Hallaca e peru: Uma comparação entre a cozinha natalina da Venezuela e do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2357797563853

Palavras-chave:

Hallaca, Peru de Natal, Venezuela, Brasil, ritos culturais, migração venezuelana.

Resumo

A hallaca é o símbolo da ceia natalina na Venezuela, assim como o peru o é no Brasil. A despeito dessa suposta equivalência, não seria correto afirmar que os dois pratos estão em um mesmo grau de importância simbólica e cultural nos contextos em que estão inseridos. Não se deve esperar que os venezuelanos que migraram para o Brasil assimilem as tradições natalinas locais, menos ainda que passem a adotar o peru como prato principal da sua ceia. A preparação da hallaca durante a quadra dezembrina, assim como a sua degustação no natal, são certamente ritos inegociáveis que os migrantes adultos se esforçarão para conservar. Este texto apresenta informações que permitem que se compare e perceba por que, contextualmente, la hallaca navideña é mais importante do que o peru no Natal brasileiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando César Costa Xavier, Universidade Federal de Roraima; Universidade Estadual de Roraima.

Professor Associado do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Professor Doutor Nível I da Universidade Estadual de Roraima (UERR). Doutor em Relações Internacionais pela UnB e Doutorando em Sociologia e Direito pela UFF.

Referências

ANDERSON, Lynne Christy. Breaking Bread: recipes and stories from immigrant kitchens. Berkeley; Los Angeles; London: University of California Press, 2010.

BLANCO, Marcel Antonorsi. Las hallacas: reflexiones gerenciales a partir de una experiencia cultural. Debates IESA, v. 18, n. 4, out./-dez. 2013.

CÂMARA CASCUDO, Luís da. História da Alimentação no Brasil. Primeiro Volume. São Paulo: Companhia da Editora Nacional, 1967.

CARDIM, Fernão. Tratados da terra e gente do Brasil. Transcrição, introdução e notas de Ana Maria de Azevedo. São Paulo: Hedra, 2009.

CARTAY, Rafael. Elogio y nostalgia de la cocina venezolana. Caravelle, n. 71, 1998, pp. 53-65. DOI: https://doi.org/10.3406/carav.1998.2807

CARTAY, Rafael. Aportes de los inmigrantes a la conformación del régimen alimentario venezolano en el siglo XX. Agroalimentaria, v. 11, n. 20, jan.-jun., 2005, pp. 43-55.

CARVALHO, Luiz Gonzaga A.; BASTOS, Sênia Regina; GIMENES-MINASSE, Maria Henriqueta S. Garcia. Comensalidade na Família Nuclear Paulistana: 1950 a 2000. Revista Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, v. 9, n. 1, jan./mar., 2017, pp. 18-31.

DAVIS, Karen. More Than a Meal: The Turkey in History, Myth, Ritual, and Reality. New York: Lantern Books, 2001.

DIAS LOPES, J. A. A festa do peru. Gula, v. 13, n. 169, nov. 2006, p. 110-111.

FAJARDO, Luisa A. Messina. Come avispa, que cigarrón atora: Paremiología venezolana y “comparancias”. In: BERTRÁN, Antonio Pamies; DURÁN, Juan de Dios Luque; MARTÍN, Patricia Fernández (eds.). Paremiología y herencia cultural. Granada: Granada Lingvistica Granada, 2011.

FINOL, José Enrique; PÉREZ, Beatriz. Semiotic food, semiotic cooking: The ritual of preparation and consumption of hallacas in Venezuela. Semiotica, n. 211, 2016, pp. 271-291. DOI: https://doi.org/10.1515/sem-2016-0088

GEORGINO, Érica. Breve história: Peru Sadia. Revista Galileu, edição 269, dez. 2013.

GOIDANICH, Maria Elisabeth. Diz-me se no Natal serves chester ou peru e te direi quem és. Reflexões sobre identidade, tradição, autenticidade, confiança e distinção. Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, Florianópolis, v.5, p. 104-119, jul./dez. 2008.

GONZÁLEZ, Jorge M. ¡La Hallaca no es un tamal! Támbien Somos Americanos, ano 1, jan. 2014.

HERNANDEZ, Marizela. Deleites y sinsabores de la comida y el comer: situando el tema. Atenea (Concepción), n. 496, 2007, p. 41-54.

HERNÁNDEZ, Tulio. La hallaca en tres actos: etnografía arbitraria de un condumio local. El Nacional. Papel Literario, 17 dez. 2011.

LOVERA, José Rafael. Geografia cultural regional alimentaria de Venezuela. Coleção Geo-Venezuela, Tomo 8. Caracas: Fundación Empresas Polar, 2009.

MESQUITA, José Carlos Vilhena. Tradições do Natal Português. Extraído do Diário de Notícias de 24 de dezembro de 1982. Disponível em: https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/5665

McCANN, Shawn R. Christmas, wine e Covid-19. Bone Marrow Transplant, Spinger Nature, 09 dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.1038/s41409-020-01171-z

VILHAGRA, Leonardo Teixeira de Freitas Ribeiro. O patriarcalismo e os corpos dóceis no conto “O Peru de Natal”, de Mário de Andrade. Revista Versalete, Curitiba, v. 3, n. 4, jan.-jun. 2015.

SEQUERA, José Leonardo ¡El Gusto lo dan las manos! Carmen Luisa Rivero, Maestra de la Culinaria Popular Venezolana. Revista de Pedagogía, v. 33, n. 93, jul.-dez., 2012, pp. 121-126.

SOBRAL, José Manuel; RODRIGUES, Patrícia. O “fiel amigo”: o bacalhau e a identidade portuguesa. Etnográfica, v. 17, n. 3, out. 2013. DOI: https://doi.org/10.4000/etnografica.3252

SUBERO, Efraín. La navidad en la literatura venezolana. Caracas, Ediciones Centauro, 1977.

Downloads

Publicado

2022-01-07

Como Citar

Xavier, F. C. C. (2022). Hallaca e peru: Uma comparação entre a cozinha natalina da Venezuela e do Brasil. Revista InterAção, 12(2), 28–35. https://doi.org/10.5902/2357797563853

Edição

Seção

Ensaios