Influência do clima na produtividade e resposta à seca do eucalipto e uma proposta de maximização da produtividade de madeira em função dos atributos do solo no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509832690Palavras-chave:
Clima, Grupos edafoclimáticos, Tolerância à aridez da floresta, Qualidade do soloResumo
Os ganhos genéticos dos programas de melhoramento do eucalipto diminuíram em comparação com as décadas anteriores, enquanto a produtividade reduziu nos últimos anos. Essa queda é atribuída principalmente às mudanças climáticas, que, segundo estudos, têm limitado a produtividade e alterado a adaptação das espécies florestais. Além disso, considera-se que o solo é um dos componentes-chave da produção florestal e que atua diretamente na dinâmica da água e dos nutrientes para as árvores. Pretende-se avaliar, neste trabalho, os atributos dos solos que maximizam a produtividade da madeira para auxiliar as empresas silvicultoras na indicação de solos com melhor capacidade produtiva para produção de madeira. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência dos atributos do clima e do solo na produtividade da floresta de eucalipto e na resposta à seca no Brasil (tropical e subtropical) em locais com três tipos de clima: Subúmido, Úmido e Superúmido. Além disso, buscou-se calcular uma proposta de valores ótimos de atributos estáveis do solo ao longo de um ciclo/rotação da floresta para maximizar a produtividade do eucalipto. Para isso, foram instalados no Brasil 24 experimentos com 4 clones comuns em todos os experimentos para obter fortes contrastes edafoclimáticos, e, assim, medir a produtividade e a resposta à seca e descrever sua relação com os atributos dos solos. Três grupos climáticos foram avaliados: Subúmido (taxa de precipitação: evapotranspiração entre 0,5 e 1,0, Úmido (taxa de precipitação: evapotranspiração entre 1,0 e 2,5), Superúmido (taxa de precipitação: evapotranspiração entre 2,5 e 5,0). A produtividade de madeira variou entre os clones, com uma média de 1,86 sendo a faixa de variação. A interação genótipo versus ambiente (G X A) foi fortemente observada, e foi constatado que alguns clones são mais afetados pelo clima em relação a outros. Silte, CEC, MO para maximizar a produtividade da madeira foram: 54,68 %, 18,94%, 7,02%, 31,49 mmolc / dm³, 27,17 g / cm³.
Downloads
Referências
ALMEIDA, E. I. B. et al. Linha de fronteira e chance matemática na determinação do estado nutricional de pitaia. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 47, n. 4, p. 744-754, out./dez. 2016.
ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, p. 711-728, 2013. DOI: 10.1127/0941‑2948/2013/0507.
ARAUJO, H. B. Avaliação econômica de Eucalipto irrigado em diferentes cenários. 2010. Tese (Doutorado em Agronomia – Irrigação e Drenagem) - Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010.
ARAUJO, M. J. et al. Adaptability and stability of eucalypt clones at different ages across environmental gradients in Brazil. Forest Ecology and Management, Washington, v. 454, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.foreco.2019.117631.
BINKLEY, D. et al. The interactions of climate, spacing and genetics on clonal Eucalyptus plantations across Brazil and Uruguay. Forest Ecology and Management, Washington, v. 405, p. 271-283, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.foreco.2017.09.050
BLAUM, D. et al. Thinking about global warming: effect of policy-related documents and prompts on learning about causes of climate change. Discourse Processes, Washington, v. 54, n. 4, p. 303-316, 2016, DOI: 10.1080/0163853X.2015.1136169.
BREEMEN, N. V.; BUURMAN, P. Soil formation. Dordrecht: Kluwer, 1998. 376 p.
CAMPOE, O. C. et al. Climate and genotype influences on carbon fluxes and partitioning in Eucalyptus plantations. Forest Ecology and Management, Washington, v. 475, 2020. DOI : https://doi.org/10.1016/j.foreco.2020.118445.
CLAESSEN, M. E. C. (org.). Manual de método de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa; CNPS, 1997. 212 p. (Documentos, 1).
CORRÊA, A. R. et al. Aspects of the Silvopastoral System Correlated with Properties of a Typic Quartzipsamment (Entisol) in Mato Grosso do Sul, Brazil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 39, n. 2, p. 438-447, 2015. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/01000683rbcs20130691
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006.
