Século XXI – Revista de Ciências Sociais
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi
<p style="text-align: justify;">A<strong> Século XXI: Revista de Ciências Sociais</strong> é uma publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais do Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Sua missão consiste na divulgação da produção científica da área de pós-graduação em ciências sociais, com abrangência nacional e internacional. Sua política editorial contempla a divulgação de trabalhos inéditos do âmbito das ciências sociais – sociologia, antropologia e ciência política - na forma de artigos e resenhas com relevância científica e social. Seu público-alvo é constituído por docentes e pesquisadores vinculados às instituições de pesquisa e pós-graduação da área de ciências sociais. Seus artigos são inéditos e podem ser publicados em português, espanhol, inglês e francês.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>eISSN 2236-6725 | Qualis/CAPES (2017-2020) = B1</strong></p>Universidade Federal de Santa Mariapt-BRSéculo XXI – Revista de Ciências Sociais2179-8095<p style="text-align: justify;">Autores que publicam na Século XXI: Revista de Ciências Sociais concordam com os seguintes termos:</p><ol type="a"><li><p style="text-align: justify;">Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p></li><li><p style="text-align: justify;">Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</p></li><li><p style="text-align: justify;">Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</p></li></ol>A contribuição científica da Sociologia à efetividade do distanciamento social na Pandemia de Covid-19
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90509
<p>Ao situar aspectos específicos da pandemia de Covide-19, quanto ao seu devastador efeito na vida, na integridade física das pessoas e nos diferentes sistemas da sociedade, este artigo tem busca apresentar uma pesquisa de caráter quantitativo e qualitativo, com relação à contribuição da sociologia, como ciência, para a eficiência do “distanciamento social”, como forma de contenção da disseminação do vírus e propagação da doença. Partindo do pressuposto de que o “isolamento” social, como demonstra o nome, não é apenas uma prática biomédica, mas também social, a pesquisa investigou a totalidade dos artigos científicos, brasileiros, pertinentes ao Extrato A1 (CAPES), constantes no Portal de Periódicos de sociologia e de ciências sociais. O extrato A1, representou 788 artigos perfazendo uma amostra de 16,6%, considerando todo o universo de publicações em dois anos, considerando o auge da pandemia no Brasil.</p>Luã Rodrigues SilveiraLéo Peixoto Rodrigues
Copyright (c) 2024 Luã Rodrigues Silveira, Léo Peixoto Rodrigues
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-2714218520810.5902/2236672590509Antropologia e usos da história
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90507
<p>Este artigo trata de usos da história feitos na e pela antropologia e dos potenciais analíticos de pensar a partir de lógicas que não seguem uma linha temporal ascendente. Discute como algumas teorias clássicas utilizaram, prescindiram ou analisaram a história em suas abordagens espitêmológico-metodológicas. Além disso, também explora “outras historicidades” (Schwarcz, 2005), análises antropológicas que repensam as relações entre passado, presente e futuro. Proponho pensar em um caso em que os sujeitos não apenas vivenciam a história não-linear, mas a instrumentalizam como forma de resistência. Me refiro ao Movimento Zapatista, formado por indígenas do sudeste do México. Com base em duas fases de pesquisa etnográfica — uma documental outra presencial e realizada no estado de Chiapas (2016-2017) —, analiso como seus discursos e projetos embaralham os tempos de duas maneiras: na primeira, passado e presente são indistinguíveis nos comunicados que tratam de história; na segunda, o futuro vive no presente e na construção de um projeto para sobreviver ao fim do mundo, mobilizando emoções e criando alternativas.</p>Júnia Marúsia Trigueiro de Lima
Copyright (c) 2024 Júnia Marúsia Trigueiro de Lima
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-2714220922610.5902/2236672590507Poder e dominação no “andar de cima” do mundo rural brasileiro
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90497
<p>O dossiê <strong>Poder e dominação no “andar de cima” do mundo rural brasileiro na revista Século XXI</strong> é fruto de um Grupo de Trabalho no X Encontro da Rede de Estudos Rurais, em São Carlos (SP) em 2023. Nesse 1º volume os artigos trazem diversidade de pesquisas que instigam renovadas agendas sobre as elites e classes dominantes do mundo rural: de antigas fazendas, genealogias de oligarquias rurais até as modernas exposições e <em>lives</em> do agronegócio. Sob diferentes formas, os textos que vêm a público demonstram que produzir ciência social sobre as elites implica em produzir desencantamentos sobre conflitos que dissimulam formas de dominação e violências na sociedade brasileira contemporânea.</p>Valdênio Freitas MenesesMarcos Botton Piccin
Copyright (c) 2024 Valdênio Freitas Meneses, Marcos Botton Piccin
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-27142010810.5902/2236672590497O Estado brasileiro e a acumulação fundiária no Nordeste sucroalcooleiro
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90498
