FISIONOMIA E ESTRUTURA DE VEGETAÇÃO DE CAATINGA EM DIFERENTES AMBIENTES EM SERRA TALHADA - PERNAMBUCO

Autores/as

  • Séfora Gil Gomes de Farias
  • Maria Jesus Nogueira Rodal
  • André Laurênio de Melo
  • Maria Amanda Menezes Silva
  • André Luiz Alves de Lima

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509822745

Palabras clave:

semiárido, sazonalidade, fatores ambientais, heterogeneidade espacial.

Resumen

Este estudo foi realizado com o objetivo de investigar a influência da heterogeneidade espacial dos fatores abióticos sobre os padrões espaciais da estrutura da vegetação do componente lenhoso e sua regeneração em uma área de caatinga, no sertão de Pernambuco. O estudo foi realizado em uma área de caatinga localizada no Parque Estadual da Mata da Pimenteira, município de Serra Talhada, Pernambuco. A amostragem foi dividida em dois ambientes, um próximo ao curso d’água com vegetação mais densa (I) e outro a 100 m do curso d’água com vegetação mais aberta (II). Em cada ambiente foram instaladas quatro parcelas permanentes de 20 × 50 m subdivididas em 10 parcelas de 10 × 10 m, nas quais foram medidos os indivíduos vivos com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) ≥ 3 cm e altura total ≥ 1 m. Em um dos vértices de cada parcela foi plotada uma subparcela de 2 × 2 m para medir a altura e o diâmetro dos indivíduos das espécies amostradas no componente lenhoso com DNS entre 0,5 e 2,9 cm (regeneração). Foram calculados os descritores fitossociológicos gerais da comunidade dos diferentes ambientes e avaliada a distribuição de indivíduos em histogramas, tanto do componente lenhoso como para a regeneração. Após verificação da normalidade pelo teste Kolmogorov-Smirnov, os valores dos descritores fitossociológicos por parcela foram comparados entre os ambientes. Nos dados com distribuição normal, foi empregada a análise de variância (ANOVA) de um critério. Dados sem distribuição normal foram analisados pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney. Os ambientes apresentaram diferenças significativas quanto ao número de indivíduos (4047,5 versus 3332,5 ind.ha-1) e área basal (23,6 versus 17,6 m2. ha-1), com valores significativamente superiores no ambiente I, padrão oposto ao da regeneração em que o número de indivíduos e a área basal foram maiores no ambiente II (9187,5 versus 10937,5 ind.ha-1) e (1,9 versus 2,5 m2. ha-1), respectivamente. No total foram amostradas 50 espécies (incluindo o componente arbóreo e regenerante), havendo diferenças significativas em termos de diversidade entre os ambientes nos diferentes estratos, embora a similaridade seja superior a 80%. A maioria das variáveis químicas e texturais dos solos não diferiram estatisticamente, com exceção dos teores de Al3+ que apresentou teores superiores no ambiente I. Das demais variáveis edáficas, apenas a pedregosidade diferiu entre os ambientes I e II (3,87 versus 1,47%). A distinção fisionômica da vegetação entre os ambientes é resultado da presença de populações com indivíduos de maiores alturas e diâmetros no ambiente I. A heterogeneidade espacial das variáveis ambientais encontrada nos ambientes estudados, explicou parte das variações das características florístico-estrutural da vegetação. 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, v. 17, p. 287-303, 2003.

AMORIM I. L.; SAMPAIO E. V. S. B.; ARAUJO E. L. Flora e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea de uma área de caatinga do Seridó, RN, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 19, p. 615-623, 2005.

ANDRADE, W. M. de. et al. Influência da precipitação na abundância de populações de plantas da caatinga. Revista de Geografia. Recife-UFPE, v. 26, p. 161-184, 2009.

ANDRADE-LIMA, D. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, v. 4, p. 149-153, 1981.

BALVANERA, P.; AGUIRRE, E. Tree diversity, environmental heterogeneity, and productivity in a Mexican tropical dry forest. Biotropica, v. 38, p. 479-491, 2006.

BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia de indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

BIANCHINI, E.; PIMENTA, J. A.; SANTOS, F. A. M. Spatial and temporal variation in the canopy cover in a Tropical Semi-Deciduous Forest. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 44, p. 269-276, 2009.

CAVALCANTI, A. D. C. et al. Mudanças floríticas e estruturais, após cinco anos, em uma comunidade de caatinga no Estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, n. 3, p. 905-907, 2009.

CONDIT, R. et al. Predicting population trends from size distributions: a direct test in a tropical tree community. The American Naturalist, v. 152, p. 495-509, 1998.

DALANESI, P. E.; OLIVEIRA-FILHO A. T.; FONTES, M. A. L. Flora e estrutura do componente arbóreo da floresta do Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, Lavras, MG e correlações entre a distribuição das espécies e variáveis ambientais. Acta Botanica Brasilica, v. 18, p. 737-757, 2004.

DEWALT, S. J.; SCHNITZER, S. A.; DENSLOW, J. S. Density and diversity of lianas along a chronosequence in a central Panamanian lowland forest. Journal of Tropical Ecology, v. 16, p. 1-19, 2003.

DUFRÊNE, M.; LEGENDRE, P. Species assemblages and indicator species: The need for a flexible asymmetrical approach. Ecological Monographs, v. 67, n. 3, p. 345-366, 1997.