FERRAZ, S. F. B.; LIMA, W. D.; RODRIGUES, C. B. Managing Forest plantation landscapes for water conservation. Forest Ecology and Management, Washington, v. 301, p. 58-66, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.foreco.2012.10.015
FIGUEIREDO, M. G. Retorno econômico dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na citricultura paulista. 2008. Tese (Doutorado em Engenharia de Biossistemas) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2008.
FLORES, T. B. et al. Eucalyptus no Brasil: zoneamento climático e guia para identificação. Piracicaba: Editora IPEF, 2016. 448 p.
GAZZIERO, D. L. P. et al. Resistência de amendoim-bravo aos herbicidas inibidores da enzima ALS. Planta Daninha, Londrina, v. 16, n. 2, p. 117-125, 1998.
GONÇALVES, J. L. M. et al. Mapeamento de solos e da produtividade de plantações de Eucalyptus grandis em Itatinga, SP, com uso de sistema de informação geográfica. Scientia Foretalis, Piracicaba, v. 94, p. 187-201, 2012.
HAKAMADA, R. et al. Biomass production and potential water stress increase with planting density in four highly productive clonal Eucalyptus genotypes. Southern Forests: a Journal of Forest Science, Washington, v. 79, n. 3, p. 251-257, 2017. DOI: 10.2989/20702620.2016.1256041
HOLLOWAY, J. D.; STORK, N. D. The dimensions of biodiversity: the use of invertebrates as indicator of human impact. In: HAWKSWORTH, D. L. The biodiversity of microorganisms and invertebrates: its role in sustainable agriculture. Wallingford: CAB International, 1991. p. 37-63.
INDÚSTRIA BRAILEIRA DE ÁRVORES. Brazilian Tree Industry Annual Report (2015). Brasília, DF, 2015. 77 p.
KOPPEN, W. Das geographische System der Klimate. In: KOPPEN, W.; GEIGER, G. Handbuch der Klimatologie, Teil C. Berlin: Gebruder Bornträger, 1936. p. 1-44
LACLAU, J.-P. Dynamics of soil exploration by fine roots down to a depth of 10 m throughout the entire rotation in Eucalyptus grandis plantations. Frontiers in Plant Science, Lausanne, v. 4, p. 243-250, 2013. DOI : http://doi.org/10.3389/fpls.2013.00243
MCDOWELL, N. G. Mechanisms linking drought, hydraulics, carbon metabolism, and vegetation mortality. Plant Physiology, Oxford, v. 155, p. 1051-1059, 2011. DOI: https://doi.org/10.1104/pp.110.170704
MELO FILHO, J. F. D.; SOUZA, A. L. V.; SOUZA, L. D. S. Determination of the subsurface quality index in a Cohesive Argisolic Yellow Latosol under natural forest in coastal plains. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 31, p. 1599-1608, 2007. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832007000600036
NICKELL, S. The performance of companies. Oxford: Basil Blackwell, 1995.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA. El eucalipto en la repoblacion florestal. Roma: Editora FAO, 1981. 723 p.
PIMENTEL-GOMES, F.; GARCIA, C. H. Estatística aplicada a experimentos agronômicos e florestais: Exposição com exemplos e orientações para uso de aplicativos. Piracicaba: Fealq, 2002. 309 p.
QUAGGIO, J. A.; RAIJ, B. V.; MALAVOLTA, E. Alternative use of the SMP-buffer solution to determine limerequirement of soil. Comm. Soil Science and Plant Analysis, Philadelphia, v. 16, p. 245-260, 1985.
RAIJ, B. V. et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico, 1996. 285 p. (Boletim Técnico, 100).
RAIJ, B. V.; QUAGGIO, J. A.; CANTARELLA, H. Análise química do solo para fins de fertilidade. Campinas, Fundação Cargil, 1987. 170 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2001.
RIBEIRO, C. A.; GUIMARÃES, P. T. G.; VENEGAS, V. H. A. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 5ª aproximação. Viçosa, MG: CFSEMG, 1999. 359 p.
