Feridas do corpo e/ou chagas da alma? A corporeidade digital enquanto figuração do pecado em <i>Dante’s Inferno</i> (2010)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2357797587664

Palavras-chave:

Dante Alighieri, Divina Comédia, Dante’s Inferno, Figura, Corporeidade digital

Resumo

O presente artigo pretende aproveitar o profícuo debate entre o estudo dos jogos (game studies) e neomedievalismo para explorar como os desenvolvedores do jogo digital Dante’s Inferno (2010) recorreram a diferentes recursos visuais e táteis para explorar a corporeidade dos personagens (incluindo de Dante, o protagonista) no Inferno de modo similar aos constructos teológicos típicos do período tardomedieval e da proposta do autor d’A Divina Comédia, Dante Alighieri (1265-1321). Para tanto, recorreremos ao debate em torno da ideia de figura de Auerbach (2021[1944]) e Didi-Huberman (1995), em um esforço de celebrar tanto a agência e o enredo (plot) do protagonista quanto das sombras dos condenados como formas de expressar suas “corporeidades digitais” (considerando a ausência de um corpo físico no Inferno) a partir de uma sofisticada compreensão e emulação da figuração do pecado. Desta feita, o arco narrativo estipula ainda uma construção que forja uma associação entre uma ferida autoinfligida pelo protagonista e sua posterior cura como um processo de depuração dos pecados em vida - procedendo assim uma fortuita aproximação da produção digital com a obra original.

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Biografia do Autor

Renan Marques Birro, Universidade de Pernambuco

Eu sou Professor Adjunto de História Medieval e Ensino de História Medieval da Universidade de Pernambuco (UPE/Mata Norte, Licenciaturas Presencial e EAD) e Professor Permanente do Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória) da Universidade de Pernambuco; também atuo como Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Amapá. Sou Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (2013-2017), Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (2011-2013) e especialista em Desenvolvimento de Jogos Digitais pela UniBF (2023). Eu integro o LATHIMM - Laboratório de Teoria e História das Mídias Medievais (USP), o Leitorado Antiguo - Laboratório de Ensino e Pesquisa em História Antiga e Medieval - (UPE), a SIEN - Sociedade Iberoamericana de Estudos Nórdicos - por meio do grupo de pesquisa Leituras da Escandinávia Medieval (UEL) e o Linhas - Núcleo de Estudos sobre Narrativas e Medievalismos (UFRRJ). Ademais, sou sócio da Sociedad Argentina de Estudios Medievales (SAEMED) desde 2016. Pesquiso os seguintes temas: Usos do passado, Era Viking/Escandinávia Medieval, Medievalismo, Educação 4.0, Humanidades Digitais, História Digital e Produção de Material Didático Digital.

George Leonardo Seabra Coelho, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação - Bacharelado e Licenciatura - em História pela Universidade Federal de Goiás (2006), mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás (2010) e doutorado em História pela Universidade Federal de Goiás (2015). Fez estágio pós-doutoral em História na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), na Universidade Federal de Goiás (UFG) e na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Atualmente é Professor Adjunto no curso de Licenciatura em História da UFT-Porto Nacional e coordenador do PPGHispam-UFT. Também é coordenador do Núcleo de estudos Afro-brasileiros da UFT-Porto Nacional.Tem experiência na área de ensino de História, fotográfica, Literatura e História, com ênfase em História do Brasil e Literatura Modernista atuando principalmente nos seguintes temas: discurso e poder, literatura modernista, projetos de integração e pensamento autoritário brasileiro. Também desenvolve pesquisa abordando as relações entre Mídias, tecnologias e História, criador e líder do Grupo de Pesquisa em Mídias, tecnologias e História (MITECHIS). É Editora da revista Antígona (2763-9533), criador e Editor da revista Convergências: Estudos em Humanidades Digitais (2965-2758) e parecerista em mais de dez periódicos nacionais.

Christiano Britto Monteiro do Santos, Universidade Federal Fluminense

Especialista em Ensino de História, História dos videogames, História Militar. Possui graduação (bacharel e licenciatura) em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002), mestrado em História pela Universidade Federal Fluminense (2009) e doutorado em História pelo PPGHC pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal Fluminense - CAMPOS, onde ministra as disciplinas de Estágio supervisionado e Práticas Educativas, além de optativas nas áreas de videogames, mídias e História. Na UFF gragoatá ingressou em junho de 2019 no Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Ensino de História - Prof. História -UFF. Tem experiência na área de História, com ênfase em HISTÓRIA E MÍDIA, atuando principalmente nos seguintes temas: história e videogames, história, ensino de história, videogames e indústria cultural.

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Publicado

2024-06-12

Como Citar

Birro, R. M., Coelho, G. L. S., & Santos, C. B. M. do. (2024). Feridas do corpo e/ou chagas da alma? A corporeidade digital enquanto figuração do pecado em <i>Dante’s Inferno</i> (2010). Revista InterAção, 15(2), e87664. https://doi.org/10.5902/2357797587664