Ver, ler e pensar com os grafismos baniwa: trançando novas tramas
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983734890613Palavras-chave:
Trançados, Grafismos, Povo Baniwa, Educação indígena, InterculturalidadeResumo
Este ensaio apresenta brevemente os movimentos de pesquisa e escrita realizados por meio do aprendizado com os trançados e com a visualidade de grafismos baniwa. A partir da experiência de uma pesquisa compartilhada e ações pedagógicas coletivas na escola indígena Kariamã, buscou-se trazer as dinâmicas de ensino-aprendizagem baniwa – relacionadas, principalmente, ao tecer na palha de arumã e à confecção de objetos desenhados, considerando as múltiplas dimensões formativas dessas práticas -, como impulsionadoras de movimentos reflexivos. Nessa composição, foi construída uma escrita trançada, que visa incentivar novas formas de produzir e comunicar conhecimentos, estimulando os diálogos entre diferentes epistemologias. Através de discussões voltadas à educação - tendo como referência as experiências em campo, os caminhos educacionais das escolas indígenas e as análises de diferentes pesquisadores da região do alto rio Negro (Baniwa A., Luciano) -, mobilizo o trançar como um instrumento que sensibiliza para novas visualizações das tramas interculturais. Assim, com os trançados, se interconectam diferentes ritmos de pensamento, aprendizagem, comunicação, escrita e leitura.
Downloads
Referências
AGUDELOS, Domingos Camico; BANIWA, Gersem Luciano. Escola Cariamã. In CALBAZAR, Flora (Org.). Educação escolar indígena do Rio Negro: relatos de experiências e lições aprendidas. São Paulo: Instituto Socioambiental; São Gabriel da Cachoeira, AM: Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, 2012.
ARTE BANIWA. São Gabriel da Cachoeira: Foirn; São Paulo: ISA, 2001. Disponível em: http://www.artebaniwa.org.br/. Acesso em: 30 mar. 2023.
BANIWA, André Fernandes. Bem viver e viver bem segundo o povo baniwa do noroeste amazônico brasileiro. Curitiba: Editora UFPR, 2019.
BORDA, Orlando Fals. Una sociología sentipensante para América Latina. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Buenos Aires: Clacso, 2009.
KAYAPÓ, Edson. Educação escolar intercultural – Educação Escolar Indígena. Vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gqiFpdda8F8. Acesso em: 30 mar. 2023.
LEETRA INDÍGENA. Escola Kariamã conta umbuesá. São Carlos, n. 17, v. 1, p. 1-88, 2015.
LUCIANO, Gersem Baniwa. Língua, educação e interculturalidade na perspectiva indígena. Seminário Ibero-Americano de diversidade linguística, 2014.
LUCIANO, Gersem Baniwa. Educação para manejo e domesticação do mundo: entre a escola ideal e a escola real: Os dilemas da educação escolar indígena no Alto Rio Negro. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal de Brasília, Brasília, 2011.
LUCIANO, Gersem Baniwa. Antropologia indígena: o caminho da descolonização e da autonomia indígena. Reunião Brasileira de Antropologia, 26. Porto Seguro, Bahia, Brasil, 2008.
MULLER, Sophie. Sua voz ecoa nas selvas. Anápolis: Transcultural, 2003.
OLIVEIRA, Melissa Santana. Sobre casas, pessoas e conhecimentos: uma etnografia entre os tukano hausirõ e ñahuri porã, do médio rio Tiquié, noroeste amazônico. Tese (Doutorado em Antropologia) Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2016.
RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón, 2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal. Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos Estudos, v. 79, nov. 2007.
VEIGA, Patrícia Regina Vannetti. Do oral para o escrito: a narratividade em nhengatu no Alto Rio Negro – AM. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.
VEIGA, Patrícia Regina Vannetti. Trançando com os Baniwa: por uma TRANSformAÇÃO de “nós", Kariwa. 2023. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, 2023.
XAVIER, Carlos Cesar Leal. A cidade grande de Ñapirikoli e os petroglifos do Içana: uma etnografia de signos baniwa. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
WEIR, José Angel Quintero. Hacer em el pensar, Pensar en el hacer: hacia uma Otra ciencia. Universidad Autonoma Indígena, 2020.

