Carvão pirogênico como condicionante para substrato de mudas de <i>Tachigali vulgaris</i> L.G. Silva & H.C. Lima

Autores

  • Fabiane Furlaneto Souchie UFSM
  • Ben Hur Marimon Junior
  • Fabiano André Petter
  • Beata Emöke Madari
  • Beatriz Schwantes Marimon
  • Eddie Lenza

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050984526

Palavras-chave:

Biochar, porcentagem de emergência, altura, massa seca, cerrado

Resumo

Este estudo teve como objetivo verificar a eficiência de carvão vegetal pirogênico como condicionante de substrato para o desenvolvimento de mudas florestais de alto vigor, testando-se o carvoeiro (Tachigali vulgaris) como espécie representativa do Bioma Cerrado. Foram tomados como modelo de produtividade os solos de elevada capacidade de troca catiônica com Horizonte A antrópico da Amazônia (Terras Pretas de Índio), ricos em carbono pirogênico derivado de carvão vegetal. O experimento foi realizado no viveiro da Universidade do Estado de Mato Grosso, no município de Nova Xavantina-MT. Foram utilizadas quatro concentrações de carvão de eucalipto (Eucalyptus sp.) com 5; 12,5; 25 e 50% do volume total do substrato base e 0% como testemunha. Foi avaliada a porcentagem de emergência no início do experimento. Durante oito meses, a cada 30 dias, foi contado o número de folhas e medida a altura total das mudas. No oitavo mês foi medido o diâmetro do coleto e determinada à massa seca da raiz e da parte aérea. Os tratamentos e a testemunha apresentaram emergência superior a 80%, não havendo influência do carvão. Entretanto, o carvão vegetal incrementou significativamente a altura das mudas, o número de folhas, o diâmetro do coleto e a massa seca radicular e da parte aérea, o que ficou evidenciado pela forte correlação positiva com as concentrações de carvão. Portanto, o carvão vegetal pirogênico é uma alternativa viável como condicionante de origem biológica do substrato para a produção de mudas potencialmente mais resistentes, requerimento importante para plantios em campo sob condições mais severas, como na recuperação de áreas degradadas no Bioma Cerrado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO NETO, S. E. et al. Produção de muda orgânica de pimentão com diferentes substratos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39,n. 5, p. 1408-1413, ago. 2009.

AYRES, M. et al. BioEstat 3.0. Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Belém: Sociedade Civil de Mamirauá, 2003. 291 p.

BAYER, C. et al. Armazenamento de carbono em frações lábeis da matéria orgânica de um Latossolo Vermelho sob plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 39, n. 7, p. 677-683, jul. 2004.

BENITES, V. M.et al.Properties of black soil humic acids from high altitude rock complexes in Brazil. Geoderma, v.127, n. 1, p. 104-113, jul. 2005.

BRUMMER, E. C. Diversity, stability and sustainable American agriculture. Agronomy Journal, Madison, v. 90, n. 1, p.1-2, Sept. 1998.

CASSELMAN, A.Special Report: Inspired by Ancient Amazonians, a Plan to Convert Trash into Environmental Treasure. Scientific American, New York, v. 67, p. 2, May 2007.

CAMARGO, A. P. Clima do cerrado. In: SIMPOSIO SOBRE O CERRADO, 1., 1963, São Paulo. Anais....São Paulo: EDUSP, 1963.p.75-59.

CARVALHO, P. E. R. Taxi-Branco, Taxonomia e Nomenclatura. Colombo, 2005. (Circular Técnica. Embrapa Florestas. n.111)

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA-Centro Nacional de Pesquisa de Solos,1997.211 p.

FELFILI, J. M.et al.Comportamento de plântulas de SclerolobiumpaniculatumVog. var. rubiginosum(Tul.) Benth. sob diferentes níveis de sombreamento, em viveiro. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 297-301, out. 1999.

KÄMPF, N. et al.Classification of Amazonian Dark Earths in the Brazilian Amazon. In: LEHMANN, J. et al. (Eds.). Amazonian Dark Earths: Origin, Properties, Management. Dordrecht:Kluwer, 2003. p.77-102.

LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. São Carlos: Rima, 2000. 531 p.

LEHMANN, J. et al. Nutrient availability and leaching in an archaeological Anthrosol and a Ferralsol of the Central Amazon basin: fertilizer, manure and charcoal amendments. Plant and Soil, Netherland, v. 249, n. 3, p. 343-357, Feb. 2003.

MADARI, B. E. et al.O. Carvão vegetal como condicionador de solo para arroz de terras altas (cultivar Primavera): um estudo prospectivo.Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2006. (Comunicado Técnico, n.125)

MAJOR, J. et al. Weed composition and cover after three years of soil fertility management in the central Brazilian Amazon: Compost, fertilizer, manure and charcoal applications. Weed Biology Management, Tokyo, v. 5, n. 2, p. 69-76, July 2005.