<p>Nesse artigo daremos enfoque ao papel relevante desempenhado pelo Estado brasileiro para garantir a implantação da usina Santa Maria no início da década de 1930 e, especialmente, sua expansão fundiária durante a segunda metade da ditadura militar (1964-1985) através de recursos do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). O caso analisado é bastante representativo de tais relações estatais e proprietários de terras no Nordeste do Brasil. Foi instalada, em 1931, por Francisco de Assis Pereira de Mello e vendida, em 1952, para Solon Lyra Lins, que a comandou até o período de sua falência em 1992. A análise realizada através do uso de documentos do setor administrativo da usina Santa Maria e com base em dados secundários sobre a produção de açúcar e de álcool, demonstra o processo de ampliação e acumulação de capital objetivado, essencialmente, em patrimônio fundiário durante a direção de seu segundo proprietário. Em seguida, as terras, outrora adquiridas com subsídios e créditos estatais, foram desapropriadas pela União a partir de 1997 para fins de reforma agrária, servindo, dessa maneira, como um caso ímpar para compreensão de contextos de mudança estrutural que fez do latifúndio da plantation canavieira, dez assentamentos rurais.</p>Caterine Soffiati CabralPatrícia Alves Ramiro
Copyright (c) 2024 Caterine Soffiati Cabral, Patrícia Alves Ramiro
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-27142092610.5902/2236672590498Construindo a hegemonia no Oeste da Bahia
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90499
<p>Com o aporte da Teoria do Discurso e da Análise dos Marcos Interpretativos, este artigo traz resultados da análise das estratégias discursivas do bloco dos “baiúchos” (“baianos” + “gaúchos”) no Oeste da Bahia, para construção de sua hegemonia, no período entre 2008 e 2022. O Cerrado baiano, historicamente ocupado por comunidades tradicionais, ao experimentar, em finais de 1970, a revolução verde conformada com a chegada de produtores sulistas “gaúchos”, vivenciou a uma profunda reconfiguração agrária, social, cultural e ambiental que foi acompanhada de grilagem de terras, violências e expulsões. O processo de desterritorialização e degradação socioambiental se exacerba no século XXI com a legalização do desmatamento e da retirada das águas, incentivada pelo Estado, visando à ampliação da fronteira agrícola do Matopiba. A análise da trajetória das estratégias discursivas do bloco dos “baiúchos” demostra a eficácia na construção de sua hegemonia nos territórios e na sua influência, em âmbito nacional e internacional, ao conseguir articular suas demandas à identidade de “quem mais preserva o meio ambiente”, principalmente por meio de intervenções educativas junto a comunidades tradicionais de Fecho de Pasto e de sua habilidade de converter o desmatamento e a apropriação das águas em política de Estado.</p>Liza UemaJorge Osvaldo Romano
Copyright (c) 2024 Liza Uema, Jorge Osvaldo Romano
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-27142275110.5902/2236672590499Terra e gado na economia estancieira do Rio Grande do Sul (1985-2022)
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90500
<p>Este artigo analisa as reconfigurações da economia estancieira na região sudoeste do Rio Grande do Sul, com destaque para dois períodos distintos: 1985-1996 e 1997-2022. Utilizando uma abordagem da economia política das mudanças agrárias, investiga-se o reposicionamento dos estancieiros em meio a transformações globais e locais, com ênfase na propriedade da terra e do gado. A pesquisa se baseia em dados secundários, entrevistas e observação direta, destacando a influência de ajustes liberais e reivindicações regionais no estado brasileiro, bem como a demanda internacional por commodities e terras. Observa-se a transição de uma matriz agropecuária baseada na criação extensiva de gado para a expansão da sojicultura e silvicultura, influenciada pelas articulações entre interesses patronais regionais e políticas setoriais em diferentes níveis de governo, mesmo diante das críticas de setores da sociedade civil. O artigo contribui para a compreensão das dinâmicas de classe e poder nos mercados agropecuários em países de capitalismo dependente, contextualizadas nos cenários históricos e econômicos de transição do desenvolvimentismo para o neoliberalismo. Conclui-se que a conservação do patrimônio fundiário segue como recurso fundamental para o acoplamento dos estancieiros enquanto fração das classes dominantes no interior dos mercados agropecuários sul-rio-grandenses e das disputas nacionais pela apropriação de fundos públicos.</p>Francis Casagranda Zanella
Copyright (c) 2024 Francis Casagranda Zanella
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-27142529010.5902/2236672590500Agro a galope
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90501
<p class="Textbody" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph; margin: 3.0pt 0cm 3.0pt 0cm;"><span style="font-size: 11.0pt; color: black;">Este artigo visa explicitar a linguagem alegórica ligada às formas de enunciação política de associações patronais de sojicultores em suas bases no Mato Grosso e na capital federal. A perspectiva etnográfica permite identificar estereótipos mobilizados na disputa pela “agricultura” travada entre a concertação política do agronegócio e os movimentos camponeses e povos e comunidades tradicionais. A alegoria do “gaúcho”, especialmente a imagem do herói a cavalo, corresponde a essa arma discursiva de poder que, operando enquanto estereótipo, tende a marcar a ausência de algo desejável no seu objeto que é justamente o “trabalho braçal” ou práticas laborais ligadas à rusticidade camponesa. A incorporação do cavalo nessas performances públicas, assim como o uso de “fronteira” para designar as áreas de interesse da plantation contemporânea, são mensagens reveladoras da persistência da guerra de conquista colonial.</span></p>Luciana Schleder Almeida
