Crescimento de mudas de <i>Jacaranda puberula</i> Cham. em viveiro submetidas a diferentes níveis de luminosidade.

Autores

  • Lausanne Soraya de Almeida UFSM
  • Noemi da Maia
  • Adalgiza Robles Ortega
  • Alessandro Camargo Angelo

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050981870

Palavras-chave:

sombreamento, produção de mudas, floresta ripária

Resumo

Jacaranda puberula, conhecida como caroba, é uma espécie que apresenta potencial de uso para recomposição de áreas degradadas, por possuir rápido crescimento, agressividade e adaptar-se bem a solos arenosos e argilosos, ocorrendo em capoeiras e capoeirões. Com o intuito de se obter informações sobre espécies potenciais para uso em restauração de ambiente ripário foi estudado, no viveiro da prefeitura do município de Colombo, o desenvolvimento de mudas de Jacaranda puberula submetidas a 0, 30, 50 e 70% de sombreamento. Foram avaliadas as seguintes variáveis: altura (60, 90 e 120 dias) e diâmetro de coleto (90 e 120 dias) de 21 mudas e, área foliar e peso seco da raiz e parte aérea de seis mudas por tratamento, no final do experimento (120 dias após a repicagem). Mudas expostas a pleno sol apresentaram alto índice de mortalidade, portanto esse tratamento não foi discutido e comparado aos demais. O tratamento com 30% de sombreamento mostrou-se superior aos demais em todas as variáveis, sendo recomendado para a produção de mudas de Jacaranda puberula nas condições testadas. Já as menores médias das variáveis analisadas foram obtidas aos 120 dias para o sombreamento de 70%, indicando que esse tratamento não é recomendável para a produção de mudas dessa espécie em viveiro. A melhor condição para a introdução dessa espécie em uma área a ser recuperada é em clareiras (30 a 50% de sombreamento), uma vez que, na naturezas, também pode ser observado que a sua ocorrência em geral não é a pleno sol.

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Publicado

30-09-2005

Como Citar

Almeida, L. S. de, Maia, N. da, Ortega, A. R., & Angelo, A. C. (2005). Crescimento de mudas de <i>Jacaranda puberula</i> Cham. em viveiro submetidas a diferentes níveis de luminosidade. Ciência Florestal, 15(3), 331–342. https://doi.org/10.5902/198050981870

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