Supressão e fragilidade de remanescentes florestais em uma Unidade de Conservação, na região sul de Alagoas, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509866382

Palavras-chave:

Métricas da Paisagem, APA (Área de Preservação Ambiental), Mata Atlântica, Fragmentos de Vegetação

Resumo

As Unidades de Conservação possuem uma grande importância para a estabilidade do meio ambiente, havendo possibilidade de uso sustentável, a exemplo das Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Nessas áreas, a vegetação remanescente configura um importante componente no monitoramento e avaliação da fragilidade ambiental. Assim, este estudo objetivou avaliar a dinâmica espaço-temporal na APA da Marituba do Peixe (APA-MP), com fins de diagnosticar a fragilidade ambiental da vegetação remanescente. Foi utilizada imagem do satélite RapidEye, para o ano de 2011, disponíveis gratuitamente no site do Ministério do Meio Ambiente (GeoCatálogo) e imagem de satélite disponibilizada no software Google Earth, para o ano de 2020. A vegetação foi vetorizada, e determinadas as métricas da paisagem com o uso de SIG. Na APA-MP, em 2011, foram mapeados 108 fragmentos de vegetação remanescente, com área total de 3.314 ha e um índice médio de forma de 1,843±0,638. Já em 2020, os fragmentos de vegetação remanescentes reduziram a 89 manchas, somando uma área de 2.684 ha, com índice médio de forma de 1,906±0,664. O número, o tamanho dos fragmentos e o índice de forma evidenciam que a vegetação remanescente apresenta fragilidade ambiental. Houve supressão de vegetação ao longo dos anos nas diferentes zonas. Não houve quadro de recuperação ambiental em nenhuma das zonas de proteção da APA-MP. O cenário requer a implementação de ações para a promoção da recuperação ambiental.

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Biografia do Autor

Rosy Valéria Rocha Lopes, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL; Mestranda em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (UFAL); Tem experiência em estudos de ecologia, com ênfase na estrutura da paisagem, diagnóstico e monitoramento em vegetação remanescente e ecossistemas costeiros, através de geoprocessamento e sensoriamento remoto.

Licenciada em Ciências Biológicas, Mestranda pelo Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, Av. Lourival de Melo Mota, s/n, CEP 57072-900, Maceió (AL), Brasil.

Milena Dutra da Silva, Universidade Federal da Paraíba, Rio Tinto, PB

Bióloga, Licenciatura em Ciências Biológicas (UFRPE), mestre em Botânica (UFRPE), doutora em Geografia (UFPE - Tese em Geografia Regional e Tema em Ecologia Vegetal), com pós-doutoramento em Arquitetura e Urbanismo (UFPB - PPGAU - LAURBE, atuando nos temas Expansão Urbana, modificações no espaço, áreas verdes e supressão de vegetação). Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba, atua em Ensino, Pesquisa e Extensão em temas relacionados ao meio ambiente, especialmente com remanescentes florestais. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Vegetal e Ecologia de Paisagem, além de Geotecnologias aplicadas ao estudo da Vegetação. Membro dos laboratórios LCG (Laboratório de Cartografia e Geoprocessamento) e LAGEO (Laboratório de Análise Geoambiental).

Bióloga, Dra., Professora do Departamento de Engenharia e Meio Ambiente, Centro de Ciências Aplicadas e Educação, Universidade Federal da Paraíba, Av. Santa Elisabete, s/n, Centro, CEP 58297-000, Rio Tinto (PB), Brasil.

Nadjacleia Vilar Almeida, Universidade Federal da Paraíba, Rio Tinto, PB

Doutora em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2012) com área de concentração em Ordenamento Territorial Ambiental, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (2006) e graduada em Geografia (Bacharelado e Liceenciatura) pela Universidade Federal da Paraíba (2002/2003). Atualmente é professora adjunta do curso de Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (Campus IV), coordenadora do Laboratório de Cartografia e Geoprocessamento e membro da Comissão de Gestão Ambiental da UFPB. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase na Análise Geoambeintal, atuando principalmente nos seguintes temas: cartografia, geoprocessamento, degradação ambiental, expansão urbana, ecologia de paisagem e ordenamento e planejamento geoambiental.

Geógrafa, Dra., Professora do Departamento de Engenharia e Meio Ambiente, Centro de Ciências Aplicadas e Educação, Universidade Federal da Paraíba, Av. Santa Elisabete, s/n, Cen-tro, CEP 58297-000, Rio Tinto (PB), Brasil.

Guilherme Ramos Demétrio Ferreira, Universidade Federal de Alagoas, Penedo, AL

Bacharel em Ciências Biológicas (2011) e Mestre (2013) e Doutor (2017) em Ecologia Aplicada pela Universidade Federal de Lavras. É Professor Adjunto I da Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca, Unidade Educacional Penedo. Atua na área de Ecologia Vegetal (ênfase em estratégias reprodutivas de plantas herbáceas. Tem interesse em Ecologia de Plantas Aquáticas e de Ambientes Estressantes e em Ecologia das Interações. Atualmente trabalha com a relação entre traços funcionais de plantas e suas interações bióticas e abióticas.

Biólogo, Dr., Coordenador do Laboratório de Ecologia Vegetal e Professor da Unidade Edu-cacional Penedo, Campus Arapiraca, Universidade Federal de Alagoas, Av. Beira Rio, s/n, CEP 57300-000, Penedo (AL), Brasil.

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Publicado

22-09-2022

Como Citar

Lopes, R. V. R., Silva, M. D. da, Almeida, N. V., & Ferreira, G. R. D. (2022). Supressão e fragilidade de remanescentes florestais em uma Unidade de Conservação, na região sul de Alagoas, Brasil. Ciência Florestal, 32(3), 1479–1499. https://doi.org/10.5902/1980509866382

Edição

Seção

Artigos