under: invertebrates as bioindicators in land management. Frontiers in Ecology and the Environment, Washington, v. 2, n. 6, p. 291-298, ago. 2004.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (Brasil). BIG – Banco de Informações de Geração. Brasília: ANEEL, 2016. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>. Acesso em: 18 dez. 2016.

BACCARO, F. B. et al. Guia para gêneros de formigas no Brasil. 1. ed. Manaus: INPA, 2015. 388 p.

BARBOSA FILHO, W. P. Impactos ambientais em usinas eólicas. Anais Agrener GD, Belo Horizonte, v. 1, p. 1-17, 2013.

BHARTI, H.; BHARTI, M.; PFEIFER, M. Ants as bioindicators of ecosystem health in Shivalik Mountains of Himalayas: assessment of species diversity and invasive species. Asian myrmecology, Tóquio, v. 8, p. 65-79, dez. 2016.

BOLTON, B. Synopsis and classification of Formicidae. Gainesville: The American Entomological Institute, 2003. 370 p.

BOLTON, B. et al. Boltons’s Catalogue of Ants of the World 1758-2005. Cambridge: Harvard University Press, 2006. CD-ROM.

BRASIL. Lei n° 12.651 de 25 de maio de 2012. Código Florestal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 20 set. 2017.

CAMPAGNOLO, K. et al. Área de preservação permanente de um rio e análise da legislação de proteção da vegetação nativa. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 27, n. 3, p. 831-842, set. 2017.

CANTARELLI, E. B.et al. Diversidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) da serrapilheira em diferentes sistemas de uso do solo. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 3, p. 607-616, set. 2015.

CHAO, A. et al. Sufficient sampling for asymptotic minimum species richness estimators. Ecological Society of America, Washigton, v. 90, n. 4, p. 1125-1133, abr. 2009.

CHACÓN DE ULLOA, P.; ABADÍA, J. C. Dos décadas de estudio de la diversidad de hormigas en Colombia. Revista de la Academia Colombiana de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, Bogotá, v. 38, n. 148, p. 250-260, set. 2014.

CLARKE, K. R.; GORLEY, R. N. Primer: getting started with v6. Plymouth routines in multivariate ecological research. [S.l.: s.n.], 2005.

FERNÁNDEZ, F. Introducción a las hormigas de la región neotropical. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, 2003. 433 p.

FREIRE, C. B. et al. Riqueza de formigas em áreas preservadas e em regeneração de caatinga arbustiva no sudoeste da Bahia, Brasil. Revista brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 131-134, mar. 2012.

GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. The Atlantic Forest of South America: biodiversity status, threats, and outlook. Washington: Island Press, 2003. 488 p.

GARCIA, F. R. M. et al. Biological Control of Fruit Flies of the Genus Anastrepha (Diptera: tephritidae): current status and perspectives. In: DAVENPORT, L. (Org.). Biological control: methods, applications and challenges. Hauppauge: Nova Science Publishers, 2017. p. 29-71.

GARDNER, T. A. Monitoring forest biodiversity: improving conservation through ecologically-responsible management. London: Earth Scan, 2010. 360 p.

GOTELLI, N. J.; ENTSMINGER, G. L. EcoSim: Null models software for ecology. Versão 7.0. [S.l.]: Acquired Intelligence; Kesey-Bear, 2001. Dísponivel em: <http://garyentsminger.com/ecosim/>. Acesso em: 18 set. 17.

HAMMER, O.; HARPER, D. A. T.; RIAN, P. D. Past: palaeonthological statistics software package for education and data analysis. Versão. 1.37. 2001. Disponível em: <http://palaeo-electronica.org/2001_1/past/past.pdf>. Acesso em: 19 set. 17.

HÖLLDOBLER, B.; WILSON, E. O. The ants. Cambridge: Harvard University Press, 1990. 746 p.

KLIEMANN, B. C. K.; DELARIVA, R. L. Pequenas centrais hidrelétricas: cenários e perspectivas no estado do Paraná. Ciência e Natura, Santa Maria, v. 37, n. 3, p. 274-283, ago. 2015.

KWON, T. S.; LEE, C. M.; SUNG, J. H. Diversity decrease of ant (Formicidae, Hymenoptera) after a forest disturbance: different responses among functional guilds. Zoological Studies, Taiwan, v. 3, n. 53, p. 37-47, jul. 2014.