ROSSET, J. S.; SCHIAVOAND, J. A.; ATANÁZIO, R. A. R. Chemical attributes, total organic carbon stock and humified fractions of organic matter soil submitted to different systems of sugarcane management. Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 5, p. 2351-2366, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.5433/1679-0359.2014v35n5p2351
SALA, A.; PIPER, F.; HOCH, G. Physiological mechanisms of drought induced tree mortality are far from being resolved. New Phytologist, Oxford, v. 186, p. 274-281, 2010. DOI: 10.1111/j.1469-8137.2009.03167.x
SANTOS, H. G. et al. O novo mapa de solos do Brasil: legenda atualizada. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 67 p.
SCREEN, J. A. Climate science: far-flung effects of Arctic warming, Nature Geoscience, London, v. 10, n. 4, p. 4-10, 2017.
SHATAR, T. M.; MCBRATNEY, A. B. Boundary-line analysis of field-scale yield response to soil properties. Journal of Agricultural Science, Toronto, v. 142, p. 553–560, 2004. DOI: https://doi.org/10.1017/S0021859604004642
SILVA, V. E. et al. Consequences of soil attributes on the productivity and eucalypt drought response in two climate types in Brazil. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 30, n. 1, p. 117-134, 2020a. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509833020.
SILVA, V. E. et al. Influences of edaphoclimatic conditions on deep rooting and soil water availability in Brazilian Eucalyptus plantations. Forest Ecology Management, Amsterdam, v. 455, 117673, 2020b. doi.org/10.1016/j.foreco.2019.117673
SILVA, V. E.; HERNANDEZ, F. B. T. Perspectivas para a silvicultura irrigada. Unespciência, Botucatu, v. 68, p. 15-16, 2015. DOI: http://unespciencia.com.br/2015/10/01/perspectivas-para-a-silvicultura-irrigada/
SILVA F. R.; FERREIRA F. F. Evaluation of boron extractors in soils of Ceará State, Brazil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 22, p. 471-478, 1998.
SPARLING, G. P.; SHEPHED, T. G.; KETTLES, H. A. Changes in soil organic C, microbial C and aggregate stability under continuous maize and cereal cropping, and after restoration to pasture in soil from the Manawatu region. New Zealand. Soil and Tillage, Wellington, v. 24, p. 225-241, 1992. DOI: https://doi.org/10.1016/0167-1987(92)90089-T
STAPE, J. L.; BINKLEY, D.; RYAN, M. G. Production and carbon allocation in a clonal Eucalyptus plantation with water and nutrient manipulations. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 255, p. 920-930, 2008.
STAPE, J. L. et al. The Brazil eucalyptus potential productivity project: influence of water, nutrients and stand uniformity on wood production. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 259, p. 1684-1694, 2010.
SYSTAT. Systat Version 7.0 for Windows. Chicago: SPSS, 2000.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant physiology. 3. ed. Sunderland: Sinauer Associates, 2002.
TU, C.; RISTAINO, J. B.; HU, S. Soil microbial biomass and activity in organic tomato farming systems: Effects of organic inputs and straw mulching. Soil Biology & Biochemistry, Oxford, v. 38, p. 247-255, 2006. DOI: https://doi.org/10.1016/j.soilbio.2005.05.002
WADT, P. G. S. et al. Padrões nutricionais para lavouras arrozeiras irrigadas por inundação pelos métodos da CND e chance matemática. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 37, n. 1, p. 145-156, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832013000100015.
WALWORTH, J. L.; LETZSCH, W. S.; SUMNER, M. E. Use of boundary lines in establishing diagnostic norms. Soil Science of America Journal, Madison, v. 50, p. 123-128, 1986. DOI: 10.2136/sssaj1986.03615995005000010024x
ZEPPEL, M. J. B.; ADAMS, H. D.; ANDEREGG, W. R. L. Mechanistic causes of tree drought mortality: recent results, unresolved questions and future research needs. New Phytologist, Hoboken, v. 192, n. 4, p. 800-803, 2011. DOI: 10.1111/j.1469-8137.2011.03960.x.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ciência Florestal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais poderão ou não ser enviadas ao autor.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte seja citada. Os originais não serão devolvidos aos autores.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.
