A influência da palmeira-leque-da-china na regeneração da Floresta Ombrófila Densa Montana na Serra da Cantareira, SP
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509868560Palabras clave:
Espécie exótica invasora, Sucessão ecológica, Livistona chinensisResumen
A Floresta Ombrófila Densa Montana pertence ao domínio da Mata Atlântica, um importante hotspot de biodiversidade. No Brasil, a maioria dos casos de invasões biológicas deve-se a plantas terrestres, sendo essa formação vegetal a que apresenta o maior número de ocorrências. Nesse contexto está o Parque Estadual da Cantareira (PEC), em São Paulo. O PEC abriga um remanescente que apresenta focos de invasão por espécies exóticas, entre elas Livistona chinensis (N.J.Jacquin) R.Brown ex Mart., a palmeira-leque-da-China. Devido ao potencial de invasão dessa espécie, foi conduzido um estudo florístico-fitossociológico sobre o efeito de inibição da regeneração natural do componente arbóreo por indivíduos jovens de Livistona chinensis, com alturas de 3 e 6 m. Para cada palmeira, foram instaladas 8 parcelas de 1 x 1 m, distribuídas dentro de quatro quadrantes, tendo a estipe da palmeira ao centro, de forma que metade das parcelas ficaram localizadas embaixo da copa e metade ao redor. Na análise foram considerados os espécimes arbóreos e de palmeiras com altura ≥ 20 cm e com Perímetro à Altura do Peito (PAP) ≤ 15 cm. Os resultados apontaram uma drástica redução do número de indivíduos regenerantes (28,95% e 29,85% dos indivíduos amostrados) e da riqueza de espécies (16,13% e 8,33% das espécies) ocorrendo sob a projeção das copas dessas palmeiras em comparação com o entorno (71,05% e 70,15% dos indivíduos e 61,29% e 58,33% das espécies, respectivamente). O estudo mostrou o efeito de inibição de indivíduos jovens dessa espécie sobre a regeneração florestal no PEC, ao reduzir substancialmente a riqueza de espécies e a abundância de indivíduos arbóreos sob a projeção das suas copas, possivelmente por servirem de anteparo e causarem o sombreamento excessivo do local.
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