Revista de Gestão e Organizações Cooperativas

Cooperativismo de plataforma como alternativa ao desenvolvimento econômico pós-Covid-19: evidências do Brasil

Alexandre Borba da Silveira, Douglas Wegner, Jefferson Marlon Monticelli — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

A pandemia de Covid-19 transformou significativamente a população mundial ao acelerar as mudanças sociais, econômicas, de mercado e tecnológicas. Nesse contexto, a economia compartilhada tem promovido modelos de negócios alternativos, que transcendem o capitalismo tradicional em um movimento digital disseminado por indivíduos, comunidades e plataformas que aproximam organizações, consumidores e fornecedores. Nosso estudo tem por objetivo identificar e mapear como plataformas digitais baseadas em princípios cooperativos podem desenvolver a economia compartilhada. Desenvolvemos pesquisa qualitativa exploratória utilizando a netnografia como procedimento metodológico. Primeiramente, discutimos a economia compartilhada baseada em plataformas digitais que fomentam a cooperação. Em seguida, descrevemos como o cooperativismo de plataforma pode ser uma alternativa ao ethos individualista da economia compartilhada. Por fim, discutimos alternativas com impactos sociais e econômicos para solucionar problemas de emprego e renda após a pandemia de Covid-19. A pesquisa contribui para as diversas iniciativas e aplicações cooperativas emergentes em um país em desenvolvimento.

Cooxupé e o desafio da agregação de valor: oportunidades a partir da emergência climática

Rafael Pastre, Bianca Muniz Corrêa — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

A partir de modelos dinâmicos de evolução tecnológica, aplicados aos princípios fundamentais identificados pelos clássicos da Organização Industrial, foi possível identificar as vantagens competitivas e as estratégias adotadas pelas grandes corporações do agronegócio brasileiro em ascensão no exterior. No caso das empresas que conseguiram atender diretamente outros mercados, foi fundamental a estratégia de “nicho ambiental”, estabelecendo uma série de certificações e arranjos territoriais de uso e ocupação do solo no Brasil e validada por meio de parceria/aquisição de empresas no país alvo, contornando assim o protecionismo comercial aplicado aos produtos de origem agropecuária. Essas parcerias foram conquistadas a partir do poder de mercado das empresas brasileiras, tanto como compradoras (monopsônio regional de originação, oferta de crédito, orientação técnica, insumos e armazenagem), quanto como vendedoras (eficiência logística e ganhos de escala). Argumenta-se neste trabalho que a Cooxupé compartilha de todas essas vantagens, com um elemento adicional: Os mercados consumidores de café são muito mais exigentes e diversificados, o produto em si apresenta maior especificidade e variabilidade, além de que nossos concorrentes apresentam menor capacidade de enfrentar as novas demandas em um contexto de crescente preocupação com os efeitos do aquecimento global. Investiga-se sua oportunidade de verticalização e internacionalização comercial.

Evolução e classificação da qualidade das práticas de governança e gestão: um estudo nas cooperativas do estado de Santa Catarina (Brasil)

João Vanio Mendonça Cardoso, Silvio Parodi Oliveira Camilo — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

Contexto: A governança corporativa surgiu da necessidade de proteger os acionistas dos abusos da diretoria executiva das empresas, da inércia dos conselhos de administração e das falhas das auditorias. As cooperativas vêm aderindo às práticas de boa governança, buscando, com isso, melhorar o desempenho e a sustentabilidade. Objetivo: este estudo objetiva analisar como se apresenta a evolução da qualidade das práticas de governança e gestão das cooperativas do estado de Santa Catarina, e classificá-las segundo o nível de governança e gestão. Método: com o intuito de alcançar o objetivo da pesquisa, adotou-se uma pesquisa com abordagem quantitativa e de caráter descritiva. O procedimento adotado foi a pesquisa de levantamento, com dados obtidos na base de dados do SESCOOP-SC das cooperativas que participam do PDGC. Resultados: os resultados apontam para uma correlação na evolução entre a governança e a gestão. Também demonstram que a maioria das cooperativas 66,95% estão classificadas nos clusters avançado e em consolidação quanto à qualidade da governança e da gestão.

