Estimativa do potencial de aproveitamento energético de biogás oriundo de reatores UASB no estado do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X91480Palavras-chave:
Tratamento de esgoto, Digestão anaeróbia, BiogásResumo
O aumento dos índices de coleta e tratamento de esgoto sanitário no Rio Grande do Sul, idealmente, deve ser pautado de forma ambiental e economicamente sustentável. A digestão anaeróbia, através de reatores UASB, torna-se, portanto, potencialmente atraente, por permitir, além do tratamento de esgoto, a geração e a coleta de biogás - biocombustível com alto teor de metano. Logo, o presente trabalho investigou a abrangência da operação de reatores UASB em território gaúcho, identificando-se que 76.5% de suas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) se valem de tecnologia anaeróbia, com 1/3 possuindo reatores UASB. Utilizando dados de automonitoramento das ETEs secionadas e através de metodologia de conversão de DQO adaptada de Lobato, Chernicharo e Souza (2012) – com incorporação de fator de oscilação da solubilidade do metano para melhor estipular as perdas em fase líquida -, estimou-se o potencial energético de geração de biogás no Estado, em três cenários distintos. Os resultados demonstram que o Rio Grande do Sul apresenta baixo potencial na temática, em função do grande número de ETEs de pequeno porte, esgotos com baixa concentração de DQO e elevadas perdas de metano na fase líquida. Estudos futuros individualizados, que versem sobre a viabilidade financeira, são necessários, englobando a perspectiva de usos menos nobres do biogás, de forma a possibilitar aporte extra de receita às ETEs do Estado.
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