Fluxos de CO2 em uma área de floresta tropical úmida na Amazônia Ocidental em um ano de El Niño

Autores

  • Bárbara Antonucci Universidade de São Paulo, São Carlos
  • Renata Gonçalves Aguiar Universidade Federal de Rondônia, Ji-Paraná
  • Leonardo José Gonçalves Aguiar Universidade Federal de Pelotas, Pelotas
  • Nara Luísa Reis de Andrade Universidade Federal de Rondônia, Ji-Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179460X30718

Palavras-chave:

Carbono, Microclima, Variabilidade

Resumo

O objetivo deste trabalho foi quantificar a variabilidade horária dos fluxos de CO2 em ano de El Niño, em 2015, em uma floresta tropical úmida na Amazônia Ocidental. Foram analisados dados de fluxos de CO2 coletados à 63,5 m de altura em uma torre do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia na Reserva Biológica do Jaru, composta por floresta Ombrófila Aberta. Foram utilizados dados do período seco-úmido, por convenção, os valores negativos e positivos indicam absorção e emissão de CO2, respectivamente.  A absorção de CO2 na floresta teve níveis mais elevados entre às 9 h 30 e 16 h, com valores médios entre -19 e -13 µmol m-2 s-1, no entanto o pico de absorção ocorreu às 13 h com -30 µmol m-2 s-1, haja vista, que nesse horário os raios solares são mais intensos. Em média, a Rebio Jaru absorveu mais que áreas de transição Amazônia-Cerrado, indicando que as atividades fisiológicas em Florestas Ombrófilas demandam maior quantidade de carbono. O comportamento médio diário do fluxo de CO2 apresentou maiores valores de absorção durante o período diurno do que de emissão no noturno, sendo um sumidouro de carbono, corroborando a importância da floresta na assimilação do carbono atmosférico.

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Publicado

2018-03-22

Como Citar

Antonucci, B., Aguiar, R. G., Aguiar, L. J. G., & Andrade, N. L. R. de. (2018). Fluxos de CO2 em uma área de floresta tropical úmida na Amazônia Ocidental em um ano de El Niño. Ciência E Natura, 40, 119–125. https://doi.org/10.5902/2179460X30718

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