A simbologia da revolta em Germinal (1885) de Émile Zola

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X88422

Schlagworte:

Émile Zola, Germinal, Naturalismo, Revolta, Revolução

Abstract

Este artigo analisa o romance Germinal (1885), de Émile Zola, a partir do conceito de revolta desenvolvido por Furio Jesi, dialogando também com o pensamento marxista e os princípios do naturalismo científico. A narrativa da greve dos mineiros de Montsou é interpretada como um processo que transita entre tentativa de revolução e ato de revolta, revelando a tensão entre planejamento coletivo e impulsos insurrecionais. Através da desumanização simbólica do inimigo, do apagamento das individualidades e da formação de um herói coletivo, o romance evidencia como a insurreição adquire uma dimensão simbólica e ideológica. Além disso, analisa-se o papel do determinismo social e hereditário na construção dos personagens, especialmente Étienne Lantier, que encarna as contradições entre liderança, transformação política e vaidade pessoal. Por fim, discute-se como o fracasso material da greve não apaga os efeitos simbólicos e sociais da revolta, apontando para uma consciência coletiva emergente.

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Autor/innen-Biografien

Kassandra Naely Rodrigues dos Santos, Universidade Federal de Pelotas

Doutoranda em Letras pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na linha de pesquisa: Literatura, cultura e tradução; Mestre em Letras pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Licenciada em Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA - 2017); Discente do Curso de Especialização em Artes UAB/CAPES. (UFPel); Discente do Curso de Licenciatura em Letras - Línguas Adicionais: Inglês e Espanhol e Respectivas Literaturas (UNIPAMPA).

Milena Hoffmann Kunrath, Universidade Federal de Pelotas

Licenciada em Letras - Língua Portuguesa e Alemã, e bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É Mestre em Letras na área de Literatura Comparada pela UFRGS e Doutora em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Fez estágio de doutoramento sanduíche na Universidade de Konstanz (2014), sob orientação da Profª Drª Aleida Assmann, com bolsa da CAPES. É professora efetiva na área de alemão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desde fevereiro de 2017. É coordenadora do programa de língua alemã do Idiomas Sem Fronteiras da UFPel e do curso de Português-Alemão da UFPel. Tem experiência na área de Letras, subáreas de Literatura Alemã e Teoria da Literatura, com ênfase em memória e história.

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Veröffentlicht

2025-09-17

Zitationsvorschlag

Santos, K. N. R. dos, & Kunrath, M. H. (2025). A simbologia da revolta em Germinal (1885) de Émile Zola. Literatura E Autoritarismo, (44), e88422. https://doi.org/10.5902/1679849X88422

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