Edgard Roquette-Pinto e a Reabilitação do “Homem Brasiliano”
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236672586438Palavras-chave:
Roquette-Pinto, Teorias raciais, Mestiçagem, Antropologia, População brasileiraResumo
Este artigo analisa a trajetória científica e intelectual de Edgard Roquette-Pinto, em especial suas tentativas de provar, dentro dos paradigmas raciais (e racistas) vigentes no Brasil no início do século XX, que a população brasileira não era “inferior” ou “degenerada” como afirmavam as teorias então em voga. A metodologia aqui utilizada é baseada em revisão bibliográfica e documental, abrangendo as obras do referido autor, suas biografias, comentadores de seus trabalhos e documentos como atas de congressos, reuniões e relatórios científicos. Os resultados tentam argumentar que, apesar sua obra aparecer muitas vezes como paradoxal (pois se utilizava da mesma linguagem e métodos dos teóricos raciais), boa parte de sua carreira acadêmica foi dedicada a reabilitar e dignificar a nossa miscigenada população frente aos que a detratavam.
Downloads
Referências
Io CONGRESSO BRASILEIRO DE EUGENIA. Actas e trabalhos. Rio de Janeiro, 1929.
FARIA, L. de C. A contribuição de E. Roquette-Pinto para a Antropologia Brasileira. Universidade do Brasil, Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1959.
FREYRE, G. Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo, Editora Global, 48o edição, 2003. [1a edição 1933]
GOUVÊA FILHO, P. Edgard Roquette-Pinto: o antropólogo e educador. Ministério da Educação e Cultura, Instituto Nacional de Cinema Educativo, Rio de Janeiro, 1955.
KERN, G. S. As proposições eugenistas de Roquette-Pinto: uma polêmica acerca do melhoramento racial no Brasil. Anais do XXIX Simpósio Nacional de História. ANPUH, Brasília, 2017.
LACERDA, J. B de. Sur les métis au Brésil. Premier Congrès Universel des Races. Paris, 1911. Disponível em https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/35/1/Surlesmetis%20cdr.pdf. Acesso em 20 jan. 2022.
RANGEL, J. A. Edgard Roquette-Pinto. Recife, Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massagana, 2010.
ROQUETTE-PINTO, E. Ensaios de Anthropologia Brasiliana. Bibliotheca Pedagógica Brasileira, Companhia Editora Nacional, 1a edição, São Paulo, 1933.
ROQUETTE-PINTO, E. Rondônia. Bibliotheca Pedagógica Brasileira, Companhia Editora Nacional, 3a edição, São Paulo, 1935.
ROQUETTE-PINTO, E. Relatório da excursão ao litoral e à região das lagoas do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Gráfica da Universidade do Rio Grande do Sul, 1962.
SCHWARCZ, L. K. M. O Espetáculo das Raças: Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil 1870-1930. Companhia das Letras, São Paulo, 1993.
SEYFERTH, G. João Batista de Lacerda: A Antropologia Física e a Tese do Branqueamento da Raça no Brasil. Departamento de Antropologia do Museu Nacional, Rio de Janeiro, datilografado, s.d.
SOUZA, V. S. Retratos da nação: os ‘tipos antropológicos’ do Brasil nos estudos de Edgard Roquette-Pinto, 1910-1920. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas, v.7, n.3, 2012, p. 645-669.
TAMANO, Luana Tieko Omena. O Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia (1929): as discussões em torno da eugenia no Brasil. Tempo (Niterói). Volume 28, n.3, 2022, p. 32-55.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Tiago Nogueira Hyra e Chagas Rodrigues
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam na Século XXI: Revista de Ciências Sociais concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
