Os Limites da Fundação de Isaac Asimov: Utopia e antiautoritarismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X35794

Palavras-chave:

Literatura, Ficção Científica, Autoritarismo, Utopia, Tecnologia e Sociedade

Resumo

A partir de uma abordagem teórico-crítica este artigo problematiza as noções de ciência e tecnologia presentes no romance Limites da Fundação (1983), de Isaac Asimov, por meio de uma análise discursiva das estruturas narrativas, cronotopos e contexto e vozes sócio-políticas da obra. A obra era a continuação de uma série de contos escritos entre 1944 e 1950, depois agrupados como romances e lançados no formato de trilogia. Acreditamos que a obra Limites da Fundação, trinta anos depois da trilogia original, aborda os temas do determinismo científico e tecnológico em seus contrastes com o livre arbítrio em uma verdadeira retomada retrospectiva das visões e vozes debatidas pelo autor ao longo da obra originária. Ao confrontar suas posições anteriores à sua nova visão de mundo frente as transformações sociais das décadas que separam os romances, Asimov conseguiu dar uma especial relevância crítica e antiautoritária à obra.

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Biografia do Autor

Marcel Cesar Julião Pereira, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR

Bacharel em Psicologia pela Unviersidade Estadual de Lodrina e Mestre em Tecnologia e Socieade pela Universidade Federal do Paraná.

Gilson Leandro Queluz, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR

Possui graduação em História pela Universidade Federal do Paraná (1989) e mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná (1994). Realizou doutorado sanduíche no Departamento de História da University of Delaware(1998-1999) e concluiu o doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2000. Realizou estágio pós- doutoral em Política Científica e Tecnológica na Unicamp(2009) . Atualmente é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná no Departamento de Estudos Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia(PPGTE) da UTFPR. É membro do Comite Diretivo(2016-2018) da ESOCITE(Asociación Latinoamericana de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología) . Tem experiência na área de História, com ênfase em história da tecnologia e estudos em ciência, tecnologia e sociedade, atuando principalmente nos seguintes temas: representações de ciência e tecnologia no pensamento político brasileiro, representações de ciência e tecnologia no anarquismo brasileiro, utopias literárias e tecnologia, tecnologia e sociedade.

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Publicado

2019-01-31

Como Citar

Pereira, M. C. J., & Queluz, G. L. (2019). Os Limites da Fundação de Isaac Asimov: Utopia e antiautoritarismo. Literatura E Autoritarismo, (32). https://doi.org/10.5902/1679849X35794