Manifestos contra as cotas raciais e a heteroidentificação: tensões ao corpo negro nos espaços sociais
DOI:
https://doi.org/10.5902/2357797588359Parole chiave:
Ações Afirmativas, Cotas raciais, Violência, Corpos negrosAbstract
O artigo objetiva problematizar as posições contrárias às cotas raciais, desde o início dos anos 2000, identificadas em manifestações de intelectuais e em discursos de políticos. Fundamentado em Nilma Lino Gomes (2019) e do reconhecimento dos corpos das populações negras nas políticas públicas, o texto aborda as tensões entre a regulação e a emancipação dos corpos negros. Corpos estes, que ao serem regulados, sofrem com as violências cotidianas, simbólicas e materiais em espaços públicos e privados e que, por meio das ações afirmativas, podem ser corpos emancipados ao serem incluídos nas universidades, à exemplo da Universidade da Integração lnternacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e demais espaços sociais. O estudo conclui que a execução da política de cotas raciais por meio da discriminação positiva respaldada, pela comissão de heteroidentificação garante a finalidade do cumprimento da política de cotas raciais ao grupo beneficiário, possibilitando assim, com a realização de outras políticas sociais, a emancipação racial dos corpos negros.
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