Efeito da profundidade, estacionalidade e luminosidade no banco de sementes do solo de campo rupestre
DOI :
https://doi.org/10.5902/1980509863100Mots-clés :
Banco de propágulos, Camada do solo, Clima, Cadeia do EspinhaçoRésumé
A composição florística dos campos rupestres compreende um mosaico de espécies com adaptações distintas, exibindo alta diversidade e endemismo. Entretanto, as plantas dos campos rupestres possuem dependência às condições específicas do local e sua reprodução quase sempre é limitada, tornando difícil a regeneração natural após perturbações. O banco de sementes do solo representa um fator potencial para a regeneração deste ambiente. Objetivou-se avaliar o banco de sementes do solo de diferentes profundidades de uma área de campo rupestre, coletado em duas estações climáticas e submetido a duas condições de luminosidade. Foram coletadas amostras compostas de serapilheira e de solo (0-5 cm) em 13 parcelas de 100 m2, em uma área de campo rupestre na Serra do Cipó (Minas Gerais), nas estações seca e chuvosa. As amostras foram submetidas às condições de luminosidade pleno sol e sombreamento. No total, emergiram 185 plântulas pertencentes a 31 espécies e a nove famílias botânicas. As famílias com maior riqueza foram Cyperaceae, Poaceae e Asteraceae. Houve variação de riqueza, abundância e composição florística entre as profundidades do solo, mas não foi observada variação em relação à estacionalidade e às condições de luminosidade. As amostras de solo apresentaram valores superiores dos parâmetros avaliados em relação àquelas da serapilheira, mostrando que o banco de sementes é mais representativo no solo. Esses resultados demonstram que existe potencial de regeneração do campo rupestre por meio do banco de sementes do solo.
Téléchargements
Références
AIRES, S. S.; SATO, M. N.; MIRANDA, H. S. Seed characterization and direct sowing of native grass species as a management tool. Grass and Forage Science, Hoboken, v. 69, n. 3, p. 470-478, 2014.
ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP IV. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, Oxford, v. 181, n. 1, p. 1-20, 2016.
BARBÉRIO, M. et al. Estudo do banco de sementes em diferentes fisionomias de restinga no litoral sul de São Paulo. Acta Biológica Catarinense, Santa Catarina, v. 1, n. 2, p. 28-35, 2014.
BASKIN, C. C.; BASKIN, J. M. Seeds: ecology, biogeography, and evolution of dormancy and germination. San Diego: Elsevier, 2014.
BELO, R. M. et al. Fenologia reprodutiva e vegetativa de arbustos endêmicos de campo rupestre na Serra do Cipó, Sudeste do Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, p. 817-820, 2013.
BROWN, D. Estimating the composition of a forest seed bank: a comparison of the seed extraction and seedling emergence methods. Canadian Journal Botany, Ottawa, v. 70, p. 1603-1612, 1992.
CAMARGOS, V. L. et al. Influência do fogo no banco de sementes do solo em Floresta Estacional Semidecidual. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 1, p. 19-28, 2013.
ESCOBAR E., D. F.; CARDOSO, V. J. Longevity of seeds and soil seed bank of the Cerrado tree Miconia chartacea (Melastomataceae). Seed Science Research, Cambridge, v. 25, p. 386-394, 2015.
FERNANDES, G. W. et al. Cerrado to rupestrian grasslands: patterns of species distribution and the forces shaping them along an altitudinal gradient. In: FERNANDES, G. W. Ecology and conservation of mountain-top grasslands in Brazil. 1. ed. Springer International, 2016. p. 345-371.
LE STRADIC, S. et al. Diversity of germination strategies and seed dormancy in herbaceous species of campo rupestre grasslands. Austral Ecology, Windsor, v. 40, p. 537-546, 2015.
LONGHI-WAGNER, H. M.; ARAÚJO, A. C. Phanerogamic flora from Serra do Ouro Branco, Minas Gerais, Brazil: Cyperaceae. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 65, n. 2, p. 369-404, 2014.
LÓPEZ, M. G.; SIMPSON, D. A. The Bulbostylis capillaris complex (Cyperaceae) in southern South America. Kew Bulletin, London, v. 67, n. 2, p. 225-234, 2012.
