Sobre o problema da alteridade na Ética da Compaixão: considerações sobre a crítica de Byung-Chul Han a Schopenhauer

Autores

  • Leandro Chevitarese Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378667753

Palavras-chave:

Compaixão, Alteridade, Metafísica, Budismo

Resumo

Na filosofia de Schopenhauer, o fundamento da moral é a compaixão [Mitleid], que repousa na supressão da distinção egoísta entre minha pessoa e qualquer outro indivíduo. O filósofo contemporâneo Byung-Chul Han, em seu livro Filosofia do Zen-budismo, considera que “a compaixão (...) não se deve à identificação ou a se pôr no lugar do outro [Einfühlung]”. Ao analisar a filosofia de Schopenhauer, tendo em vista sua influência oriental e, em contraste com as concepções do zen-budismo, o autor afirma que sua ética da compaixão permanece condicionada à identificação entre o Eu e o Outro. O presente artigo pretende tratar desta crítica, considerando o problema da alteridade na Ética da Compaixão de Schopenhauer, de modo a rejeitar a ideia de que o fundamento da moral poderia ser compreendido em termos de uma identificação com a alteridade, mas compreendendo-o como uma experiência metafísica de mesmidade do ser. Por fim, pretende-se indicar qual seria propriamente o “lugar” da alteridade na obra de Schopenhauer, bem como apresentar, a partir de sua eudemonologia, os principais elementos da compreensão do autor sobre o tema.

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Referências

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Publicado

2021-12-28 — Atualizado em 2022-03-23

Versões

Como Citar

Chevitarese, L. (2022). Sobre o problema da alteridade na Ética da Compaixão: considerações sobre a crítica de Byung-Chul Han a Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 12, e16. https://doi.org/10.5902/2179378667753 (Original work published 28º de dezembro de 2021)

Edição

Seção

Schopenhauer e o pensamento universal