Repetição, uma ética da literatura

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DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X26586

Palavras-chave:

Repetição, Resistência, Memória

Resumo

Walter Benjamin irá propor como tarefa do materialista histórico a politização da estética em contraposição à estetização da política, característica dos fascismos. Nesse sentido, é objetivo deste artigo analisar a repetição enquanto recurso estilístico que se revela como uma possibilidade de resistência estética e política. Assim, o escritor Thomas Bernhard surge aqui, através de sua arte do exagero, com uma escritura que interpela e nos faz pensar sobre a necessidade de perpetuação da memória. A escritura de
Thomas Bernhard é repetição que impede a destruição da vida e compactua com Mnemósine para sua perpetuação, para a manutenção deste arquivo fora da lei.

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Biografia do Autor

Helano Ribeiro, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS

Professor Adjunto da Universidade Federal de Pelotas

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Publicado

2017-04-10

Como Citar

Ribeiro, H. (2017). Repetição, uma ética da literatura. Literatura E Autoritarismo, (19). https://doi.org/10.5902/1679849X26586

Edição

Seção

Artigos