Avaliação dos conflitos no uso da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Lamarão, Distrito Federal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050984784

Palavras-chave:

Área de preservação permanente, Geoprocessamento, APPs, Sensoriamento remoto

Resumo

A falta de estudos e a constante degradação das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) têm representado um dos maiores entraves para o planejamento de ações conservacionistas, além de favorecer o uso de estratégias inadequadas de manejo das bacias hidrográficas. Dessa forma, este estudo teve como objetivo,delimitar de maneira automática as APPs, elaborar um mapa de uso da terra e identificar a ocorrência de conflitos no uso da terra, tendo como referência legal, a Resolução nº 303, do CONAMA e o Código Florestal. O estudo foi desenvolvido na bacia hidrográfica do Ribeirão Lamarão, situada no sudeste do Distrito Federal, Brasil. Para a classificação do uso da terra, foi utilizada uma imagem digital do satélite ALOS com resolução espacial de 10 metros, sensor AVNIR – 2, obtida em julho de 2010. A base cartográfica utilizada na obtenção dos dados de relevo e hidrografia foi a em formato digital na escala de 1:10.000. Foram mapeadas sete classes de uso da terra: solo exposto (1,01%); agricultura (50,46%); cerrado ralo (11,28%); cerrado denso (10,45%); pastagem (17,54%); pivô central (7,63%); e nuvens (1,55%). Delimitaram-se as APPs situadas no terço superior dos morros (9,94 km²); nascentes e áreas de contribuição (0,27 km²); margens dos cursos d’água (24,10 km²); perfazendo um total de 34,31 km² (36,85%) da área total da bacia. Não foram identificadas APPs em encostas com declividade superior a 45°. A área de uso indevido correspondeu a 21,70 km² (63,24%), sendo as classes agricultura (38,40%) e pastagem (15,32%) as principais ocorrências nessas áreas. Apenas 11,50 km² (33,46%) das APPs estão protegidas por vegetação nativa.

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Biografia do Autor

João Maurício Fernandes Souza, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO

Engenheiro Agrícola pela Universidade Estadual de Goiás (2003-2008), Mestre em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Goiás (2010-2012), Doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Goiás (2013-2016). Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em irrigação, agroclimatologia e geoprocessamento. É diretor do curso de Agronomia do Centro Universitário de Anápolis ? UniEvangélica, ministrando as disciplinas de Hidráulica e Irrigação e drenagem. Atualmente coordena pesquisas e presta consultoria na área de geoprocessamento aplicado ao manejo dos recursos hídricos. É coordenador do LaPAGeo - Laboratório de Pesquisas Avançadas em Geoprocessamento do Programa de pós graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente - STMA - UniEvangélica.

Elton Fialho dos Reis, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO

Possui graduação em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (1995), Mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (1999), Doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (2003) e Estagio Pós-doutoramento na Universidade Federal de Viçosa em Agricultura de Precisão (2009). Atualmente é docente de Ensino Superior UEG - RTIDP, Nivel 3 da Universidade Estadual de Goiás, onde coordena as disciplinas na área de máquinas agrícolas da graduação e do programa de Pós-graduação a nível de mestrado em Engenharia Agrícola. Foi coordenador do programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola de 2012 a 2016, coordenador do curso de Graduação em Engenharia Agrícola entre 2007/2012 e 2017. É líder do grupo de pesquisa Engenharia na Agricultura, consultor Had hoc de 6 periódicos científicos, foi editor de 2011 a 2016 da Revista Agrotecnologia onde atualmente é membro do corpo editorial, membro do Comitê Institucional de Pesquisa da Universidade Estadual de Goiás, desde 2005. Orienta alunos na Graduação e Pós-graduação nos cursos de Engenharia Agrícola. Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Mecanização Agrícola, atuando principalmente nos seguintes temas: Desempenho de máquinas e implementos agrícolas, ensaios de motores, estrutura de solo, sistema de plantio direto, tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, agricultura de precisão, uso racional de energia. Foi bolsista de incentivo ao pesquisador (BIP) da Universidade Estadual de Goiás entre 2014/2017. Atualmente é diretor do Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual de Goiás.

