Florística, estrutura e diversidade das comunidades lenhosas de duas Matas de Galeria no Distrito Federal, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509847958

Palavras-chave:

Cerrado, Ecologia, Conservação, Fitossociologia, Zonas ripárias

Resumo

Matas de Galeria são faixas estreitas de florestas tropicais que ocorrem ao longo dos cursos d’água na região do Brasil central e são de extrema relevância para a conservação da biodiversidade, manutenção de processos ecológicos e regulação hídrica. Com o objetivo de caracterizar a vegetação lenhosa em dois trechos de matas de galeria no Distrito Federal, foi realizada amostragem em 1,0 ha, sendo 50 parcelas de 10 m x 10 m em cada trecho, onde foram mensuradas todas as árvores com DAP ≥ 5 cm. Para cada mata foram realizadas análises fitossociológicas, investigados os padrões de distribuição diamétrica e hipsométrica e analisados os índices de diversidade. Foram mensurados 1.571 indivíduos lenhosos, pertencentes a 150 espécies, dentre as quais 94 foram registradas na mata do Ribeirão (MR) e 96 na mata do Pitoco (MP). Apenas 40 espécies (26,7%) ocorreram em ambas as matas. O índice de similaridade Chao-Sorensen foi igual a 0,478, evidenciando a elevada diversidade Beta destas formações. A riqueza de espécies das duas matas está acima da média observada em outras matas de galeria no Brasil, com índice de Diversidade de Shannon (H’) igual a 3,86 para a MR e 3,96 para a MP, e a equabilidade de Pielou (J’) igual a 0,85 e 0,87, respectivamente. A distribuição diamétrica de ambas as matas apresentou padrão de J invertido, sugerindo comunidades com regeneração satisfatória. Diferenças florísticas e estruturais entre e dentro das matas, bem como a elevada riqueza encontrada, sugerem grande heterogeneidade biológica, em resposta às distintas condições ambientais dentro de cada trecho, o que reforça a importância da manutenção de corredores ecológicos para facilitar o fluxo gênico e a dispersão de espécies entre as diferentes áreas de matas de galeria.

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Biografia do Autor

Irving Martins Silveira, Instituto Brasília Ambiental; Jardim Botânico de Brasília

Engenheiro Florestal. Manejo Florestal; Conservação da Natureza; Recomposição da Vegetação Nativa; Sementes e Viveiros Florestais; Silvicultura.

Fernanda Coelho de Souza, BeZero Carbon, Londres, Reino Unido

Fernanda Coelho de Souza é Doutora em Ecologia e Mudanças Climáticas Globais (2018, Universidade de Leeds, Inglaterra). Mestre em Ciências de Florestas Tropicais (2011, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e Engenheira Florestal (2008, Universidade de Brasília). Atualmente é bolsista de Pós Doutorado em Ecologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e professora substituta no departamento de Engenharia Florestal na Universidade de Brasília, onde ministra as disciplinas de Ecologia Florestal, Metodologia de Pesquisas Florestais, Tópicos em Biodiversidade e Análises Quantitativas e Qualitativas da Vegetação. Tem experiência em Ecologia Vegetal, Dinâmica de Florestas Tropicais, Evolução, Funções Ecossistêmicas e Botânica. Tem interesse especial em tópicos envolvendo a diversidade, ciclo global do carbono e evolução.

Ricardo Flores Haidar, Universidade Federal do Tocantins

Engenheiro Florestal, Mestre em Ciências Florestais e Doutor em Ecologia com ampla experiência em quantificação de biodiversidade (alfa e beta) e biomassa em formações savânicas e florestais do Brasil Central, com enfase no bioma Cerrado e áreas de transição com Amazônia a Caatinga. Tenho interesse em pesquisas, estudos e trabalhos relacionadas à: dendrologia, ecologia de paisagens, biogeografia e manejo florestal, mapeamento da cobertura vegetal e levantamentos qualitativos e quantitativos de vegetação nativa, recuperação ambiental, relação vegetação-ambiente, uso racional de recursos florestais, carbono, conservação, cerrado sensu lato, mata de galeria, mata ciliar, floresta estacional, bioma Cerrado, ecótono Cerrado/Amazônia.

Miguel Marinho Vieira Brandão, Fundação Pró-Natureza, Brasília, DF, Brasil

Profissional na área de Meio Ambiente, é Engenheiro Florestal formado na Universidade de Brasília e exerce serviço de consultoria especializada para projetos técnicos no setor florestal. O autor atua com ênfase nas atividades de viveiros e plantio agroflorestal, recuperação de áreas degradadas e silvicultura. Possui experiência na identificação de espécies nativas nos Bioma Cerrado e áreas de transição para a Amazônia. Elabora serviço de Inventário Florestal, Plano de recuperação de Áreas Degradadas e Planos de Manejo.

Leandro de Almeida Salles, Instituto Brasília Ambiental, Brasília, DF, Brasil

Possui graduação em Engenharia Florestal (2009), Especialização em Geoprocessamento Ambiental (2012), mestrado em Ciências Florestais (2012) e doutorado em Geociências Aplicadas (2020) pela Universidade de Brasília. Teve período de experiência de doutorado sanduíche na instituição Colorado State University. É Analista de Planejamento Urbano e Infraestrutura do Governo de Distrito Federal, na especialidade de Engenharia Florestal, com atuação no Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (Brasília Ambiental). Tem experiência na área de Geociências Aplicadas e Engenharia Florestal, atuando principalmente nos seguintes temas: geoprocessamento, sensoriamento remoto, monitoramento ambiental, modelagem hidrológica, evapotranspiração, inventário florestal, recuperação de áreas degradadas, e gestão florestal. Também possui experiência no mapeamento e no monitoramento do uso do solo e de variáveis hidrológicas com aplicações de sensoriamento remoto, utilizando imagens obtidas por plataformas orbitais ou por sistemas aerotransportados por Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT/RPA/Drone)

Marcos Gabriel Durães Froes, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Brasília, DF, Brasil

Engenheiro Florestal atuante nas áreas de Inventário Florestal, Recuperação de Áreas Degradadas e serviços diversos na área ambiental

Vicente Arcela, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Graduado em Engenharia Florestal, Mestre em Botânica, Doutor em Ecologia, todos pela Universidade de Brasília - UnB. Possui experiência em inventário e dinâmica florestal, ecologia de comunidades e ecologia funcional. Possui interesse nas savanas rochosas do bioma Cerrado, com ênfase nos atributos funcionais das plantas lenhosas. No momento, trabalha como analista ambiental do IBAMA, atuando na avaliação ambiental de agrotóxicos químicos. 

Alba Valéria Rezende, Universidade de Brasília

Professora do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília desde 1991. Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (1984), mestrado em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1988) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (2002). Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Inventário Florestal e Manejo Florestal. Atua principalmente nos seguintes temas: estrutura e dinâmica de vegetação lenhosa arbórea-arbustiva, em especial no bioma Cerrado e estudos de modelos de crescimento e produção de florestas plantadas e nativas. 

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Publicado

07-06-2024

Como Citar

Silveira, I. M., Souza, F. C. de, Haidar, R. F., Brandão, M. M. V., Salles, L. de A., Froes, M. G. D., Arcela, V., & Rezende, A. V. (2024). Florística, estrutura e diversidade das comunidades lenhosas de duas Matas de Galeria no Distrito Federal, Brasil. Ciência Florestal, 34(2), e47958. https://doi.org/10.5902/1980509847958

Edição

v. 34 n. 2 (2024): Publicação Contínua

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