Segurança ocupacional em sistemas de gestão da floresta nativa: revisão sistemática
DOI :
https://doi.org/10.5902/1980509828942Mots-clés :
Sistema de gestão de floresta nativa, Indicadores de gestão de segurança, Segurança ocupacionalRésumé
O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática para identificar, nos sistemas de gestão das florestas nativas, quais os indicadores relacionados com a segurança ocupacional. A busca de artigos científicos com interesse para a revisão foi realizada em 16 bases de dados científicas de artigos escritos em inglês e outros recursos (revistas não indexadas às bases de dados anteriormente referidas, mas que se sabia estarem relacionadas, quer com o setor florestal, quer com a segurança ocupacional, e os motores de busca Google e Google Acadêmico), de acordo com a metodologia PRISMA. Com base em 16 conjuntos de palavras-chave escrita sem língua inglesa, espanhola e portuguesa e balizando o período de publicação entre os anos de 2005 e 2017, foram identificados apenas 21 artigos que atenderam ao critério de elegibilidade definido, isto é, que mencionavam no seu texto os seguintes 4 conjuntos de palavras: “floresta nativa”, “sistema de gestão de floresta nativa”, “indicadores de gestão de segurança” e “limitações de gestão de segurança”. Observou-se que a incidência de lesões graves ou fatais em atividades de manejo de florestas nativas estão relacionadas, principalmente, com a utilização de motosserras para corte de árvores, e ao levantamento de cargas. A implementação de sistemas de gestão florestal nas organizações deste setor, ora através das certificações internacionais FSC e PEFC, ora através de outras normas específicas de cada país, impulsionou melhorias na segurança e na saúde dos trabalhadores e, consequentemente, no correspondente índice de acidentes e doenças ocupacionais. Porém, a integração de sistema de gestão segurança ocupacional nos sistemas de gestão de florestas nativas apresentam fragilidades que decorrem, principalmente, da falta de fiscalização das organizações subcontratadas (terceiras) as quais recorrem frequentemente a mão de obra sem formação profissional adequada para o exercício da atividade. Atendendo à crescente tendência de exploração de florestas nativas e à reduzida informação disponível, estes resultados sugerem que mais investigação científica que relacione os sistemas de gestão de florestas nativas com os sistemas de gestão de segurança ocupacional em florestas nativas é, além de oportuna, da maior importância.
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