Cinema e educação: atravessamentos de práticas de fascismo e nomadismo no filme “O substituto”

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734863198

Palabras clave:

escola, educação menor, diferença, fascismo, nomadismo.

Resumen

Este ensaio tem por objetivo discutir práticas de fascismo e nomadismo presentes no filme “O Substituto”, cujo título original em inglês é Detachment (indiferença), relacionando-as aos processos educativos da contemporaneidade. O filme nos coloca a pensar práticas educacionais que giram em torno da temática da diferença em sala de aula e de suas contradições. A indiferença pode ser tomada com o prefixo ‘in’ que ‘nega’ a diferença enquanto uma singularidade imanente do indivíduo, produzindo fascismos e universais, mas também o ‘in’ que se refere ao ‘movimento para dentro’. Propõe-se, neste trabalho, um exercício de pensamento antropofágico da (in)diferença, que insurge a negação da mesma, fazendo proliferar tratados de nomadologia contra unificações. Nômade também é o professor ‘substituto’, aquele que não se fixa no território da clausura escolar, mas que, no movimento de substituições, possibilita rupturas com o fora, para se pensar uma educação menor que tenciona microrrevoluções cotidianas, contribuindo com a emersão de outras existências.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Mirele Corrêa, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional de Blumenau - FURB (2012). Mestre em Educação pela Universidade Regional de Blumenau - FURB (2017). Integrante do Grupo de Pesquisa Políticas de Educação na Contemporaneidade (FURB), do Grupo PHALA - Educação, Linguagem e Práticas Socioculturais (UNICAMP) e do GRIITTE - Grupo de Investigação e Invenção em Teorias Transversais para a Educação (UNIFESP). Tem interesse por temáticas como currículo, políticas educacionais, gestão, formação docente, subjetividades. Pesquisa a produção de subjetividades na escola contemporânea, com foco nas políticas de currículo neoliberais a partir da perspectiva da Filosofia da Diferença.

Alexandrina Monteiro, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Possui graduação em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1989), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1992), doutorado em Educação (1998) e pós-doutorado em Filosofia da Educação (2015) pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professora e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Participa dos grupos de pesquisa Phala. Tem experiência de pesquisa na área de Educação (do ensino fundamental ao superior) com ênfase em temas como: currículo, políticas públicas, etnomatemática, relações entre matemática e práticas culturais, na perspectiva da Filosofia da Diferença. 

Citas

BAUMAN, Z. Modernidad y ambivalência. In.: BERIAIN, J. (Comp.). Las consequências perversas de la modernidade. Barcelona: Anthropos, 1996.

CARVALHO, A. F. de; GALLO, S. Do sedentarismo ao nomadismo: intervenções para pensar e agir de outros modos na educação. Educ. Tem. Dig., Campinas, v. 12, n. 1, p. 280-302, jul./dez. 2010

CORRÊA, M. O que pode um corpo na escola?: uma cartografia das potencialidades do corpo em espaço de escolarização. 2017. 121 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Centro de Ciências da Educação, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2017. Disponível em: < http://www.bc.furb.br/docs/DS/2017/362383_1_1.pdf >. Acesso em: 12 mar. 2021.

DELEUZE, G. Conversações (1972-1990). Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 3. ed. 2013.

DELEUZE, G. Foucault. Tradução de Claudia Satn’Anna Martins. São Paulo: Editora Brasiliense, 2013b. p. 142.

DELEUZE, G. A imagem-tempo: Cinema 2. Tradução Eloisa de Araújo Ribeiro. Revisão filosófica de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990. p. 338.

DELEUZE, G. Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense, 1987.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia 2. v. 5. Tradução de Peter Pál Pelbart e Janice Caiafa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012, p. 264.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. Tradução de Luiz B. L. Orlandi. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011, p. 560.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 2010, p. 272.

DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Editora Escuta, 1998.

FOUCAULT, M. Segurança, território e população: curso dado no Còllege de France (1977-1978). Tradução de Eduardo Brandão; revisão de Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica: Curso dado no Collège de France (1978-1979). Edição estabelecida por Michel Senellart sob a direção de François Ewald e Alessandro Fontana. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

FOUCAULT, M. O Anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista. Prefácio a edição americana de O anti-édipo. Capitalismo e esquizofrenia, de Gilles Deleuze e Félix Guatarri. Tradução de Cadernos de Subjetividades do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC-SP. v. 1, n. 1 (1993), p. 197-200. São Paulo: 1993.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 38 ed. Petrópolis: Vozes, 2010.

GALLO, S. Pensar a escola com Foucault: além da sombra da vigilância. In: CARVALHO, A. F. de.; GALLO, S. (orgs.). Repensar a educação: 40 anos após Vigiar e Punir. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2015.

GALLO, S. Deleuze & a Educação. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

NEGRI, A. Exílio. São Paulo: Iluminuras, 2001, p. 23-24.

PELBART, P. P. O avesso do Niilismo: cartografias do esgotamento. São Paulo: n-1 edições, 2. ed. 2016, p. 445.

SCHÖPKE, R. Por uma filosofia da diferença: Gilles Deleuze, o pensador nômade. 1. reimpr. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

SILVA, T. T. da. Identidade e Diferenças: Impertinências. Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 79, ago./2002.

SKLIAR, C. A materialidade da morte e o eufemismo da tolerância: duas faces entre as milhões de faces, desse monstro (humano) chamado racismo. In.: GALLO, S.; SOUZA, G. M. de (orgs.). Educação do preconceito: ensaios sobre poder e resistência. Campinas: Editora Alínea, 2016, 2. ed. p. 61-80.

SKLIAR, C. Desobedecer a linguagem. Tradução de Giane Lesse. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.

SKLIAR, C. Y si el otro no estuviera ahí? Notas para uma pedagogia (improbable) de la diferencia. Buenos Aires: Miño y Dávila, 2002.

SPINOZA, B. de. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

Publicado

2021-04-29

Cómo citar

Corrêa, M., & Monteiro, A. (2021). Cinema e educação: atravessamentos de práticas de fascismo e nomadismo no filme “O substituto”. Revista Digital Do LAV, 14(1), 073–088. https://doi.org/10.5902/1983734863198