Copyright (c) 2024 Luciana Schleder Almeida
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-271429110810.5902/2236672590501Agrojuventude, subjetivação e engajamento na sociedade do agronegócio
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90503
<p>No final dos anos 2000, a confluência de interesses de parte do patronato rural e da agroindústria levou ao investimento em campanhas midiáticas de valorização do <em>agro</em> enquanto símbolo de brasilidade. Além da criação e colonização de inúmeras expressões da língua portuguesa, tal esforço deu início à estruturação de uma potente engrenagem produtora de significações que, ao reafirmar o sentido positivo do termo, com o tempo se autonomizou do controle e intenção original de seus proponentes. Por trás deste movimento de captura - material, cultural, simbólica, linguística, psíquica - encontra-se em curso a fabricação de uma “cosmologia <em>agro</em>” inclusiva e totalizante, com o próprio signo mobilizando pertencimentos entre quem habita a “sociedade do agronegócio” ou nela se vê incluída compulsoriamente. Ocorre que, embora mantenha uma estrutura extremamente hierarquizada, além da contínua segmentação e geração de espaços de socialização, nela há lugar para potenciais novos habitantes se engajarem. Com base em tal constatação, e através da imersão no principal meio por onde circula o emblema <em>agro</em> (a internet), hoje poderoso mediador de encontros atravessados por “agrosociabilidades”, o texto descreve como se dá a diferenciação de ambientes partilhados pela <em>agrojuventude</em>.</p>Cleyton Gerhardt
Copyright (c) 2024 Cleyton Gerhardt
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-2714210913810.5902/2236672590503Renovação política geracional
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90508
<p>Nas democracias contemporâneas, em que o sistema político é caracterizado pela competitividade, a transmissão hereditária do poder é um fenômeno paradoxal. Primeiro, porque fica subentendido que as democracias se caracterizam pela rotatividade, alternativa e oxigenação do poder; segundo, que essa oxigenação não deveria ocorrer por meio de processos de renovação na linhagem familiar, através de renovação política geracional, porque induz ao processo de oligarquização política. A renovação política geracional, ao tempo que não oxigena o poder, alimenta a formação de dinastias políticas familiares, potencializando modelos democráticos oligárquicos. É este fenômeno político que se constata neste estudo de caso. Mesmo não havendo transmissão hereditária legal, famílias políticas ocupam posições em diversas instâncias e por várias gerações, em estados e municípios, o que potencializa à construção e reprodução de linhagens familiares, por meio de ações reticulares, muitas delas perfazendo décadas na ocupação de cargos políticos eletivos, como nos casos em questão. Este trabalho objetiva entender como se constrói o processo de sucessão geracional e a transmissão hereditária do poder em um município de médio porte – Campina Grande – na Paraíba. Para tanto, utilizou-se pesquisa bibliográfica pertinente ao tema, além de dados biográficos e genealógicos, encontrados no CPDOC da FGF e em sites diversos.</p>José Marciano MonteiroRicardo Costa de OliveiraMônica Helena Harrich Silva Goulart
Copyright (c) 2024 José Marciano Monteiro, Ricardo Costa de Oliveira, Mônica Helena Harrich Silva Goulart
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-2714213916110.5902/2236672590508Um farol para o Brasil
https://periodicos.ufsm.br/seculoxxi/article/view/90505
<p>Este trabalho visa contribuir na análise sobre a ação política das elites e classes dominantes do campo brasileiro. Especificamente busca-se compreender a afirmação hegemônica de frações dominantes da agropecuária paulista ao longo do tempo. Para tanto, analisaremos o surgimento e organização inicial da Sociedade Rural Brasileira (SRB), considerando sua composição interna, o perfil de suas lideranças e as formas de ação desencadeadas pela entidade naquele contexto. Ainda que tenha epíteto nacional, esta entidade centenária foi criada em 1919 no estado de São Paulo, sendo composta sobretudo por setores da elite agropecuária deste estado. A pesquisa tem como base metodológica análise documental, de caderno de campo e de entrevistas semi-estruturadas. Os processos políticos desenvolvidos pela Sociedade Rural Brasileira no contexto em análise ajudam a projetar estas frações dominantes da agricultura e da agroindústria de São Paulo como uma direção intelectual e moral da classe ao longo do tempo. Isso auxiliou na construção política do agronegócio brasileiro, destacando o protagonismo de São Paulo como <em>celeiro de líderes</em> deste modelo a nível nacional, como a <em>intelligentsia</em> do setor no Brasil.</p>Felipe Ferrari da CostaMarilda Aparecida de Menezes
Copyright (c) 2024 Felipe Ferrari da Costa, Marilda Aparecida de Menezes
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0
2024-12-272024-12-2714216218410.5902/2236672590505