MENDONÇA, V. et al. Diferentes substratos e recipientes na formação de mudas de mamoeiro ‘Sunrise Solo’. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 1, p. 127-130, mar. 2003.

NELSON, D. W.; SOMMERS, L. E. Total carbon, organiccarbon, andorganicmatter. In: SPARKS, D.L. et al. (Eds.).Methods of Soil Analysis. Madison: SSSA and ASA. 1996. 983 p.

NEPSTAD, D. C.; MOREIRA, A. G.; ALENCAR, A. A. A floresta em chamas: origens, impactos e preservação do fogo na Amazônia. Programa Piloto para a Proteção de Florestas Tropicais do Brasil, Brasília:IPAM, 1999. 202 p.

NOVOTNY, E. H. et al. Lessons from the Terra Preta de Índios of the Amazon Region for the utilization of Charcoal for Soil Amendment. Journal of the Brazilian Chemical Society, Campinas, v. 20, n. 6, p. 1-8, Feb. 2009.

OGUNTUNDE, P. G. et al. Effects of charcoal production on maize yield, chemical properties and texture of soil. Biology and Fertility of Soils, Heidelberg, v. 39, n. 4, p. 296-299, Mar. 2004.

PEREIRA, A. R. Estimativa da área foliar em milharal. Bragantia, Piracicaba, v. 46, n. 1, p.147-150, 1987.

PORTO, P. R.; SAKITA, A. E. N.; NAKAOKA-SAKITA, M. Efeito da aplicação do extrato pirolenhoso na germinação e no desenvolvimento de mudas de Pinus elliottiivar. elliottii. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, n. 31, p. 15-19, jul. 2007.

SALOMÃO, A. N. et al. Germinação de sementes e produção de mudas de plantas do Cerrado. Brasília: Rede de sementes do Cerrado, 2003. 96 p.

SAKITA, A. E. N.; PORTO, P. R.; NAKAOKA-SAKITA, M. Utilização do extrato pirolenhoso na germinação e no desenvolvimento inicial de mudas de Anadenantheramacrocarpa(Benth.)Brenan. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, n. 31, p. 57-61, jul. 2007.

SAS INSTITUTE. SAS User’s Guide StatisticsRelease 6.0.3.ed. Cary: SAS Institute, 1988.698 p.

SILVA, F. A. M.; ASSAD, E. D.; EVANGELISTA, B. A. Caracterização Climática do Bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. Cerrado: ecologia e flora. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. p. 71-88.

SOUZA, C. A. M. et al. Desenvolvimento em campo de espécies florestais em diferentes condições de adubação. CiênciaFlorestal, Santa Maria, v. 16, n. 3, p. 243-249, 2006.

STEWART, B. A.; ROBINSON, C. R. Are agroecosystems sustainable in semiarid regions? Advances in Agronomy, New York, v. 60, n. 2, p. 191-228, Apr. 1997.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p.

MUROYA, K.; VARELA,V. P.; CAMPOS, M. A. A. Análise de crescimento de mudas de jacareúba (Calophyllumangulare- Guttiferae) cultivadas em condições de viveiro. ActaAmazônica, Manaus, v. 27, n. 3, p. 197-212, jun. 1997.

WRIGHT, J. S.; CORNEJO, F. H. Seasonal drought and the timing of flowering and leaf fall in a neotropical forest. In: BAWA, K. S.;HADLEY, M. (Eds.).Reproductiveecology of tropical forest plants. Paris:MAB/UNESCO. 1990. p.49-61.

YAMAZOE, G.; VILAS BOAS, O. Manual de pequenos viveiros florestais. São Paulo: Páginas&Letras, 2003. 120 p.

YOUNG, T. P. Restoration ecology and conservation biology. Biological Conservation, New York, v. 92, n. 1, p.73-83, 2000.

ZANETTI, M. et al. Uso de subprodutos de carvão vegetal na formação do porta-enxerto limoeiro ‘cravo’ em ambiente protegido. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 3, p. 508-512, dez. 2003.

Downloads

Publicado

30-12-2011

Como Citar

Souchie, F. F., Marimon Junior, B. H., Petter, F. A., Madari, B. E., Marimon, B. S., & Lenza, E. (2011). Carvão pirogênico como condicionante para substrato de mudas de <i>Tachigali vulgaris</i> L.G. Silva & H.C. Lima. Ciência Florestal, 21(4), 811–821. https://doi.org/10.5902/198050984526

Edição

Seção

Nota Técnica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)