Seleção de critérios para a especificação de pastas celulósicas branqueadas de eucaliptos na fabricação de papéis para impressão "offset".

Autores

  • Edison da Silva Campos UFSM
  • Marco Aurélio Luiz Martins
  • Celso Edmundo Bochetti Foelkel
  • Sônia Maria Bitencourt Frizzo

DOI:

https://doi.org/10.5902/19805098395

Palavras-chave:

eucalipto, papéis para impressão, papel "offset", celulose, pastas celulósicas.

Resumo

Este estudo procurou analisar as características de algumas pastas celulósicas branqueadas de eucaliptos disponíveis no mercado e seu impacto nas propriedades dos papéis utilizados para impressão "offset". Também buscou estudar formas para  reduzir o número de testes laboratoriais que hoje são definidos como necessários para a caracterização desses recursos fibrosos. Foram analisadas treze pastas celulósicas de mercado, brasileiras e internacionais, aplicando-se testes de viscosidade intrínseca, solubilidade em solução de NaOH5% (S5), "coarseness", número de fibras/g, comprimento médio das fibras, teor de finos pelo vaso de drenagem dinâmica e grau Schopper Riegler (ºSR), antes das pastas serem refinadas. Foram também aplicados testes para determinar o índice de tração, alongamento, índice de arrebentamento, índice de rasgo, volume específico, resistência ao ar, opacidade, alvura e ascensão capilar Klemm, para cada uma das pastas antes de refinar e para os níveis de refino de 25ºSR, 30ºSR, 40ºSR e 55ºSR. As celuloses de eucaliptos brasileiras apresentaram uma maior drenabilidade inicial (pasta ainda não-refinada), requerendo um menor número de revoluções do refinador PFI para atingir o mesmo grau de refino, em relação às polpas internacionais estudadas. Os valores médios iniciais do alongamento, do índice de tração, do índice de arrebentamento e do índice de rasgo, apresentados pelas celuloses brasileiras, superaram significativamente os obtidos para as celuloses internacionais, mudando, porém, esse comportamento já a partir do nível de 25ºSR. Nas faixas de S5 e viscosidade intrínseca apresentadas pelas polpas brasileiras e internacionais, não se evidenciou sua correlação com as propriedades associadas ao grau de interligação entre as fibras, tais como índice de tração, índice de rasgo e índice de arrebentamento, para cada grupo de polpas analisadas. Os resultados obtidos permitiram definir o critério de ensaio a 30ºSR como o melhor em conseqüência do maior número de correlações entre as várias propriedades avaliadas antes e após a refinação. Nesse nível, as polpas internacionais  apresentaram  significativamente  maiores  valores  médios  de  índice   de  tração  e

índice de rasgo do que as brasileiras, enquanto as polpas brasileiras apresentaram maior valor médio de opacidade e menor consumo médio de energia de refino. Em termos de qualificação laboratorial, sugeriu-se que as análises de   índice  de  tração  e  rasgo e opacidade fossem definidas como prioritárias para comparação e caracterização desse tipo de pastas celulósicas, quando o objetivo final é a produção de papéis de impressão "offset".

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANNIKKI, H.; LEVLIN, J.E.; HANNU, P. Principles and methods in pulp characterization: basic fiber properties. In: EUCEPA CONFERENCE, 24., 1990, Stockholm. Proceedings ... Stockholm: The Swedish Association of Pulp and Paper Engineers, 1990. p. 174-187.

CARPIM, M.A.; BARRICHELLO, L.E.G.; SILVA JR., C. et al. A influência do número de fibras por grama nas propriedades óticas do papel. In: CONGRESSO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO TÉCNICA BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL, 20., 1987, São Paulo. Anais ... São Paulo: Associação Técnica Brasileira de Celulose e Papel, 1987. p. 183-205.

CASALS, R. Características del papel. Barcelona: Howson - Algraphy, 1985. 174 p.

D’ALMEIDA, M.L.O. Viscosidade de uma pasta celulósica e a resistência do papel formado. O Papel, p. 39-42, ago. 1986.

DASGUPTA, S. Mechanism of paper tensile-strength development due to pulps beating. Tappi Journal, v. 77, n. 6, p.158-166, Jun. 1994.

EQUIPE DEPDEC. Medição do mínimo comprimento de fibra de Eucalyptus saligna e Eucalyptus grandis. Guaíba: Riocell, 1989. 12 p. (Nota Técnica).

