O irracionalismo na teoria do conhecimento de Schopenhauer e na epistemologia de Paul Feyerabend
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378633765Palavras-chave:
Razão, Vontade, Método, IrracionalismoResumo
Este artigo pretende analisar a origem do irracionalismo presente na teoria do conhecimento de Schopenhauer e a epistemologia de Paul Feyerabend. Por um lado, Schopenhauer, atacando diretamente a filosofia hegeliana, defende que, por ser uma atividade secunda ria, não é possível a racionalidade humana conceber, entender ou explicar o real, por ser constituí do de algo que, ao menos abstratamente sob a forma de conceitos, não pode ser abstraído, mas tão somente intuído. Ele defende uma espécie de conhecimento espontâneo e, com isto, demonstra o quanto inócua é a tentativa racional de estabelecer caminhos ou métodos que o possibilitem. Por outro lado, Feyerabend postula que as grandes descobertas científicas, por surgirem na história e levando em consideração o contexto cultural de cada povo, na o foram provocadas, em sua maioria, pela observância de me todos rigorosos e definidos aprioristicamente, mas especialmente descobertos para dado campo de estudo. Sendo assim, não seria possível estabelecer me todos universais e absolutos que possam conduzir a racionalidade humana ao conhecimento do real. E quando tal acontece, estes nada mais seriam do que imposição es que objetivam muito mais a manutenção das relações de poder do que a verdadeira busca do real. Ora, embora surgidas em meios e contextos diferentes, ambos chegam a conclusa o de que a razão e secundaria e que, portanto, não se pode confiar nela para o progresso do conhecimento.Downloads
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ALAIN, Roger. Vocabulário de Schopenhauer. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
BARBOZA, Jair. Schopenhauer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
BARBOZA, Jair. Schopenhauer: a decifração do enigma do mundo. São Paulo: Moderna, 1997.
BARBOZA, Jair. A metafísica do belo de Arthur Schopenhauer. São Paulo: Humanitas / USP, 2001.
CACCIOLA, Maria Lúcia M. O. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: EDUSP, 1994.
CARDOSO, Renato César. A ideia de justiça em Schopenhauer. Belo Horizonte: Argumentum, 2008.
CARTWRIGHT, David E. Historical dictionary of Schopenhauer’s philosophy. Toronto: Scarecrow, 2005.
FEYERABEND, Paul. Contra o método. Tradução Cézar Augusto Mortari. São Paulo: UNESP, 2007.
FEYERABEND, Paul. Adeus à razão. Tradução Vera Joscelyne. São Paulo: UNESP, 2011.
JANAWAY, Christopher. Schopenhauer. Tradução Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Loyola, 2003.
JANAWAY, Christopher. The Cambridge companion to Schopenhauer. Cambridge: Cambridge Univesity, 1999.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.
OMNÉS, Roland. Filosofia da ciência contemporânea. São Paulo: UNESP, 1996.
PERNIN, Marie-José. Schopenhauer: decifrando o enigma do mundo. Tradução Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científica. Tradução Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. 2. ed. São Paulo: Cultrix; EDUSP, 1975.
RAMIREZ, Edgar Serna. El papel que tiene La intuición y el descubrimiento em La epistemoligía de Schopenhauer. In: XVII CONGRESSO DA SOCIEDADE INTERAMERICANA DE FILOSOFIA, 2013, Livro de resumos, Salvador: Quarteto, 2013, p. 157.
SAFRANSKI. Rüdiger. Schopenhauer e os anos mais selvagens da filosofia: uma biografia. Tradução William Lagos. São Paulo: Geração Editorial, 2011.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Tomo I. 2. ed. Tradução Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2015a.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Tomo II. Tradução Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2015b.
SCHOPENHAUER, Arthur. La cuadruple raíz del principio de razón suficiente. Tradução Eduardo Ovejero y Maury. Buenos Aires: Losada, 2008. (Biblioteca de obras maestras del pensamiento, 82).
SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a filosofia e seu método. Tradução Flamarion Caldeira Ramos. São Paulo: Hedra, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original.
A Voluntas é um periódico de acesso aberto sob a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0).