LUTINSKI, J. A. et al. Ant assemblage (Hymenoptera: Formicidae) in three wind farms in the State of Paraná, Brazil. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 1, n. 77, p. 176-184, jul. 2016.

LUTINSKI, J. A. et al. Diversidade de formigas na Floresta Nacional de Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v. 38, n. 7, p. 1810-1816, out. 2008.

LUTINSKI, J. A. et al. Estrutura da comunidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) em quatro ambientes com diferentes níveis de perturbação antrópica. Ecología Austral, Córdoba, v. 24, n. 2, p. 229-237, ago. 2014.

LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. Análise faunística de Formicidae (Hymenoptera: Apocrita) em ecossistema degradado no município de Chapecó, Santa Catarina. Biotemas, Florianópolis, v. 18, n. 2, p. 73-86, jun. 2005.

PERALTA, L.; MARTÍNEZ, P. A. Ensambles de ácaros oribátidos en hormigueros de Acromyrmex spp. (Hymenoptera, Formicidae). Ecología austral, Córdoba v. 23, n. 3, p. 209-217, dez. 2013.

PETTERS, M. K. et al. Deforestation and the population decline of the army ant Dorylus wilverthi in western Kenya over the last century. Journal of Applied Ecology, Londres, v. 48, n. 3, p. 697-705, may 2011.

PHILPOTT S. et al. Ant diversity and function in disturbed and changing habitats. In: LACH, L.; PARR, C.; ABBOTT, K. Ant ecology. Oxford: Oxford University Press, 2010. p. 137-156.

RAPPORT, D. J.; COSTANZA, R.; MCMICHAEL, A. J. Assessing ecosystem health. Trends in Ecology and Evoution, School of Biological Sciences, Birmingham, v. 13, n, 2, p. 397-402, out. 1998.

RIBAS, C. R. et al. Ants as indicators in Brazil: A review with suggestions to improve the use of ants in environmental monitoring programs. Psyche, São Paulo, v. 2012, n. 636749, p. 1-23, 2012a.

RIBAS, C. R. et al. Ants as indicators of the success of rehabilitation efforts in deposits of gold mining tailings. Restoration Ecology, Washington, v. 20, n. 6, p. 712-720, nov. 2012b.

SAAD, L. P. et al. Vinasse and its influence on ant (Hymenoptera: Formicidae) communities in sugarcane crops. Journal Insect Science, Oxford, v. 17, n. 1, p. 1-7, jan. 2017.

SILVESTRE, R.; BRANDÃO, C. R. F.; SILVA, R. R. Grupos funcionales de hormigas: el caso de los gremios del Cerrado. In: FERNÁNDEZ, F. (Ed.). Introducción a las hormigas de la región Neotropical. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, 2003. p. 113-148.

TAUSAN, I. et al. Succession in ant communities (Hymenoptera: Formicidae) in deciduous forest clear-cuts – an Eastern European case study. European Journal of Entomology, Ceske Budejovice, v. 114, p. 92-100, feb. 2017.

TUNDISI, J. G.; TUNDISI, T. M. Impactos potenciais das alterações do Código Florestal nos recursos hídricos. Biota Neotropica, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 67-76, out. 2010.

ULYSHEN, M. D. Arthropod vertical stratification in temperate deciduous forests: Implications for conserva¬tion-oriented management. Forest Ecology and Management, Nederland, v. 261, n. 9, p. 1479-1489, feb. 2011.

ULYSSÉA, M. A. et al. Updated list of ant species (Hymenoptera, Formicidae) recorded in Santa Catarina State, southern Brazil, with a discussion of research advances and priorities. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 55, n. 4, p. 603-611, dez. 2011.

USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO CHAPECÓ. Informações online sobre o consórcio da Hidrelétrica Foz do Chapecó. Florianópolis: Consórcio Foz do Chapecó, 2015. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2017.

ZANELLA, L. et al. Atlantic Forest fragmentation analysis and landscape restoration management scenarios. Natureza & Conservação, Curitiba, v. 10, n. 1, p. 57-63, jul. 2012.

Downloads

Publicado

16-12-2018

Como Citar

Lutinski, J. A., Guarda, C., Lutinski, C. J., & Garcia, F. R. M. (2018). FAUNA DE FORMIGAS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE USINA HIDROELÉTRICA. Ciência Florestal, 28(4), 1741–1754. https://doi.org/10.5902/1980509835334

Edição

Seção

Nota Técnica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.