A lírica encarcerada – A poesia testemunhal de Alex Polari

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X63982

Palavras-chave:

Alex Polari, ditadura civil-militar, literatura de testemunho, poesia.

Resumo

O presente artigo apresenta e discute criticamente aspectos dos escritos e poemas nas obras Inventário de cicatrizes (1978) e Camarim de prisioneiro (1980), de Alex Polari de Alverga, pela perspectiva da literatura de testemunho. Para tanto, selecionamos um corpus de poemas que representam, na temática e na forma, tensões sociais e históricas a partir da experiência traumática de um sobrevivente da ditadura civil-miliar brasileira (1964-1985). Como diz o próprio autor em carta sua poesia é um “vômito” de quem sobreviveu a um contexto repressivo, o qual lhe exigiu novos meios configurativos diante dos impactos da tortura. Trata-se, nesse sentido, de uma produção que busca a aproximação com a sociedade de modo a lutar contra o apagamento da violência imposta pelo regime ditatorial em questão. Para tanto, utilizaremos como apoio teórico, principalmente, Benjamin e Frantz Fanon para o debate relativo à violência e Ginzburg, Salgueiro e Seligmann para a compreensão da representação e literatura de testemunho.

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Biografia do Autor

Luan Piauhy, Universidade Estadual de Santa Cruz

Graduado em Letras com habilitação em línguas portuguesa e inglesa e suas respectivas literaturas; Mestrando em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz.

Cristiano Augusto Da Silva, Universidade Estadual de Santa Cruz

Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagens e Representações da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

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Publicado

2022-06-10 — Atualizado em 2022-06-10

Versões

Como Citar

Piauhy, L., & Da Silva, C. A. (2022). A lírica encarcerada – A poesia testemunhal de Alex Polari. Literatura E Autoritarismo, (39), 31–46. https://doi.org/10.5902/1679849X63982