FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES E SERAPILHEIRA COMO INDICADORES DO EFEITO DE BORDA EM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL

Autores

  • Renata Soares dos Santos
  • Patricia Anjos Bittencourt Barreto-Garcia
  • Rafael Nogueira Scoriza

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509831603

Palavras-chave:

fragmentação, fitomassa acumulada, sazonalidade, comunidade de FMA.

Resumo

As atividades humanas causadoras de desmatamentos favorecem a fragmentação e a formação de bordas na floresta, modificando as características bióticas e abióticas do ecossistema, o que pode ser avaliado através de indicadores do solo. Com isso, o objetivo deste estudo foi avaliar o estoque de serapilheira e a comunidade de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) como indicadores do efeito de borda em um fragmento de Floresta Estacional em Vitória da Conquista, Bahia. Foram realizadas amostragens ao final de cada estação do ano. Para isso, foram delimitadas quatro faixas na direção borda-matriz (borda – 0-10 m, faixa 1 – 40-50 m, faixa 2 – 80-90 m e interior – 400 m). A serapilheira acumulada (quatro repetições por faixa) foi coletada com o auxílio de um gabarito de madeira (área 0,25 m2). Nos mesmos pontos em que se coletou a serapilheira foram coletadas amostras de solo (camada 0-5 cm) para extração dos esporos de fungos micorrízicos. O efeito de borda em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual pode alterar o estoque de serapilheira com redução de massa nos locais mais próximos da borda. A comunidade de fungos micorrízicos arbusculares apresentou a ocorrência de espécies exclusivas em determinadas faixas no gradiente borda-interior do fragmento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.

BARBOSA, V. A. et al. Fitomassa e Conteúdos de C e N da Serapilheira Acumulada de Plantios de Madeira Nova e Eucalipto no Sudoeste da Bahia. In: FERTBIO: Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, 30.; Reunião Brasileira sobre Micorrizas, 14.; Simpósio Brasileiro de Microbiologia do Solo, 12.; Reunião Brasileira de Biologia do Solo, 9.; Simpósio sobre Selênio no Brasil, 1., Maceió. Anais... [s. l.: s. n.], 2012. 1 CD.

BATISTA, M. A.; TIMMERS, J.; CUNHA, R. P. P. Os estados da Mata Atlântica: Bahia. In: CAMPANILI, M.; PROCHNOW (Org.). Mata Atlântica – uma rede pela floresta. Brasília: RMA, 2006. p. 129-141.

BRAGHIROLLI, F. L. et al. Fungos micorrízicos arbusculares na recuperação de florestas ciliares e fixação de carbono no solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 36, n.3, p. 733-743, mai./jun. 2012.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Serviço Florestal Brasileiro. Florestas do Brasil em resumo: dados de 2005 – 2010. Brasília: SFB, 2010. 156 p.

BROWN, S.; LUGO, A. L. Tropical secondary forests. Journal of Tropical Ecology, Winchelsea, v. 6, p. 1-32, 1990.

DINIZ, A. R. et al. Biomassa, estoques de carbono e de nutrientes em estádios sucessionais da Floresta Atlântica, RJ. Revista Brasileira de Ciencias Agrárias, Recife, v. 10, n. 3, p. 443-451, 2015.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3. ed. rev. ampl. Brasília: Embrapa, 2013. 353 p.

EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY. Environmental indicators: typology and use in reporting. [s. l.]: European environment Agency, 2003. 20 p.

FAHRIG, L. Effects of habitat fragmentation on biodiversity. Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics, Palo Alto, v. 34, p. 487-515, ago. 2003.

FERREIRA JÚNIOR, W. G.; SCHAEFER, C. E. G. R.; SILVA, A. F. Uma visão pedogeomorfológica sobre as formações florestais da Mata Atlântica. In: MARTINS, S. V. (Ed.). Ecologia de florestas tropicais do Brasil. 2. ed. rev. e ampl. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2012. p. 141-174.

GARCIA, P. C. M. et al. Estoque e distribuição da serrapilheira em diferentes sistemas florestais. Revista Universidade Rural, Série Ciência da Vida, Seropédica, v. 25, n. 1, p. 12-17, 2005.