LUZ, G. R. et al. Regenerative potential of the soil seed bank along an elevation gradient of rupestrian grassland in Southeastern Brazil. Botany, Ottawa, v. 96, p. 281-298, 2018.
MA, M. et al. Seasonal dynamics of the plant community and soil seed bank along a successional gradient in a subalpine Meadow on the Tibetan Plateau. Plos One, San Francisco, v. 8, n. 11, p. 1-9, 2013.
MA, Z. et al. Responses of alpine meadow seed bank and vegetation to nine consecutive years of soil fertilization. Ecological Engineering, Netherlands, v. 70, p. 92-101, 2014.
MARQUES, T. E. D. et al. Growth of cerrado native species and of Vetiveria zizanioides in colluvium of gullies. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 4, p. 843-855, 2014.
MENEZES, J. C. et al. Soil seed bank at different depths and light conditions in a dry forest in Northern Minas Gerais. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 26, n. 2, e20170314, 2019.
MESSIAS, M. C. T. B. et al. Fitossociologia de campos rupestres quartzíticos e ferruginosos no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 26, p. 230-242, 2012.
MOTA, G. S. et al. Changes in species composition structure, and life, fornsalond and life forms along an altitudinal of rupestrian grasslands in south-eastern Brasil. Flora, Jena, v. 238, p. 32-42, 2018.
MOTA, N. M. et al. Forces driving the regeneration component of a rupestrian grassland complex along an altitudinal gradient. Brazilian Journal of Botany, New York, v. 39, p. 845-860, 2016.
NEGREIROS, D. et al. Caracterização fisico-quimica de solos quartzíticos degradados e áreas adjacentes de campo rupestre na Serra do Cipó, MG, Brasil. Neotropical Biology and Conservation, Sofia, v. 6, p. 156-161, 2011.
OLIVEIRA, R. S. et al. Mineral nutrition of campos rupestres plant species on contrasting nutrient impoverished soil types. New Phytologist, Lancaster, v. 205, p. 1183-1194, 2015.
OKSANEN, J. et al. Vegan: community ecology package. R package version 2.5-4. [S. l. : s. n.], 2019. Disponível em: https://CRAN.R-project.org/package=vegan. Acesso em: 23 set. 2021.
R CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing, 2015. Disponível em: http://www.R-project.org/. Acesso em: 23 set. 2021.
SAATKAMP, A.; POCHLOD, P.; VENABLE, D. L. The functional role of soil seed banks in natural communities. In: GALLAGHER, R. S. Seeds: the ecology of regeneration in plant communities. 3th ed. [S. l.]: CABI Agriculture and Bioscience, 2014. p. 235-295.
SANTOS, D. M. et al. Can spatial variation and inter-annual variation in precipitation explain the seed density and species richness of the germinable soil seed bank in a tropical dry forest in northeastern Brazil? Flora, Jena, v. 208, n. 7, p. 445-452, 2013.
SANTOS, H. G. et al. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Solos, 2018.
SILVEIRA, F. A. O. et al. Ecology and evolution of plant diversity in the endangered campo rupestre: a neglected conservation priority. Plant and Soil, Cham, v. 403, p. 129-152, 2016.
SOLOMON, T. B. Soil seed bank dynamics in relation to land management and soil types in the semi-arid savannas of Swaziland. African Journal of Agricultural Research, [s. l.], v. 6, p. 2494-2505, 2011.
VIEIRA, M. D. S. et al. The seed bank of subtropical grasslands with contrasting land-use history in southern Brazil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 29, n. 4, p. 543-552, 2015.
VERÇOZA, F. C.; BASTOS, M. S. Bromeliaceae e Cactaceae dos afloramentos rochosos do Costão de Itacoatiara, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Natureza On Line, Santa Tereza, v. 11, n. 11, p. 7-11, 2013.
ZHAO, L. et al. Phylogenomic analyses of nuclear genes reveal the evolutionary relationships within the BEP clade and the evidence of positive selection in Poaceae. Plos One, San Francisco, v. 8, n. 5, e64642.1, 2013.
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Ciência Florestal 2022

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.