Freud, Lacan e Laclau: o entroncamento ardiloso entre discurso, pulsão e gozo
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378643610Palavras-chave:
Teoria do discurso, Gozo, Pulsão, Ernesto Laclau, Jacques Lacan, FreudResumo
A concepção lacaniana de sujeito cindido e descentrado e suas consequências, implicada à linguagem e ao discurso, subverteu radicalmente significativa parte do campo de estudos concernentes à discursividade. Podemos inscrever a destacada Teoria do Discurso de Ernesto Laclau como um aprofundamento dessa subversão lacaniana, incorporada a uma abrangente investigação dos processos sociopolíticos e identitários. No presente artigo, promovemos uma analítica das implicações teóricas do dispositivo psicanalítico presentes em sua Teoria do Discurso a partir de três direções: (A) os pressupostos de ‘irredutibilidade do sentido’ e a ‘lógica do significante’ como ponto de partida; (B) e a implicação da categoria ‘sujeito cindido e descentrado’ impostos a fundamentação do campo do discurso ‘para além das áreas da fala ou da escrita’; (C) O terceiro eixo, o mais explorado, articulamos a relação teórica entre ‘discurso, campo pulsional e o gozo (la juissance)’, repensado por Laclau nos limites e consequências do político. Por fim, propomos algumas formalizações como forma de demonstrar o jogo teórico explicitado.Downloads
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