Letramento memeático: extrapolando os espaços formais de educação e prática política
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644464321Palavras-chave:
Letramento digital, Memes, Política.Resumo
Muito se fala sobre letramento digital em um mundo cada vez mais estruturado segundo a lógica de rede. Mas quais devem ser os objetivos de um tal letramento e como é possível orientá-lo no sentido da emancipação? Conduzindo-se por tais questionamentos, o presente artigo propõe uma reflexão sobre esferas que extrapolam as instituições formais de educação e prática política, compreendendo que algumas delas sejam decisivas para a deliberação democrática. Partindo do conceito de conversação cotidiana, a análise terá como foco temático os efeitos políticos do humor, em especial dos memes, na percepção dos brasileiros sobre pautas relevantes no cenário nacional e no modo como compreendem e exercem sua cidadania. O objetivo da pesquisa é ponderar sobre quando e como a participação, de fato, fortalece o exercício da cidadania, já que o fim de qualquer letramento é possibilitar que o cidadão possa incidir em sua própria sociedade. A metodologia empregada foi a revisão bibliográfica na construção do referencial teórico e o estudo de caso do projeto Da piada à política, executado pelo Laboratório de Cultura Digital (IFRJ-CNIT) na análise de resultados. Essa seção examinará iniciativas concretas de letramento memeático, com vistas ao seu escrutínio. A conclusão alcançada é de que a memealização pode ser uma prática bastante efetiva de letramento digital, já que abrange processos individuais e coletivos. Esse duplo movimento é indispensável num contexto em que o aqui forma-se na convergência de múltiplas conexões.
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