Efeitos da sazonalidade sobre a fenologia e a fisiologia de <i>Parkia platycephala</i> Benth (Fabaceae, Caesalpinioideae) em área de Cerrado
DOI :
https://doi.org/10.5902/1980509839111Mots-clés :
Faveira, Estresse abiótico, Metabolismo vegetalRésumé
Devido à sua natureza séssil, as plantas desenvolveram diversos mecanismos para manter sua reprodução e se defender em condições estressantes. Tanto o metabolismo primário quanto o secundário são afetados por mudanças ambientais nas diferentes fases de desenvolvimento vegetal. Sendo assim, é importante conhecer os mecanismos de defesa e resistência às intempéries ambientais de plantas adaptadas às diversas condições ambientais, a exemplo de Parkia platycephala. Essa espécie é endêmica do Brasil e apresenta diversas potencialidades de uso para fins farmacológicos, forrageiro, madeireiro, ornamental e ecológico. Dessa forma, este trabalho se propõe a analisar a relação entre sazonalidade climática, fenologia e fisiologia de Parkia platycephala. O estudo foi conduzido em área de Cerrado sensu stricto, na região da Serra da Bandeira (12º05’S e 45º02’W), Barreiras, Bahia. As fases fenológicas de Parkia platycephala foram observadas mensalmente, seguindo a metodologia de Fournier. O material vegetal (folhas) para as análises fisiológicas foi coletado dos mesmos indivíduos selecionados para fenologia, dos quais foram quantificados pigmentos fotossintéticos, teor de fenóis totais, atividade antioxidante, teor de açúcares solúveis totais (AST), açúcares redutores (AR) e açúcar não redutor (ANR). Parkia platycephala apresentou padrão vegetativo semidecidual sazonal e um padrão reprodutivo anual. A baixa disponibilidade hídrica foi o fator ambiental que mais afetou os processos fisiológicos, diminuindo a produção de clorofila a e carotenoides e promovendo o aumento na produção de clorofila b, fenóis totais e carboidratos solúveis não estruturais. No geral, a atividade antioxidante não enzimática em Parkia platycephala foi alta, sendo 3,66 vezes superior ao ácido ascórbico (Vitamina C). Dessa forma, a espécie demostrou possuir mecanismos eficazes para manter seus processos fisiológicos ativos suportando a seca e a intensa insolação durante o ano, porém a produção de carboidratos é afetada por essas variações ambientais refletindo negativamente sobre as suas fenofases, principalmente sobre a fenofase reprodutiva.
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