Auditoria em cooperativas de crédito brasileiras: sobre a contratação de uma Big Four e a Lei de Benford
DOI:
https://doi.org/10.5902/2359043274416Palavras-chave:
Cooperativas de crédito, Auditoria, Big Four, Lei de BenfordResumo
Apesar das cooperativas de crédito serem controladas pelos cooperados, existe a possibilidade de delegação do poder de decisão à um gestor que deve seguir os interesses deles. Uma das formas de monitoramento das atividades deste gestor é através da contratação de uma empresa de auditoria que pode ou não pertencer ao grupo Big Four. Então, o objetivo deste estudo é analisar as características das cooperativas de crédito que optaram pela contratação de uma Big Four e verificar se existe potencial redução na possibilidade de ações discricionárias destas cooperativas através da aplicação da Lei de Benford. Para isso foram utilizados dados das 392 cooperativas que informaram seus auditores ao Banco Central do Brasil em 2021. Os resultados indicam que apenas 26,7% destas são auditadas por uma Big Four e isso não reduz a probabilidade delas serem capturadas pela Lei de Benford, ou seja, não reduz a probabilidade de haver intervenções nos dados.
Downloads
Referências
BARNEY, B. J.; SCHULZKE, K. S. Moderating “cry wolf” events with excess MAD in Benford's Law research and practice. Journal of Forensic Accounting research, v. 1, n.1, p. 66-90, dez. 2016. https://doi.org/10.2308/jfar-51622.
BARTON, D. What is a cooperative? In. COBIA, D. W. (ed.) Cooperatives in agriculture. Englewood Cliffs, New Jersey: Regente/Prentice Hall. 1983, p. 1-20.
BENFORD, F. The law of anomalous numbers. Proceedings of the American philosophical society, v. 78, p. 551-572, 1938.
BIALOSKORSKI, S. N.; BARROSO, M. F. G.; REZENDE, A. J. Governança cooperativa e sistemas de controle gerencial: uma abordagem teórica de custos da agência. Brazilian Business Review, v. 9, n. 2, p. 72-92, 2012. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/1230/123023052004.pdf. Acesso em: 23 fev. 2023.
BRASIL. Lei n. 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 16 de dezembro de 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.htm. Acesso em: 23 fev. 2023.
BRASIL. Lei Complementar n. 130/2009, de 17 de abril de 2009. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e revoga dispositivos das leis nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 17 de abril de 2009. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp130.htm. Acesso em: 23 fev. 2023.
CANASSA, B. J.; COSTA, D. R. M.; BONACIM, C. A. G. Transformações na Estrutura de Propriedade em Cooperativas de Crédito: Taxas de Serviços Bancários e Expectativas de Membros e Diretores. BBR -Brazilian Business Review, v. 19, n. 6, p. 607-625, 2022. doi:10.15728/bbr.2022.19.6.2.pt
COOK, M. L., The future of US agricultural cooperatives: A neo-institutional approach. American journal of agricultural economics, v. 77, n. 5, p. 1153-1159, 1995.
CUNHA, F. C. R. D. Aplicações da lei Newcomb-Benford à auditoria de obras públicas. 2013. 486 p. Dissertação (Mestrado em Regulação e Gestão de Negócios) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2013.
CMN (Conselho Monetário Nacional). Resolução do Conselho Monetário Nacional n. 4887/2021. Dispõe sobre auditoria cooperativa das cooperativas de crédito. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=RESOLU%C3%87%C3%83O%20CMN&numero=4887. Acesso em: 23 fev. 2023.
DOMENCICH, T. A.; MCFADDEN, D. Urban travel demand: a behavioral analysis. 93. ed. Universidade da Califórnia: North-Holland Publishing Company, 1975, 215 p.
DRAKE, P. D.; NIGRINI, M. J. Computer assisted analytical procedures using Benford's Law. Journal of Accounting Education, v. 18, n. 2, p. 127-146, 2000. doi:10.1016/S0748-5751(00)00008-7.
DUARTE, L. M. et al. Percepção de auditores sobre o risco operacional em cooperativas de crédito brasileiras. Revista de Gestão e Organizações Cooperativas, v. 9, n. 17, p. 1-36, 2022. doi:10.5902/2359043263558.
FÁVERO, L. P.; BELFIORE, P. Manual de análise de dados: estatística e modelagem multivariada com Excel®, SPSS® e Stata®. Elsevier Brasil, 2017.
FORSTER, R. P. Auditoria contábil em entidades do terceiro setor: uma aplicação da Lei Newcomb-Benford. 2006. 65 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2006. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/5956. Acesso em: 23 fev. 2023.
GONÇALVES, C. M.; BRESSAN, V. G. F.; SOUZA, G. H. D. Determinantes da livre admissão de associados em cooperativas de crédito brasileiras. Revista Ambiente Contábil, v. 16, n. 1, p. 199-218, 2024. doi: 10.21680/2176-9036.2024v16n1ID32843.
HUMPHREY, C.; LOFT, A.; WOODS, M. The global audit profession and the international financial architecture: Understanding regulatory relationships at a time of financial crisis. Accounting, organizations and society, v. 34, n. 6-7, p. 810-825, 2009.
IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). Código das melhores práticas de governança para cooperativas. 5. ed. São Paulo, SP: IBGC, 2015, 108 p.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, v. 3, n. 4, p. 305-360, 1976. doi:10.1016/0304-405X(76)90026-X.
LE, T.; LOBO, G. J. Audit quality inputs and financial statement conformity to benford’s law. Journal of Accounting, Auditing & Finance. v. 37, n. 3, p. 586-602, 2020. doi:10.1177/0148558x20930467.
MACIEL, A. P. B. et al. Governança em Cooperativas: Aplicação em uma Cooperaiva Agropecuária. Revista de Administração Contemporânea, v. 22, n. 4, p. 600-619, 2018. doi:10.1590/1982-7849rac2018170228.
MAIA, L. L. et al. Análise da eficiência técnica em cooperativas de crédito com base em operação e risco. Enfoque: Reflexão Contábil, v.39, n.2, p.59-78, 2020. doi: 10.4025/enfoque.v39i2.45808.
NIGRINI, M. J.; MITTERMAIER, L. J. The use of Benford's law as an aid in analytial procedures. Auditing, v. 16, n. 2, 52 p., 1997.
OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Manual de Boas Práticas de Governança Cooperativa. Brasília, DF: OCB, 2016. Disponível em: http://www.ocesc.org.br/documentos/manual_boas_praticas.pdf. Acesso em: 23 fev. 2023.
PAPANIKOLAOU, N. I.; GRAMMATIKOS, T. Applying Benford’s law to detect accounting data manipulation in the banking industry. Journal of Financial Services Research, v. 59, p. 115-142 2021. https://doi.org/10.1007/s10693-020-00334-9.
SCHAEFER, V.; BITTENCOURT, S. A. M. Auditoria independente: Um estudo dos motivos de contratação pelas pequenas e médias cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. Anais do USP Int. Conference in Accounting, São Paulo, SP, Brasil, 2018.
VARIAN, H. R. Benford’s law. The American Statistician, v. 26, n. 3, p. 65-66, 1972.
ZYLBERSZTAJN, D. Quatro estratégias fundamentais para cooperativas agrícolas. In: BRAGA, M. J.; REIS B. S. (Org.) Pensa. 2002, p. 1-20. Disponível em: http://pensa.org.br/working-papers/quatro-estrategias-fundamentais-para-cooperativasagricolas/. Acesso em: 23 fev. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Ricardo Theodoro, Flávia Zancan, Denise Espich, Davi Rogério de Moura Costa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).