<i>Leucoagaricus gongylophorus</i> confere proteção para <i>Atta sexdens</i> contra extratos vegetais
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509842797Palavras-chave:
Formigas-cortadeiras, Ageratum conyzoides, Manihot esculentaResumo
Extratos vegetais foram utilizados para o controle das formigas cortadeiras. Os objetivos deste estudo foram avaliar a sobrevivência de operárias de formigas cortadeiras após aplicação tópica de extratos de Ageratum conyzoides (mentrasto) e Manihot esculenta (mandioca); e avaliar o efeito por ingestão do extrato de Manihot esculenta extraído com hexano na sobrevivência de operárias de Atta sexdens Forel 1908 isoladas ou não de suas colônias, a fim de verificar se o fungo simbiótico Leucoagaricus gongylophorus confere proteção às operárias contra o extrato. Primeiro, dez operárias médias foram removidas de suas colônias e receberam a aplicação de 1 μL de extrato no pronoto. O extrato de mandioca (125 µg.mL-1) foi diluído em uma solução de mel com água para o bioensaio de ingestão. Foram realizadas cinco repetições (dez formigas dentro de um recipiente de plástico transparente) em cada uma das quatro colônias utilizadas no experimento. O número de formigas mortas foi registrado diariamente até que o tratamento controle também morresse. A solução do extrato Manihot esculenta com hexano apresentou resultado significativo na concentração de 100 µg.mL-1, com 100% de mortalidade após 4 dias. Formigas mantidas com o fungo simbionte que ingeriu o extrato hexânico da mandioca apresentaram menor mortalidade (40% ao final de 25 dias) do que as operárias mantidas isoladas (90%). A simbiose entre as formigas e o fungo significa mais do que uma fonte de alimento para as formigas-cortadeiras, devido ao fato de reduzir o efeito tóxico de extratos vegetais nas formigas quando elas permanencem em contato constante com o mesmo.
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