Cinema e educação: atravessamentos de práticas de fascismo e nomadismo no filme “O substituto”
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983734863198Palabras clave:
escola, educação menor, diferença, fascismo, nomadismo.Resumen
Este ensaio tem por objetivo discutir práticas de fascismo e nomadismo presentes no filme “O Substituto”, cujo título original em inglês é Detachment (indiferença), relacionando-as aos processos educativos da contemporaneidade. O filme nos coloca a pensar práticas educacionais que giram em torno da temática da diferença em sala de aula e de suas contradições. A indiferença pode ser tomada com o prefixo ‘in’ que ‘nega’ a diferença enquanto uma singularidade imanente do indivíduo, produzindo fascismos e universais, mas também o ‘in’ que se refere ao ‘movimento para dentro’. Propõe-se, neste trabalho, um exercício de pensamento antropofágico da (in)diferença, que insurge a negação da mesma, fazendo proliferar tratados de nomadologia contra unificações. Nômade também é o professor ‘substituto’, aquele que não se fixa no território da clausura escolar, mas que, no movimento de substituições, possibilita rupturas com o fora, para se pensar uma educação menor que tenciona microrrevoluções cotidianas, contribuindo com a emersão de outras existências.
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