A deformação do sujeito no romance Sozaboy, de Ken Saro-Wiwa
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X28651Palavras-chave:
Ken Saro-Wiwa, Sozaboy, Bildung, DeformaçãoResumo
O presente artigo propõe-se a defender o argumento de que, ao contrário do que a breve história de sua recepção nos diz, não há “formação” alguma em jogo no romance Sozaboy, do escritor e ativista político e ambiental nigeriano Ken Saro-Wiwa, ao menos não segundo os termos da Bildung ou do Bildungsroman. Para apresentar o argumento em questão, o texto divide-se em dois momentos fundamentais: primeiramente, realiza uma rápida introdução ao significado histórico dos conceitos que aqui nos cabem, “formação” (Bildung) e “romance de formação” (Bildungsroman); a seguir, tomando como pano de fundo a exposição realizada, o artigo analisa o romance Sozaboy, assinalando que, menos que um “romance de formação”, Saro-Wiwa descreve um processo deformativo singular, que, como tal, pede do leitor uma outra epistemologia, uma epistemologia negativa da destruição do sujeito.
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