Escrita e experiência do cárcere em Lima Barreto e Graciliano Ramos

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X74693

Palabras clave:

Lima Barreto, Graciliano Ramos, Confinamento, Testemunho, Memória

Resumen

Neste artigo, realizaremos uma confrontação entre O cemitério dos vivos, de Lima Barreto (1881-1922), e Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos (1892-1953). Segundo buscaremos mostrar, os dois títulos se conjugam e se opõem de diferentes maneiras, de modo que sua comparação se faz produtiva. Referentes a diferentes períodos da nossa história, O cemitério dos vivos e as Memórias do cárcere revelam processos de despersonalização, aniquilação e reestruturação do eu; narram o confronto dos escritores com uma determinada instituição disciplinar (prisional e manicomial); e podem ser lidos como testemunhos das experiências vividas no cárcere. Obras de grande força literária, elas resultam ainda de distintos trabalhos da memória e são atravessadas por diferentes forças críticas. Ao nos debruçarmos sobre elas, nos deteremos sobre as problemáticas acima citadas, buscando analisar o trabalho literário realizado por Lima e Graciliano para transmitir um acontecimento-limite refratário à linguagem.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Daniela Birman, Universidade Estadual de Campinas

Pós-doutoranda do Instituto de Estudos da Linguagem (Iel - Unicamp), sob a supervisão do professor Francisco Foot Hardman. Bolsista da FAPESP.

Citas

BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto. 8 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.

BARRETO, Lima. O cemitério dos vivos. São Paulo/Rio de Janeiro: Editora Planeta do Brasil/Fundação Biblioteca Nacional, 2004.

______________. Como o “homem” chegou. In: ____. Lima Barreto: prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. P. 1152-1166.

______________. Obras completas. São Paulo: Brasiliense, 1956. 17 v.

BENVENISTE, Emile. O vocabulário das instituições indo-européias. V. II. Campinas: Editora da Unicamp, 1995.

BLANCHOT, Maurice. L´écriture du désastre. Paris: Gallimard, 1980.

_________________. L´entretien infini. Paris: Gallimard, 1969.

_________________. O livro por vir. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

BOSI, Alfredo. A escrita do testemunho em Memórias do cárcere. In: ____. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. P. 221-237.

DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Memórias do subsolo. São Paulo: Ed. 34, 2000.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. 35 ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. 8 ed. São Paulo: Perspectiva, 2008.

LAUB, Dori. An Event Without a Witness. In: FELMAN, Shoshana; LAUB, Dori. Testimony. Londres: Routledge, 1992. P. 75-92.

MORAES, Dênis de. O velho Graça. 3 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996. RAMOS, Clara. Cadeia. Rio de Janeiro: José Olympio/Secretaria de Cultura, 1992.

RAMOS, Graciliano. Infância. 39 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.

________________. Insônia. 29 ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

________________. Memórias do cárcere. 44 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.

SELLINGMAN-SILVA, Márcio (org.). Introdução. In: ____ (org.). História, memória, literatura. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

VECCHI, Roberto. Seja moderno, seja brutal. In: FOOT HARDMAN, Francisco (org.). Morte e progresso. São Paulo: Editora da Unesp, 1998. P. 111-124.

ZARADER, Marlène. L’être et le neutre. Lagrasse: Éditions Verdier, 2001.

Publicado

2024-07-31

Cómo citar

Birman, D. (2024). Escrita e experiência do cárcere em Lima Barreto e Graciliano Ramos. Literatura E Autoritarismo, (3). https://doi.org/10.5902/1679849X74693