Adilson Santos Martins, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Goiás- UFG (1989), mestrado em Agronomia pela UFG (2004) e doutorado em Agronomia pela UFG (2010). É professor efetivo categoria Assistente I da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) desde fevereiro de 2004 e tem ministrado aulas de Topografia, Geodésia e Geoprocessamento para alunos dos cursos de Engenharia Civil, Ambiental e Elétrica e para os Cursos de Zootecnia e Tecnologia em Gestão Ambiental. É docente de ensino superior da Universidade Estadual de Goiás (UEG), classe IV (Doutor), nível I, desde agosto de 2010. Foi professor Adjunto das Faculdades Objetivo (ASSOBES - Associação Objetivo de Ensino Superior) de 2005 a 2008, onde ministrou aulas de Topografia I e II, Elementos de Geodésia, Estatística descritiva e indutiva para alunos de Engenharia Civil. Foi professor do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-GO) de 1988 a 1997, ministrando aulas de Topografia, Geodésia, Astronomia de Campo e Informática Aplicada para os cursos de técnico em Agrimensura, Estradas, Edificações e Mineração. Como profissional autônomo tem executado vários serviços de georreferenciamento de imóveis rurais. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Geoprocessamento, Topografia e Geodésia, atuando principalmente nos seguintes temas: geoprocessamento, aplicações de SIG na área agrária em geral.

Antônio Lázaro Ferreira Santos, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, GO

Possui graduação em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1988), mestrado em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Bahia (1997) e doutorado em Geologia pela Universidade de Brasília (2004), área de concentração: Processamento de dados geológicos e análise ambiental. Realizou estágio Pós-Doutorado no laboratório de Ciências dos Materiais do Instituto de Física da Universidade de Brasília, no período de abril a 10 de novembro de 2006, utilizando-se da técnica de espectroscópia Mössbauer na determinação dos compostos de ferro e sua associação com metais nos sedimentos de fundo do Lago Praia-Anápolis-GO. De abril de 2007 à março de 2008 desenvolveu estágio Pós-doutorado no Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, avaliando o potencial do aplicativo ArcHydro para a estruturação topológica de bases de dados de bacias hidrográficas, assim como, o processamento de imagens digitais do Sensor Alos. Tanto no mestrado quanto no doutorado dedicou-se ao estudo do ciclo de metais-traço (Pb, Zn, Cd, Ni, Cr, Cu) nos sedimento e água em zonas de manguezais dos rios Paraiba do Sul-RJ e Joanes-BA, procurando diagnosticar níveis de poluição costeira, auxiliado por cartografia digital para locação dos furos de sondagem. No CEFET-BA, ministrou ao curso de Geologia as disciplinas: Geologia Geral, Geologia Estrutural e Geologia de Campo. Na Universidade Estadual de Feira de Santana, lecionou a disciplina Ciências do Ambiente e participou do programa de coleta seletiva juntamente com processo de compostagem. Na Universidade Federal de Sergipe, foi coordenador do curso de graduação em engenharia ambiental, por dois anos, lecionou as disciplinas: geotecnia ambiental, geoquímica ambiental e geoprocessamento aplicado a engenharia ambiental. Atualmente, é professor efetivo da Universidade Estadual de Goiás, lecionando as disciplinas de geologia aplicada a engenharia, hidrologia e probabilidade e estatística. No curso de mestrado em engenharia agrícola da Universidade Estadual de Goiás, orientou dissertações e lecionou as disciplinas hidrologia aplicada a sustentabilidade dos recursos hídricos e sensoriamento remoto. Possui experiências na área de Geociências, com ênfase em geologia aplicada a engenharia civil e recursos hídricos, atuando principalmente nos seguintes temas: Geotecnia Ambiental, geotecnologias aplicada a engenharia civil. 

Referências

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Publicado

30-06-2019

Como Citar

Souza, J. M. F., Reis, E. F. dos, Martins, A. S., & Santos, A. L. F. (2019). Avaliação dos conflitos no uso da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Lamarão, Distrito Federal. Ciência Florestal, 29(2), 950–964. https://doi.org/10.5902/198050984784

Edição

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Nota Técnica