O cooperativismo em Mato Grosso: um estudo de sua evolução de 1973 a 2021

Anderson Nunes de Carvalho Vieira, Dirceu Basso — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

Este estudo teve por objetivo geral descrever o atual cenário do cooperativismo no estado desde seu surgimento até 2021. Tal objetivo foi traçado com a finalidade de responder a seguinte problemática de pesquisa: Qual o cenário atual do cooperativismo em Mato Grosso desde seu surgimento em 1973 até 2021? Esta pesquisa se demonstrou importante no sentido de propor uma descrição e posteriormente uma discussão sobre a evolução do cooperativismo em um estado onde o agronegócio é extremamente dominante do ponto de vista econômico e agrícola. Como parte dos resultados foi encontrado que o cooperativismo está em plena ascensão no estado de Mato Grosso, porém ainda necessita transpor obstáculos que vão desde a adesão de novos cooperados e estabelecimentos rurais até a diversificação destes com base nos ramos e segmentos do cooperativismo.

Perspectivas e tendências de adaptação do cooperativismo aos desafios do tempo atual: exemplos de gestão no sistema Sicoob Central Norte

Fernanda Amaral Figueiredo, Elizete Gonçalves Barbosa — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

Quais práticas de gestão possibilitam a sustentabilidade das cooperativas de crédito no Brasil? Dessa problemática, delineou-se o objetivo geral apresentar a consolidação dos instrumentos administrativos de gestão que viabilizem o crescimento deste ramo cooperativo no mercado. A pesquisa é classificada como qualitativa, quanto aos objetivos como descritiva e exploratória, os procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa de campo, documental e bibliográfica. As coletas de dados utilizadas foram questionários, análise bibliográfica e documental. Participaram da pesquisa 06 (seis) gestores das singulares do Sicoob Central Norte. Os autores base foram Lima (2009), Gama e Silva (2010), Meinen e Port (2012, 2014), Oliveira (2015) e Schmidt et al (2020). Com base na percepção dos participantes da pesquisa são utilizadas várias ferramentas de gestão disponíveis no mercado, do próprio sistema SICOOB e instrumentos de gestão internos das cooperativas singulares. Todavia, percebe-se a necessidade de melhorias no processo de acompanhamento e avaliação dos indicadores do planejamento estratégico.

Relação entre cooperativas agrícolas e o Produro Interno Bruto agropecuário dos municípios catarinenses

Alessandra Maccarini, Leonardo Flach, Lauren Dal Bem Venturini — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

Os resultados econômicos da agricultura no Brasil têm colaborado para a expansão do setor das cooperativas agrícolas, que surgem para solucionar problemas financeiros e de escoamento da produção enfrentados pelos produtores. Assim, o objetivo do estudo é analisar a relação entre o Produto Interno Bruto Agrícola, medida de produção rural, e à presença de cooperativas nos municípios catarinenses. Para tal, os dados foram coletados no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Censo Agropecuário de 2017 e Receita Federal. Os métodos foram pautados na análise descritiva dos dados, testes de médias, correlação de Pearson e regressão linear múltipla. Os resultados apontaram que as cooperativas agrícolas catarinenses e sua interação com os produtores rurais e estabelecimentos elevam a produção agropecuária dos municípios, o que evidencia colaboração do cooperativismo ao desenvolvimento regional. Portanto, o estudo contribui com as discussões sobre o potencial das cooperativas agrícolas de impulsionarem o desenvolvimento econômico local e regional.

Cooperativismo e geração de trabalho no município de Turvo/SC

Dimas de Oliveira Estevam, Mikaela Fenali Corrêa, Max Richard Coelho Verginio — Wed, 17 Apr 2024 00:00:00 -0300

O cooperativismo mundial possui grande expressividade socioeconômica, são 1,2 bilhão de cooperados, 280 milhões de postos de trabalho gerados, 3 milhões de cooperativas presente em 150 países. A grande relevância do cooperativismo não tem sido suficiente para amenizar os graves problemas causados pela concentração de renda e riqueza no mundo. Na tentativa de combater as mazelas das desigualdades sociais e a exploração do trabalho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) desenvolveu o conceito de trabalho decente, como uma estratégia para amenizar os efeitos perversos da precarização do trabalho e das desigualdades sociais. Diante deste contexto, o objetivo do artigo é analisar os empregos gerados pelas cooperativas e empresas não cooperativas, a luz do conceito do trabalho decente, em Turvo/SC, no período de 2006 a 2018. A pesquisa foi realizada em fontes bibliográficas e em coleta de dados na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), além de informações disponibilizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Atlas Brasil. Os resultados apontam que as cooperativas estão presentes nas principais atividades econômicas do município, o trabalho gerado pelas cooperativas é mais qualificado, quando comparados as empresas não cooperativas. Embora existam desafios a serem superados, tais como: as mulheres têm melhores níveis salariais quando comparados ao setor não cooperativo e ocupam quase a metade dos postos de trabalho gerados nas cooperativas pesquisadas, contudo, ainda permanecem desigualdades salariais em relação aos rendimentos dos homens.