Tolerância às metilxantinas e interações com o Sistema Dopaminérgico: possíveis implicações clínicas
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X26502Resumo
Trabalhos recentes sugerem que as metilxantinas poderiam interferir com a eficiência terapêutica dos neurolépticos, uma vez que a catalepsia induzida por haloperidol ou clorpromazina é revertida por metilxantinas. Todavia, estes trabalhos forem feitos através da administração aguda das drogas, o que exclui o possivel desenvolvimento de tolerância as metilxantinas. No presente trabalho fez-se uma revisão da literatura e observou-se que os estudos sobre o desenvolvimento de tolerância ás metilxantinas são poucos e, em alguns casos, controversos. Além disto, em nosso laboratório não encontramos tolerância á cafeína no tocante á estimulação da atividade locomotora e á reversão de catalepsia induzida por clorpromazina. Estes resultados demonstram a necessidade da execução de estudos clínicos bem controlados com pacientes psiquiátricos que usem drogas de ambos os grupos para determinar se as metilxantinas interferem efetivamente com a eficácia antipsicótica dos neurolépticos.
Downloads
Referências
BRADFORD, H. F. (1984). Neurochemicalbiology, Pergamon Press, New York.
CARNEY, John M. Effects of caffeine, theophylline and theobromine on scheduled controlled responding in rats. British Journal of Pharmacology, v. 75, p. 451-454, 1982.
CASAS, Miguel, FERRE, Sergi, GUIX, Teresa e JANE, Francesc. Teophylline reverses haloperidol-induced catalepsy in the rat. Biological Psychiatry, v. 24, p. 642-648, 1988.
CHAIT, L. D. e GRIFFITHS, R. R. Effects of Caffeine on Cigarrete Smoking and Subjective Response. Clinical Pharmacology and Therapeutics, v. 34, p. 612-622, 1983.
CHARNEY, D. S.; GALLOWAY, M. P. HENINGER, G. R. The Effects of Caffeine on Plasma MHPG, Subjective Anxiety, Autonomic Symptoms and Blood Pressure in Healthy Humans. Life Sciences, v. 35, p. 135-144, 1984.
CHEREK, D. R.; STEINBERG, J. L. e BRAUCHI J. T. Regular or decaffeinated coffee and subsequent human aggressive behavior. Psychiatry Research, v. 11, p.251-258, 1983.
CHEUNG, W. Y. Properties of cyclic-3,5 nucleotide phosphodiesterase from rat brain. Biochemistry, v. 6, p. 1079-1087, 1967.
CHOU, Doroty T.; KHAN, Sukur; FORDE, Jesse e HIRSH, Kenneth, R. Caffeine tolerance: behavioral, elecrophysiological and neurochemical evidence. Life Sciences, v.36, p.2347-2358, 1985.
CHRISTENSEN, A V.; ARNT, J.; HYTTEL, J; LARSEN, J. e SVENDSEN, O. Pharmacological Effects of a Specific Dopamine DI Antagonist SCH 23390 in Comparison with neuroleptics. Life Sciences, v. 34, p. 1529-1540, 1984.
COFFIN, Vicki L.; TAYLOR, Jeffrey A; PHILLIS, John W; ALTMAN, Harvey J. e BARRACO, Robin A. Behavioral interaction of adenosine and methylxanthines on central purinergic systems. Neuroscience Letters, v. 47, p. 91-98, 1984.
COLTON, T. GOSSELIN, R. E. e SMITH, R. P. The tolerance of coffee drinkers to caffeine. Clinical Pharmacology and Therapeutics, V. 9, p. 31-39, 1967.
EDDY, N. B. e DOWNS, A W. Tolerance and cross-tolerance in the human subject to diuretic effect of caffein, theobromine and Theophylline. Journal of Pharmacological & Experimental Therapeutics, v. 33, p. 167-174, 1928.
EV ANS, S. M. e GRIFFITS, R. R. Dose-related caffeine discrimination in normal volunteers: individual differences in subjective effects and self-reported cues. Behavioral Pharmacology, v. 2, p. 345-356, 1991.
FINN, Ira B. e HOLTZMAN, Stephen G. Tolerance to caffeine-induced stimulation of locomotor activity in rats. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 238, p. 542-546, 1986.
GOODMAN, L. S. e GILMAN, A. The Pharmacological Basis of Therapeutics. Sétima edição, 1985.
GOLDSTEIN, A Wakefulness caused by caffeine. Arch. F. exper. Path. u. Pharmakol., v.248, p. 269-278, 1964.
GOLDSTEIN, A; KAISER, S. and WHITBY, O. Psychotropic effects of caffeine in man. IV Quantitative and qualitative differences associated with habituation to coffee. Clinical Pharmacology and Therapeutics, v. 10, p. 489-497, 1969.
GOLDSTEIN, A; WARREN, R. and KAISER, S. Psychotropic effects off caffein in man. I. Individual differences in sensitivity to caffein-induced wakefulness. Journal of Pharmacology & Experimental Therapeutics, v. 149, p. 156-159, 1965.
GRIFFITHS, R. R.; EVANS, S. M.; HEISHMAN, S, J.; PRESTON, K. L.; SANNERUD, C. A; WOLF; B. e WOODSON, P. P. Low Dose Caffeine Discrimination in Humans. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 252, p. 970-978, 1990.
HENRY, J. P. e STEPHENS, P. M. Caffeine as an Intensifier of Stress-Induced Hormonal and Pathophysiologic Changes in Mice. Pharmacology Biochemistry & Behavior, v. 13, p. 719-727. 1980.
HESS, E. J. e CRESSE, I. Biochemical and Behavioral Studies of DI Dopamine Receptors Utilizing SCH 23390. Advances in Experimental Medical Biology, v. 204, p. 29-52, 1986.