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solos. Brasília: EMBRAPA, 1997. 212 p.

EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Critérios para distinção de classes de solos e de fases de unidades de mapeamento. Rio de Janeiro: EMBRAPA-SNLCS, 1988. 312 p.

FERRAZ, E. M. N.; RODAL, M. J. N.; SAMPAIO, E. V. S. B. Physiognomy and structure of vegetation along na altitudinal gradient in the semi-arid region of northeastern Brazil. Phytocoenologia, v. 33, p. 71-92, 2003.

FERRAZ, E. M. N. et al. Composição florística em trechos de vegetação de caatinga e brejo de altitude na região do Vale do Pajeú, Pernambuco. Revista Brasileira de Botânica, v. 21, p. 7-15, 1998.

GOMES, A. P. S.; RODAL, M. J. N.; MELO, A. L. Florística e fitogeografia da vegetação arbustiva subcaducifólia da Chapada de São José, Buíque, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 20, p. 37-48, 2006.

GOULD, W. A.; GONZÀLEZ, G.; CARRERO, R. G. Structure and composition of vegetation along an elevational gradient in Puerto Rico. Journal of Vegetation Science, v. 17, p. 653-664, 2006.

JACOMINE, P. K. T. et al. Levantamento exploratório – reconhecimento de solos do Estado de Pernambuco. Recife: EMBRAPA - Divisão de Pesquisa Pedológica, 1973. 359 p.

KING, D. A. The adaptive significance of tree height. American Naturalist, v. 135, p. 809-828, 1990.

McCUNE, B.; MEFFORD, M. J. PC-ORD version 4.0., multivariate analysis of ecological data, Users guide. Glaneden Beach: MjM Software Design, 1999.

MELO, N. Áreas de exceção da Paraíba e dos Sertões de Pernambuco. Recife: SUDENE, 1988. 321 p.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Willey & Sons, 1974. 512 p.

MURPHY, P. G.; LUGO, A. E. Dry forests of Central America and Caribbean islands. In: BULLOCK, S. H; MOONEY, H. A.; MEDINA (Eds.). Seasonally dry tropical forests. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. p. 9-34.

PEREIRA, I. M. et al. Regeneração Natural em um remanescente de caatinga sob diferentes níveis de perpetuação, no Agreste paraibano. Acta Botanica Brasilica, v. 15, p. 413-426, 2001.

POWERS, J. S. et al. Diversity and structure of regenerating tropical dry forests in Costa Rica: Geographic patterns and environmental drivers. Forest Ecology and Management, v. 258, p. 959-970, 2009.

RODAL, M. J. N.; COSTA, K. C. C.; LINS-E-SILVA, A. C. B. Estrutura da vegetação caducifólia espinhosa (caatinga) de uma área do sertão central de Pernambuco. Hoehnea, São Paulo, v. 35, p. 209-217, 2008a.

RODAL, M. J. N.; MARTINS, F. R.; SAMPAIO, E. V. S. B. Levantamento quantitativo das plantas lenhosas em trechos de vegetação de caatinga em Pernambuco. Revista Caatinga, v. 21, p. 192-205, 2008b.

RODAL, M. J. N.; SAMPAIO, E. V. S. B. A Vegetação do Bioma Caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S. B. et al. (Orgs.). Vegetação e flora da caatinga. Recife: Associação de Plantas do Nordeste e Centro Nordestino de Informações sobre Plantas, 2002. p. 11-24.

SAMPAIO, E. V. S. B. Fitossociologia. In: SAMPAIO, E. V. S. B.; MAYO, S. J.; BARBOSA, E M. R. V. (Eds.). Pesquisa Botânica do Nordeste: progresso e perspectivas. Recife: Sociedade Botânica do Brasil, 1996. 224 p.

SEGURA, G. et al. Tree community structure and stem mortality along a water availability gradient in a Mexican tropical dry forest. Plant Ecology, v. 169, p. 259-271, 2003.

TER BRAAK, C. J. F. Ordination. In: JONGMAN, R. H. G.; TER BRAAK, C. J. F.; VAN TONGEREN, O. F. R. (Eds.). Data analysis in community and landscape ecology. Cambrigde: Cambridge University Press, 1995. p. 91-173.

TREJO, I.; DIRZO, R. Floristic diversity of Mexican seasonally dry tropical forests. Biodiversity Conservation, v. 11, p. 2048-2063, 2002.

VELOSO, H. P. et al. Classificação vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 123 p.

WIRTH, R; WEBER, B; RYEL, R. J. Spatial and temporal variability of canopy structure in a tropical moist forest. Acta Oecologia, v. 22, p. 235-244, 2001.

ZAR, J. H. Biostatistical analysis. 4. ed. New Jersey: Prentice-Hall, 1999. 663 p.

Publicado

2016-06-20

Cómo citar

Farias, S. G. G. de, Rodal, M. J. N., Melo, A. L. de, Silva, M. A. M., & Lima, A. L. A. de. (2016). FISIONOMIA E ESTRUTURA DE VEGETAÇÃO DE CAATINGA EM DIFERENTES AMBIENTES EM SERRA TALHADA - PERNAMBUCO. Ciência Florestal, 26(2), 435–448. https://doi.org/10.5902/1980509822745

Número

Sección

Artigos

Artículos más leídos del mismo autor/a