Soberania e uma lavoura profana: reflexões sobre a biopolítica na prosa de Raduan Nassar

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DOI :

https://doi.org/10.5902/1679849X34323

Mots-clés :

Lavoura Arcaica, Comunidade familiar, Profanação, Soberania

Résumé

Por considerar que a narrativa do romance Lavoura Arcaica é sedimentada num contexto patriarcal, proveniente de uma cultura mediterrânea (judaico-cristã), o presente estudo objetiva refletir sobre os desdobramentos da norma que mobiliza os confrontos da comunidade familiar. Desse modo poderemos visualizar as duas partes que divergem em suas posturas: a do soberano (figura do pai) que tenta normatizar os membros do corpo por meio de um estado de exceção, e a do filho pródigo (André) que profana o espaço da lavoura, semeando a desunião dos laços da família, o que culmina com a tragédia. Assim, os fundamentos do nosso estudo partem das leituras de Esposito (2011); Agamben (2007; 2014) e Foucault (1988; 2006).

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Biographie de l'auteur

Elijames Moraes Santos, Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Estudante de Doutorado em Estudos Literários pelo Programa de Pós-graduação em Letras Universidade Federal do Pará. Bolsita Capes.

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Publiée

2019-08-25

Comment citer

Santos, E. M. (2019). Soberania e uma lavoura profana: reflexões sobre a biopolítica na prosa de Raduan Nassar. Literatura E Autoritarismo, (21). https://doi.org/10.5902/1679849X34323