GASCON, C. WILLIAMSON, G. B.; FONSECA, G. A. B. Receding forest edges and vanishing reserves. Science, New York, v. 288, p. 1356-1358, may 2000.

GERDEMANN, J. W.; NICOLSON, T. H. Spores of mycorrhizal endogone species extracted from soil by wet-sieving and decanting. Transactions of British Mycological Society, Cambridge, v. 46, p. 235-244, 1963.

GRILLI, G.; URCELAY, C.; GALETTO, L. Forest fragment size and nutrient availability: complex responses of mycorrhizal fungi in native-exotic host. Plant Ecology, Dordrecht, v. 213, p. 155-165, sep. 2012.

HARPER, K. A. et al. Edge influence on forest structure and composition in fragmented landscapes. Conservation Biology, San Francisco, v. 19, n. 3, p. 768-782, jun. 2005.

HEGER, T. J.; IMFELD, G.; MITCHELL, E. A. D. Special issue on “bioindication in soil ecosystems”: editorial note. European Journal of Soil Biology, Braunschweig, v. 9, p. 1-4, mar./apr. 2012.

HERMAN, D. J. et al. Interactions between an arbuscular mycorrhizal fungus and a soil microbial community mediating litter decomposition. FEMS Microbiology Ecology, Oxford, v. 80, p. 236-247, apr. 2012.

IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. 2. ed. rev. e ampl. Brasília: IBGE, 2012. 271 p.

JENKINS, W. R. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes from soil. Plant Disease Report, Beltsville, v. 28, p. 692, 1964.

KLEINPAUL, I. S. et al. Suficiência amostral para coletas de serapilheira acumulada sobre o solo em Pinus elliottii Engelm, Eucalyptus sp. e Floresta Estacional Decidual. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 29, n. 6, p. 965-972, nov./dez. 2005.

LAURANCE, W. F. et al. Ecosystem decay of Amazonian forest fragments: a 22-year investigation. Conservation Biology, San Francisco, v. 16, p. 605-618, may. 2002.

LAURANCE, W. F. et al. The fate of Amazonian fores fragments: a 32-year investigation. Biologial Conservation, Boston, v. 144, p. 56-67, jan. 2011.

LAURANCE, W. F. et al. Rain forest fragmentation and the dynamics of Amazonian tree communities. Ecology, New York, v. 79, p. 2032-2040, sep. 1998.

LAURANCE, W. F. et al. Rain-forest fragmentation and the phenology of Amazonian tree Communities. Journal of Tropical Ecology, Winchelsea, v. 19, p. 343-347, may 2003.

LEAKE, J. R. et al. Networks of power and influence: the role of mycorrhizal mycelium in controlling plant communities and agroecosystem functioning. Canadian Journal of Botany, Ontario, v. 82, n. 8, p. 1016-1045, 2004.

MACHADO, M. R.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; PEREIRA, M. G. Produção de serrapilheira como indicador de recuperação em plantio adensado de revegetação. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 32, n. 1, p. 143-151, jan./fev. 2008

MARTÍNEZ-GARCÍA, L. B.; MIRANDA, J. D.; PUGNAIRE, F. I. Impacts of changing rainfall patterns on mycorrhizal status of a shrub from arid environments. European Journal of Soil Biology, Braunschweig, v. 50, p. 64-67, may/jun. 2012.

NÚCLEO MATA ATLÂNTICA. A Mata Atlântica na Bahia. [2013]. Disponível em: <http://www.ceama.mp.ba.gov.br/mata-atlantica.html?id=1353>. Acesso em: 1 abr. 2013.

NUNES, F. P.; PINTO, M. T. C. Decomposição do folhedo em reflorestamento ciliar na bacia hidrográfica do rio São Francisco, Minas Gerais. Cerne, Lavras v. 18, n. 3, p. 423-431, 2012.

OEHL, F. et al. Distinct sporulation dynamics of arbuscular mycorrhizal fungal communities from different agroecosystems in long-term microcosms. Agriculture, Ecosystems & Environment, Amsterdam, v. 134, p. 257-268, dec. 2009.

