Resíduos gerados pela cadeia produtiva do porongo (<i>Lagenaria siceraria</i> (Molina) Standl.) como fonte alternativa de recurso bioenergético
DOI :
https://doi.org/10.5902/1980509888531Mots-clés :
Bioenergia, Cuia, Processamento, Resíduo agroindustrial, Energia sustentávelRésumé
O porongo (Lagenaria siceraria (Molina) Standl.) é um fruto muito cultivado no Sul do Brasil pela sua utilização na confecção de cuias, gerando grande quantidade de resíduos obtidos do processamento da casca. Nesse contexto, avaliou-se o uso dos resíduos gerados pela cadeia produtiva da confecção de cuias de porongo como fonte alternativa de recurso bioenergético através da produção de briquetes. A caracterização química do resíduo foi realizada a partir dos teores de extrativos totais, lignina, carboidratos e química imediata (cinzas, materiais voláteis e carbono fixo). Foram produzidos briquetes com 3 diferentes tratamentos granulométricos obtidos do processamento do material: in natura (tratamento 1), fração 10/20 mesh (tratamento 2) e fração 20/40 mesh (tratamento 3). A densidade básica e o poder calorífico do resíduo e densidades aparente, a granel e energética dos briquetes também foram avaliadas. Foi determinada a resistência mecânica a partir da análise de compressão dos briquetes. Para as análises de extrativos totais, lignina, carboidratos, cinzas, carbono fixo e materiais voláteis, foram encontrados valores de 1,67%, 30,70%, 58,07%, 1,84%, 14,49% e 83,67% respectivamente. A densidade básica da casca do porongo foi de 0,24g/cm³ e o poder calorífico de 3.902,9Kcal kg-1. Para densidades aparente de 1,03g/cm³(1), 1,04g/cm³(2) e 1,28g/cm³(3), a granel de 0,16g/cm³ para os três tratamentos e energética de 4,07Mcal/m³(1), 4,09Mcal/m³(2) e 5,04Mcal/m³(3). Para a resistência à compressão os briquetes resultaram em valores de 57,49MPa(1), 59,45MPa(2) e 74,36MPa(3). Nos tratamentos estudados, o resíduo na forma de briquetes se mostrou uma alternativa para geração de energia, com destaque para o tratamento (3). A partir das análises realizadas, foi possível concluir que o resíduo da casca do porongo apresenta características físico-químicas desejáveis para ser utilizado como biomassa para fins energéticos.
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