Capacidade funcional pós-COVID-19: o sexo importa?
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236583489031Palavras-chave:
Coronavírus, Teste de caminhada, Estado funcionalResumo
Objetivos: Avaliar a capacidade funcional e analisar as variáveis cardiorrespiratórias no teste de caminhada de seis minutos (TC6) de pacientes pós-COVID-19 grave, comparando-os quanto ao sexo. Métodos: Estudo transversal realizado no Ambulatório de Reabilitação Pós-COVID-19 de um Hospital Universitário. A amostra constituiu-se por pacientes maiores de 18 anos, que estiveram internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foram encaminhados após a alta hospitalar ao Ambulatório. O TC6 foi realizado de acordo com as recomendações da American Thoracic Society. As variáveis mensuradas: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica, saturação periférica de oxigênio (SpO2), sintomas de sensação de dispneia e de fadiga dos membros inferiores (MMII) e distância percorrida e prevista. Resultados: Setenta pacientes (37 do sexo masculino, 56,4±13,9 anos e 33 do sexo feminino, 48,4±11,7 anos) participaram do estudo. A porcentagem da distância percorrida ficou abaixo do previsto no geral (73,06±14,40%), no sexo feminino (71,68±15,72%) e no masculino (74,04±13,36%), sem diferenças significativas. Entretanto, a distância média percorrida em metros foi menor no sexo feminino. As variáveis cardiorrespiratórias, foram significativamente mais comprometidas no sexo feminino, com menores valores de SpO2 basal e variação de SpO2, durante o teste. Ademais, foi observado uma maior percepção de dispneia e fadiga nos MMII tanto durante o teste quanto no primeiro do período de recuperação. Considerações Finais: Pacientes pós COVID-19 grave, principalmente do sexo feminino, apresentam comprometimento na capacidade funcional, na SpO2, na sensação de dispneia e fadiga demostrado no TC6.
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