HORTAL, J.G. Constituyentes fibrosos de pastas y papeles. Terrassa: Escuela Técnica Superior de Ingenieros Industriales de Terrassa, 1988. 186 p. Cap. 2, p. 11-36: Composición química y estructura de la fibra.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Paper and board: measurement of diffuse blue reflectance factor (ISO brightness). Genève, 1977. 4p. (ISO 2470: 1977).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cellulose in dilute solutions: determination of limiting viscosity number. Part 1 : Method in cupriethylene- diamine (CED) solution. Genève, 1981. 11p. (ISO 5351-1 : 1981).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Paper and board: determination of grammage. Genève, 1979. 4p. (ISO 536 : 1979).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Paper and board: determination of opacity- Diffuse reflectance method. Genève, 1977. 5p. (ISO 2471 : 1977).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Paper and board: determination of tensile properties. Part 1 : constant rate of loading method. Genève, 1992. 5p. (ISO 1924-1 : 1992).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Paper and board: determination of tensile properties. Part 2: constant rate of elongation method. Genève, 1992. 6p. (ISO 1924-2 : 1994).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Paper: determination of tearing resistance (Elmendorf method). Genève, 1980. 8p. (ISO 1974 : 1990).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Pulps: determination of alkali solubility. Genève, 1982. 4p. (ISO 692 : 1982).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Pulps: determination of drainability. Part 1: Schopper-Riegler method. Genève, 1979. 5p. (ISO 5267-1 : 1979).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Pulps: Laboratory beating. Part 2: PFI mill method. Genève, 1979. 5p. (ISO 5264-2 : 1979).

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cellulose in dilute solutions: determination of limiting viscosity number. Part 1 : Method in cupriethylene- diamine (CED) solution. Genève, 1981. 11p. (ISO 5351-1 : 1981).

JIMÉNEZ, J.R. Los controles en la fabricación del papel. Madrid: Blume, 1970. 361 p. Cap.12, p.199-249: Relación entre las características de las pastas y los papeles.

KEREKES, R. J.; SCHELL, C.J. Effects of fiber length and coarseness on pulp flocculation. Tappi Journal, v.78, n.2, p.133-139, Feb. 1995.

LEVLIN, J.E. The characterization of papermaking pulps. Tappi, v.58, n.1, p. 71-74, Jan. 1975.

NEVELL, T.P.; ZERONIAN, S.H. Celulose chemistry and its applications. New York: John Wiley & Sons, 1985.

RETULAINEN, E., EBELING, K. Fibre bonding and ways of characterizing bond strength. Appita, v. 46, n. 4, p. 282-288, jul.1993.

ROSSI FILHO, S. Impressões offset: soluções práticas. Porto Alegre: Colégio de Formação Profissional SENAI de Artes Gráficas Henrique d'Ávila Bertaso, 1997. 127 p.

SAUCEDO, J. J.; GONZÁLEZ, S.F. Identificación y efecto de las hemiceluloses sobre las propriedades físicas de la celulosa y papel. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE CELULOSA Y PAPEL, 2., 1981, Torremolinos. Anais ... Torremolinos: Asociación de Investigación Técnica de la Indústria Papelera Española, 1981. p. 143-151.

SCOTT, W. E.; TROSSET, S. Properties of paper: an introduction. Atlanta: Tappi, 1989. 170 p.

SETH, R. S. The importance of fibre coarseness for pulp properties. In: ANNUAL MEETING, 77., 1991, Montreal. Proceedings ... Montreal: Canadian Pulp and Paper Association, 1991. p. 251-252.

TECHNICAL ASSOCIATION OF PULP AND PAPER INDUSTRY. Air resistance of paper. Atlanta: Tappi, 1994. 3 p. (T460 om-88).

TECHNICAL ASSOCIATION OF PULP AND PAPER INDUSTRY. Bursting strength of paper. Atlanta: Tappi, 1994. 4 p. (T403 om-91).

TECHNICAL ASSOCIATION OF PULP AND PAPER INDUSTRY. Forming handsheets for physical tests of pulp. Atlanta: Tappi, 1994. 3 p (T205 om-88).

TECHNICAL ASSOCIATION OF PULP AND PAPER INDUSTRY. Sampling and accepting a single lot of paper, paperboard, fiberboard ou related product. Atlanta: Tappi, 1989. 5 p (T400 om-85).

TECHNICAL ASSOCIATION OF PULP AND PAPER INDUSTRY. Thickness (caliper) of paper, paperboard and combined board. Atlanta, 1989. 3 p. (T411 om-89).

TECHNICAL ASSOCIATION OF PULP AND PAPER INDUSTRY. Sampling and accepting a single lot of paper, paperboard, fiberboard ou related product. Atlanta: Tappi, 1989. 5 p (T400 om-85).

TASMAN, J. E. Pulp and paper manufacture: mill control and control systems. Atlanta: Tappi, 1992. 430 p. Cap. 2, p. 48-84: Evaluation of raw materials and product quality.

YOUNG, J. H. Pulp and paper: chemistry and chemical technology. 3 ed., New York: John Wiley & Sons, 1980. 1446 p. Cap. 6: Fiber preparation and approach flow.

Downloads

Publicado

30-03-2000

Como Citar

Campos, E. da S., Martins, M. A. L., Foelkel, C. E. B., & Frizzo, S. M. B. (2000). Seleção de critérios para a especificação de pastas celulósicas branqueadas de eucaliptos na fabricação de papéis para impressão "offset". Ciência Florestal, 10(1), 57–75. https://doi.org/10.5902/19805098395

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)