Resistência a fungicidas de <i>Botrytis cinerea</i> Persoon ex Fries, fungo causador de tombamento em mudas de <i>Eucalyptus</i> sp. em viveiros florestais.

Autores

  • Julio César Medeiros da Silva UFSM
  • Lísias Coelho

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050981739

Palavras-chave:

resistência, crescimento micelial, germinação, conídios

Resumo

A ocorrência de isolados de Botrytis cinerea Persoon ex Fries, agente causal do tombamento em mudas de Eucalyptus spp., resistentes aos fungicidas sistêmicos benomil, procimidone e thiabendazole, foi avaliada verificando-se o efeito de doses crescentes dos fungicidas sobre o desenvolvimento micelial e a germinação de conídios do referido fitopatógeno. Os experimentos foram conduzidos em laboratório da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os tratamentos foram constituídos de quatro dosagens de cada fungicida (dose zero, meia dose, dose inteira e dose dupla). As análises foram realizadas sobre os valores de crescimento micelial obtidos no quinto dia, quando a testemunha atingiu o máximo crescimento, e 24 e 48 horas, para a verificação da percentagem de germinação de conídios. Para avaliação da resistência, compararam-se os resultados obtidos em dois isolados de B. cinerea, um proveniente de um viveiro comercial no Rio Grande do Sul (IB-1) e outro isolado (IB-2), obtido junto ao Departamento de Fitotecnia da UFSM. Os resultados mostraram que o isolado IB-1 cresceu e germinou sob todas as concentrações de benomil, enquanto o isolado IB-2 foi inibido em todas as concentrações, indicando que o primeiro isolado é resistente a benomil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALFENAS, A. C.; SANFUENTES, E.; TEIXERA, A. D.; MILANI, D. Mofo-cinzento, causado por Botrytis cinerea (Persoon ex Fries) em estacas e microestacas de Eucalyptus sp., resistência a benomil e erradicação de inóculo do patógeno com água quente. Revista Árvore, Viçosa. v. 4, n.23, p. 497-500, 1999.

BARNETT, H. L.; HUNTER, H. B. Illustrated genera of imperfect fungi. 3. ed. Minneapolis: Burgess Publishing Company, 1984. 241p.

BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. Manual de Fitopatologia. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v. 2.

BOLLEN, G. J.; SCHOLTEN, G. Acquired resistance to benomyl and some other systemic fungicides in a strain of Botrytis cinerea in cyclamen. Neth. J. Plant Patol, n. 77, p. 83-90, 1971.

COSTA, I. F. D. Fitopatologia geral. Cruz Alta: Fund. Univ. Cruz Alta. 1993. 79 p. Apostila de aulas teóricas.

DAVIDSE, L. C. Benzimidazole compounds: selectivity and resistance. In: DEKKER, J.; GEORGOPOULOS, S. G. Fungicide resistance in crop protection. Wageningen: Center for Agricultural Publishing and Documentation, 1982. p. 60-70.

DAVIDSE, L. C.; FLACH, W. Differential binding of methyl benzimidazol –2-yl carbamate to fungal tubulin as a mechanism of resistance to this antimitotic agent in mutant strains of Aspergillus nidulans. The Journal of Cell Biology, New York, n. 72. p.93-174, 1977.

DECKER, J. Strategies for avoiding resistance to fungicides. In: JENKYN, J.E. ; PLUMB, R.T. Strategies for the Control of Cereal Disease. Oxford: Blackwell, 1985. p.123-133.

DENNIS, C.; DAVIS, R. P. Tolerance of Botrytis cinerea to iprodione and vinclozolin. Plant Pathology, n. 28, p. 3-131, 1979.

DE WAARD, M. A.; GEORGOPOULOS, S. G.; HOLLOMON, D. W. Chemical control of plant disease: problems and prospects. Annual Review of Phytopathology, n. 31, p. 21, 1993.

FERREIRA, F. A. Patologia florestal, principais doenças florestais no Brasil. Viçosa: Ed. Folha de Viçosa, 1989. 571p.

FIGLIOLIA, M. B.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M. Manejo de sementes de espécies arbóreas. São Paulo: Instituto Florestal, 1995. p. 1-56.

FORTES, J. F. Glomerella cingulata e Penicillium sp: surgimento de cepas resistentes ao benomyl. Fitopatologia Brasileira, n. 10, p. 280, 1985.

FRITZ, R.; LEROUX. R.; GREDT, M. Mécanisme de l’action fongitoxique de la promidione (26019 RP ou glycofhène), de la vinchlozoline et du dicloran sur Botrytis cinerea Pers. Berlin. Phythopatologische Zeitschrift, n. 90, p. 63-152, 1977.

GHINI, R.; KRUGNER, T. L. Ocorrência de Botrytis cinerea resistente a benomil em viveiro de Eucalyptus viminalis, em Três Barras, SC. Summa Phytopathologica. v. 13., n. 1-2, p. 37, 1987.

HARTILL, W. F. T.; TOMPKINS, G. R.; KLEINSMAM, P. J. Development in New Zealand of resistance to dicarboximide fungicides in Botrytis cinerea, to acylalinines in Phytophthora infestans, and to guazatine in Penicillium italicum. Wellington. New Zealand Journal of Agricultural Research, n. 26, p.191-261, 1983.

KIMATI, H. Controle químico. In: Manual de Fitopatologia. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v. 1, cap. 38, p. 761-785.

KRUGNER, T. L. Doenças do eucalipto. In: Manual de Fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1980. v. 2. cap. 18. p. 275-282.

MARSHA, R. W. Systemic fungicides. 2nd ed. London: Longeman, 1977.401p.

MILLER, M. W.; JEVES, T. M. The persistence of benomyl tolerance in Botrytis cinerea in glasshouse tomato crops. Plant Pathology, Oxford, n. 28, p. 119-141, 1979.

PAPPAS, A. C.; FISHER, D. J. A comparison of the mechanisms of action of vinclozolin, procymidone, iprodione and prochloraz against Botrytis cinerea. Pesticide Science, n.10, p. 239-246, 1979.

SILVA, A. C. F.; ROSA, C. R. A.; MELO, I. S. Sensibilidade de isolados de Trichoderma spp. a benomil e iprodione. Revista Científica do Centro de Ciências Rurais, v. 3, n. 29, p. 395-399, 1999.

TOLEDO, A. C. D. Resistência a fungicidas. O Biológico, n. 40, p. 162-170, 1974.

ZAMBOLIM, L.; CHAVES, G.M. Defensivos agrícolas: fungicidas, compostos sistêmicos recomendados para controle de doenças. Viçosa: MEC/CAPES/ABEAS, 1984. Módulo 3, 333 p.

Downloads

Publicado

30-06-2003

Como Citar

Silva, J. C. M. da, & Coelho, L. (2003). Resistência a fungicidas de <i>Botrytis cinerea</i> Persoon ex Fries, fungo causador de tombamento em mudas de <i>Eucalyptus</i> sp. em viveiros florestais. Ciência Florestal, 13(2), 27–36. https://doi.org/10.5902/198050981739

Edição

Seção

Artigos