PAGANO, M. C. et al. Plant-type dependente changes in arbuscular mycorrhizal communities as soil quality indicator in semi-arid Brazil. Ecological Indicators, Amsterdam, v. 11, p. 643-650, mar. 2011.

PENG, S.; GUO, T.; LIU, G. The effects of arbuscular mycorrhizal hyphal networks on soil aggregations of purple soil in southwest China. Soil Biology & Biochemistry, Elmsford, p. 57, n. 411-417, feb. 2013.

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: Ed. Rodrigues, 2001. 327 p.

RIBEIRO, M. C. et al. The Brazilian Atlantic Forest: how much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, Boston, v. 142, p. 1141-1153, jun. 2009.

RIGUEIRA, D. M. G. et al. Influência da distância da borda e do adensamento foliar sobre a abundância de plantas pioneiras em um fragmento de floresta tropical submontana na Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães (Bahia, Brasil). Acta Botânica Brasilica, Feira de Santana, v. 26, p. 1, p. 197-202, jan./ mar. 2012.

RIUTTA, T. et al. Experimental evidence for the interacting effects of forest edge, moisture and soil macrofauna on leaf litter decomposition. Soil Biology & Biochemistry, Elmsford, v. 49, p. 124-131, jun. 2012.

SANTOS, F. E. F.; CARRENHO, R. Diversidade de fungos micorrízicosarbusculares em remanescente florestal impactado (Parque Cinquentenário – Maringá, Paraná, Brasil). Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 25, n. 2, p. 508-516, abr./jun. 2011.

SCARIOT, A. Vegetação e flora. In: RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S. (Org.). Fragmentação de ecossistemas: causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA; SBF, 2003. p. 103-124.

SCHENCK, N. C.; PEREZ, Y. A manual of identification of vesicular–arbuscular mycorrhizal fungi. 2. ed. Florida: Gainesville, 1988. 241 p.

SOARES FILHO, A. O. Fitogeografia e estrutura das florestas estacionais deciduais no Brasil. 2012. 346 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2012. SPERANDIO, H. V. et al. Emprego da serapilheira acumulada na avaliação de sistemas de restauração florestal em Alegre-ES. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 19, n. 4, p. 460-467, out./dez. 2012

SMITH, S. E.; READ, D. J. Mycorrhizal symbiosis. London: Academic Press, 2008. 787 p.

STENBERG, B. Monitoring soil quality of arable land: microbiological indicators. Soil and Plant Science, Copenhagen, v. 49, p. 1-24, aug. 1999.

STÜRMER, S. L.; SIQUEIRA, J. O. Species richness and spore abundance of arbuscular mycorrhizal fungi across distinct land uses in Western Brazilian Amazon. Mycorrhiza, Adelaide, v. 21, n. 4, p. 255-267, may 2010.

VIERA, M. et al. Nutrientes na serapilheira em um fragmento de floresta estacional decidual, Itaara, RS. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 20, n. 4, p. 611-619, out./dez. 2010.

VITOUSEK, P. M.; SANFORD JÙNIOR, R. L. Nutrient cycling in moist tropical forest. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 17, p. 137-167, 1986.

VOGEL, H. L. M. et al. Efeito de borda no estoque de serapilheira e nutrientes em um fragmento de floresta nativa no Bioma Pampa-RS. Ecologia e Nutrição Florestal, Santa Maria, v. 1, n. 1, p. 46-54, jan/abr. 2013.

ZANGARO, W.; MOREIRA, M. Micorrizas arbusculares nos biomas Floresta Atlântica e Floresta de Araucária. In: SIQUEIRA, J. O. et al. (Ed.). Micorrizas: 30 anos de pesquisas no Brasil. Lavras: UFLA, 2010. p. 279-310.

Downloads

Publicado

02-04-2018

Como Citar

Santos, R. S. dos, Barreto-Garcia, P. A. B., & Scoriza, R. N. (2018). FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES E SERAPILHEIRA COMO INDICADORES DO EFEITO DE BORDA EM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL. Ciência Florestal, 28(1), 324–335. https://doi.org/10.5902/1980509831603

Edição

Seção

Nota Técnica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)