A 13ª Emenda enquanto projeto político de denegação de direitos à população negra
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236672586443Palavras-chave:
Encarceramento em massa, Documentário, A 13ª emenda, Colonialismo, RacismoResumo
O artigo busca discutir as questões atinentes ao encarceramento em massa da população negra a partir da análise do documentário a 13ª Emenda (Netflix, 2016), ao fazer correlações entre o Brasil e os Estados Unidos na condução de suas políticas estatais travestidas de “segurança pública”. Como justificativa, apresenta-se a necessidade constante de propagação de estudos que esclareçam a complexidade das questões raciais em países estruturados pelo colonialismo, tendo a pesquisa como questão: a comunhão de semelhanças entre os países quanto ao exercício do poder estatal punitivo contra os corpos racializados pelo colonialismo. Seus objetivos congregam esforços para discutir como o racismo opera a eleger pessoas pretas e pardas como inimigas do Estado e da sociedade, a partir dos estereótipos raciais construídos e difundidos sobre elas pela mídia hegemônica. A argumentação crítica fará reflexões sobre racismo, colonialismo e sistema de justiça, sendo Foucault (2014), Angela Davis (2016) e Silvio de Almeida (2019) alguns expoentes bibliográficos do estudo de natureza técnica qualitativa. Como resultado, sai o autor em defesa da linguagem fílmica como ferramenta para ilustração de problema central para a redução de disparidades sociais no Brasil: o racismo nosso de cada dia.
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