HOL TZMAN, Stephen G. Complete, reversible, drug-specific tolerance to stimulation of locomotor activity by caffeine. Life Sciences, v. 33, p. 779-787,1983.
HYTTEL, J. e ARNT, J. Characterization of Dopamine DI and D2 Receptors. Advances in Experimental Medical Biology, v. 204, p. 15-28, 1986.
KATIMS, Jefferson J.; ANNAU, Zoltan e SNYDER, Solomon H. Interactions in the Behavioral Effects of Methylxantines and Adenosine Derivatives. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 227, p. 167-173, 1983.
LOKE, Wing Hong. Effects of caffeine on mood and memory. Physiology & Behavior, v. 44, p.367-372,1988.
MARANGOS, Paul, J., BOULENGER, Jean Philippe e PATEL, Jitendra. Effects of chronic caffeine on brain adenosine receptors: regional and ontogenetics studies. Life Sciences, v. 34, p. 899-907, 1984.
OLIVEIRA, E. M.; RUBIN, M. A; BELLOI, C. R. B.; BELLOI, M. H. B. e ROCHA, J. B. T. Effect of caffeine administration on latent learning ability of male rats in a simple maze task. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.23, p. 975-980, 1990.
SIBLEY, D, R. e MONSMA, F. J. Molecular Biology of Dopamine Receptors. Tips Reviews, v. 13, p. 61-69,1992.
SNYDER, Solomon H.; KATIMS, Jefferson J.; ANNAU, Zoltan; BRUNS, Robert F. e DALY, John W. Adenosine receptors and behavioral actions of rnethylxantines. Proceedings of The National Academy of Sciences of USA, v.78, p. 3260-3264, 1981.
STOOF, J. C. e KEBABIAN, J. W. Two Dopamine Receptors: Biochemistry, Phisiology and Pharmacology. Life Sciences, v.35, p. 2281-2296, 1984.
WATANABE, Hiroshi; lKEDA, Momiko e WATANABE, Kazuo. Development of tolerance to dopaminergic stimulating effect of theophylline in mice with unilateral striatal 6- hydroxidopamine lesions. European Journal of Pharmacology, v. 79, p. 125-128, 1982.
WATANABE, H. e URAMOTO, H. Caffeine mimics dopamine receptor agonists without stimulation of dopamine receptors. Neuropharmacology, v. 25, p. 577-581, 1986.
WAYNER, M. J.; JOLICOEUR, F. B., RONDEAU, D. B. e BARONE, F. C. Effects of acute and chronic administration of caffeine on schedule dependent and schedule induced behavior. Pharmacology Biochemistry & Behavior, v. 5, p. 343-348, 1976.
WHITE, B. C. SIMPSON, C. C. e ADAMS, J. E. Monoamine synthesis and caffeine-induced locomotor activity. Neuropharmacology, v. 17, p. 511-513, 1978.
WINSOR, A. L. e STRONGIN, E. I. A study of the development of tolerance for caffeinated beverages. Journal of Experimental Psychology, v. 16, p. 725-744, 1933.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Para acessar a DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS clique aqui.
Diretrizes Éticas para Publicação de Revistas
A revista Ciência e Natura está empenhada em garantir a ética na publicação e na qualidade dos artigos.
A conformidade com padrões de comportamento ético é, portanto, esperada de todas as partes envolvidas: Autores, Editores e Revisores.
Em particular,
Autores: Os Autores devem apresentar uma discussão objetiva sobre a importância do trabalho de pesquisa, bem como detalhes e referências suficientes para permitir que outros reproduzam as experiências. Declarações fraudulentas ou intencionalmente incorretas constituem comportamento antiético e são inaceitáveis. Artigos de Revisão também devem ser objetivos, abrangentes e relatos precisos do estado da arte. Os Autores devem assegurar que seu trabalho é uma obra totalmente original, e se o trabalho e / ou palavras de outros têm sido utilizadas, isso tem sido devidamente reconhecido. O plágio em todas as suas formas constitui um comportamento publicitário não ético e é inaceitável. Submeter o mesmo manuscrito a mais de um jornal simultaneamente constitui um comportamento publicitário não ético e é inaceitável. Os Autores não devem submeter artigos que descrevam essencialmente a mesma pesquisa a mais de uma revista. O Autor correspondente deve garantir que haja um consenso total de todos os Co-autores na aprovação da versão final do artigo e sua submissão para publicação.
Editores: Os Editores devem avaliar manuscritos exclusivamente com base no seu mérito acadêmico. Um Editor não deve usar informações não publicadas na própria pesquisa do Editor sem o consentimento expresso por escrito do Autor. Os Editores devem tomar medidas de resposta razoável quando tiverem sido apresentadas queixas éticas relativas a um manuscrito submetido ou publicado.
Revisores: Todos os manuscritos recebidos para revisão devem ser tratados como documentos confidenciais. As informações ou ideias privilegiadas obtidas através da análise por pares devem ser mantidas confidenciais e não utilizadas para vantagens pessoais. As revisões devem ser conduzidas objetivamente e as observações devem ser formuladas claramente com argumentos de apoio, de modo que os Autores possam usá-los para melhorar o artigo. Qualquer Revisor selecionado que se sinta desqualificado para rever a pesquisa relatada em um manuscrito ou sabe que sua rápida revisão será impossível deve notificar o Editor e desculpar-se do processo de revisão. Os Revisores não devem considerar manuscritos nos quais tenham conflitos de interesse resultantes de relacionamentos ou conexões competitivas, colaborativas ou outras conexões com qualquer dos autores, empresas ou instituições conectadas aos documentos.