A cinematografia no ensino de filosofia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2448065740890

Palavras-chave:

Ensino de filosofia, Cinematografia, Metodologia, Imagem, Movimento

Resumo

O propósito desse artigo é sugerir algumas pistas para explorar, no âmbito do ensino de filosofia, a dimensão de longas-metragens, sobretudo os que expõem conteúdo de caráter filosófico. Além disso, esperamos evitar algumas práticas que limitam a sua potencialidade, principalmente quando apenas são transpostos de modo didático as ideias, as situações ou os conceitos presentes em determinado filme como artifício atenuador da complexa relação ensino-aprendizagem ou, ainda, quando a obra cinematográfica é utilizada como um dispositivo que busca tão somente sensibilizar os estudantes para o assunto abordado em certo texto filosófico. Trata-se, então, de seguir os passos de alguns filósofos que analisaram a arte de reproduzir imagem em movimento e que insinuaram que determinada linguagem e estética cinematográfica possui aspecto filosófico, a saber: Theodor Adorno e Max Horkheimer (1985); Walter Benjamin (1987); Gilles Deleuze (1985); Jacques Rancière (2012); João Maria Mendes (2013); Julio Cabrera (2006).

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Biografia do Autor

Marcos Machado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná

Doutorando na Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil.

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Publicado

2020-07-30

Como Citar

Machado, M. (2020). A cinematografia no ensino de filosofia. Revista Digital De Ensino De Filosofia - REFilo, 6, e11/ 1–14. https://doi.org/10.5902/2448065740890

Edição

Seção

Artigos – Demanda contínua