Experimentações de uma docência com arte nos Anos Iniciais da Educação Básica
DOI :
https://doi.org/10.5902/1983734888071Mots-clés :
Currículo, Arte, OficinArte, Docência, DidáticArtistaRésumé
Neste artigo à docência envolvida com arte indaga acerca dos resultados que um currículo não prevê: quando estes podem ser responsáveis por uma educação que atenda questões para além da assimilação dos conteúdos programáticos? E: como a arte pode participar destes momentos? Questiona-se os modos de atuar com o currículo frente às infinitas possibilidades presentes nas forças criadoras da arte, que venham a ser traduzidas para a educação na sensibilidade de uma professora que inventa didáticas que excedem as linhas duras do currículo, com estudos fundamentados em Gilles Deleuze, Félix Guattari e Sandra Corazza. A escrita discorre sobre a elaboração e execução das OficinArtes, encontros com crianças do primeiro ano dos Anos Iniciais de uma escola da rede pública municipal. Seguimos algumas suspeitas quanto às garantias para que as crianças conquistem habilidades em sua aprendizagem. Nosso objetivo foi o de definir algumas linhas que convocam a arte como um conjunto de forças ativas. A pesquisa de doutorado, de onde se extrai este artigo, utilizou o método cartográfico que tem como característica o acompanhamento dos processos por um pesquisar atento às pistas que chegam. Problematizou-se o desdobrar de um currículo por didáticas mais potentes que capturem as crianças, é nesse aspecto que uma sala de aula pode ser uma usina de práticas responsáveis por atividades inventivas. As práticas escolares engessadas em modelos prontos exigem de uma professora que vá ao encontro de forças que alimentam uma necessidade criadora, com a arte ela poderá colocar o currículo, e tudo com o que está implicado, em movimento.
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