Antônio Pitanga: resistência, ancestralidade e o contragolpe na capoeira da diáspora
DOI:
https://doi.org/10.5902/2357797594106Parole chiave:
Antônio Pitanga, Epistemicídio, Movimento, Racismo, CinemaAbstract
Este artigo analisa a trajetória de Antônio Pitanga, figura central do Cinema Novo e do audiovisual brasileiro, destacando sua relevância na luta antirracista e na construção de uma estética afro-moderno. Ao abordar sua inserção intelectual e artística desde os anos 1960, o texto evidencia o papel singular de Pitanga como um dos poucos negros a participar ativamente do movimento cinemanovista, denunciando o epistemicídio e a baixa representatividade negra nas produções da época. A discussão se estende à televisão, ressaltando o impacto da família Noronha em “A Próxima Vítima” (1995) e contrastando com a polêmica racista de “Pátria Minha” (1994), revelando as limitações da representação negra sem o enfrentamento estrutural do racismo. Fundamentado na perspectiva de descolonização do ser e no conceito de sentipensar, o artigo propõe uma crítica à imparcialidade eurocentrada e evidencia como Pitanga redefine o conceito de sucesso, transcendendo a meritocracia branca e atuando como espelho para a comunidade negra. A análise destaca a importância da experiência, corporeidade e ancestralidade africana na produção de uma estética decolonial, consolidando Pitanga como referência para o pensamento crítico e para a reinvenção das bases do cinema negro brasileiro, em diálogo com as correntes afrodiaspóricas e a busca por justiça, reparação e restituição.
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