Suscetibilidade a incêndios florestais em unidade de conservação localizada na região de transição dos Biomas Cerrado e Mata Atlântica, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509864171

Palavras-chave:

Campos Rupestres, SIG, Análise multicritério

Resumo

O Parque Nacional da Serra da Gandarela (SGNP), criado em 2014, é repetidamente afetado por incêndios florestais. Essa Unidade de Conservação está localizada no quadrilátero ferrífero (MG), em uma área de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, e é caracterizada por um complexo mosaico de fitofisionomias. O objetivo desta investigação foi comparar o desempenho de dois modelos de mapeamento de risco para incêndios florestais no SGNP e seu entorno, com base em duas abordagens distintas, uma por análise multicritério, método AHP e um método de probabilidade simples, denominado Hot Spot History, que forneceu informações sobre as áreas de maior e menor risco e suas características ambientais e humanas. Dados espaciais de sensoriamento remoto e SIG foram usados para simular, na sequência, a ignição do fogo, a propagação do fogo e, por fim, o risco de incêndio florestal. A validação dos modelos de risco foi realizada pelo coeficiente Kappa (K). Os resultados mostraram que o modelo baseado no Histórico de Hot Points obteve maior precisão (0,61) do que o modelo gerado pelo método AHP (0,54). As coberturas de Cerrado, Campos Rupestres e Campo foram as mais suscetíveis aos incêndios florestais, por serem vegetações herbáceas e localizadas muito próximas a aglomerações urbanas e rodovias. As inclinações orientadas a Norte e Oeste foram importantes para a previsão de incêndios florestais e, por outro lado, a inclinação do terreno não foi importante para discretizar as áreas de maior e menor fragilidade ao referido distúrbio ecológico.

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Biografia do Autor

Heitor Carvalho Lacerda, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Geógrafo, mestrando na Pós-Graduação de Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha, CEP 31270-901, Belo Horizonte (MG), Brasil.

André Luiz Lopes Faria, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Possui graduação em Geografia (Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1993), graduação em Estudos Sociais pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (1992), mestrado em Ciências Ambientais e Florestais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2001) e doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Viçosa (2010). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Viçosa. 

Fillipe Tamiozzo Pereira Torres, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Possui Bacharelado (2004) e Licenciatura (2005) em Geografia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestrado (2008), doutorado (2014) e Pós-doutorado (2015) em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, Pós-doutorado (2020) em comportamento do fogo pela Universidade de Coimbra (Portugal). Atualmente é professor e coordenador do Laboratório de Incêndios Florestais do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

Humberto Paiva Fonseca, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Possui graduação em Geografia (2018) e atualmente é mestrando em Meteorologia Aplicada (Agronomia) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Possui experiência nas áreas de geoprocessamento, sensoriamento remoto e modelagem agrícola e ambiental.

Wesley Oliveira Soares, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Geógrafo, mestrando na Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Campus Viçosa, Av. Peter Henry Rolfs, s/n - Campus Universitário, CEP 36570-900, Viçosa (MG), Brasil.

Marco Antônio Saraiva Silva, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Geógrafo, mestrando na Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Campus Viçosa, Av. Peter Henry Rolfs, s/n - Campus Universitário, CEP 36570-900, Viçosa (MG), Brasil.

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Publicado

25-03-2022

Como Citar

Lacerda, H. C., Faria, A. L. L., Torres, F. T. P., Fonseca, H. P., Soares, W. O., & Silva, M. A. S. (2022). Suscetibilidade a incêndios florestais em unidade de conservação localizada na região de transição dos Biomas Cerrado e Mata Atlântica, Brasil. Ciência Florestal, 32(1), 451–473. https://doi.org/10.5902/1980509864171

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