Dependência espacial de variáveis dendrométricas em diferentes idades e intensidades amostrais em povoamento de eucalipto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509837867

Palavras-chave:

Inventário florestal contínuo, Semivariância, Krigagem, Geoestatística

Resumo

Compreender as variações espaciais de variáveis dendrométricas em inventário florestal contínuo é imprescindível para subsidiar ações de manejo, além de permitir intensidades amostrais que reflitam em acurácia com menor custo do inventário. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura de dependência espacial de variáveis dendrométricas ao longo do tempo e em diferentes intensidades amostrais em povoamento de eucalipto. As hipóteses testadas foram que a estrutura de dependência espacial de variáveis dendrométricas se altera com o crescimento em povoamentos de eucalipto e que a intensidade amostral influencia nesta estrutura. As variáveis diâmetro a 1,30 m do solo, área basal, altura total, altura média das árvores dominantes e volume de madeira foram obtidas em inventário florestal contínuo, aos 3,5, 4,5 e 5,5 anos, em 80 unidades amostrais permanentes (400 m²), distribuídas aleatoriamente em um povoamento de eucalipto (394 ha), localizado em Abaeté, Minas Gerais. Foram avaliadas as intensidades de uma unidade amostral a cada 4,9 (n = 80), 7,3 (n = 54) e 16,4 (n = 24) hectares. Considerou-se a maior intensidade amostral como referência para as demais. Os modelos de semivariância esférico, exponencial e gaussiano foram ajustados ao semivariograma experimental, em que o modelo de melhor ajuste foi utilizado pela krigagem ordinária na espacialização das variáveis analisadas. Os resultados demonstraram predominância de forte dependência espacial das variáveis dendrométricas, independentemente da idade e intensidade amostral, sobretudo para altura média das árvores dominantes e volume de madeira. A menor intensidade amostral influenciou negativamente na dependência espacial da área basal, em todas as idades. A estrutura de dependência espacial não é influenciada pelo aumento da idade do povoamento, sendo recomendada a análise geoestatística destas variáveis em inventário florestal contínuo, considerando a intensidade amostral de uma unidade amostral a cada 16,4 hectares.

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Biografia do Autor

Danilo Henrique dos Santos Ataíde, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Me., Doutorando em Ciências Ambientais e Florestais, Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, BR 465, CEP 23897-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Emanuel José Gomes de Araújo, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, BR 465, CEP 23897-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Marco Antonio Monte, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, BR 465, CEP 23897-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Rafaella De Angeli Curto, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Engenheira Florestal, Dra., Professora do Departamento de Ciências Ambientais, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, BR 465, CEP 23897-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Bruno Araujo Furtado de Mendonça, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, BR 465, CEP 23897-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Vinícius Augusto Morais, Universidade do Estado do Mato Grosso, Alta Floresta, MT

Engenheiro Florestal, Dr., Professor da Área de Manejo Florestal, Campus Universitário de Alta Floresta, Universidade do Estado do Mato Grosso, Perimetral Rogério Silva, s/n, CEP 7580-000, Alta Floresta (MT), Brasil.

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Publicado

17-11-2021

Como Citar

Ataíde, D. H. dos S., Araújo, E. J. G. de, Monte, M. A., Curto, R. D. A., Mendonça, B. A. F. de, & Morais, V. A. (2021). Dependência espacial de variáveis dendrométricas em diferentes idades e intensidades amostrais em povoamento de eucalipto. Ciência Florestal, 31(4), 1591–1611. https://doi.org/10.5902/1980509837867

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